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Guiné-Bissau: comissão parlamentar investigará rapto de Indi

Lusa
20 de julho de 2020

Além do rapto de Marciano Indi, o grupo parlamentar investigará a morte do dirigente do PRS, Demba Baldé, durante uma manifestação de protesto contra a forma com a qual estavam a ser organizadas as eleições de 2019.

Parlament Guinea-Bissau
Foto: DW/B.Darame

Os deputados do parlamento da Guiné-Bissau aprovaram, esta segunda-feira (20.07), a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar incidentes com três cidadãos guineenses. Entre os casos, está o rapto do deputado Marciano Indi.

O deputado da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) foi raptado e espancado no dia 22 de maio por um grupo de desconhecidos, mas acabou por ser libertado depois da intervenção do presidente do Parlamento nacional, Cipriano Cassamá.

O caso gerou revolta no meio político e entre organizações da sociedade civil. Num comunicado, a Ordem dos Advogados repudiou e condenou "veementemente a indiferença" do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, relação ao rapto de Indi.

Os 98 deputados presentes na sessão plenária, num universo de 102, votaram por unanimidade para a criação da comissão – que também investigará a morte do dirigente do Partido de Renovação Social (PRS), Demba Baldé, durante uma manifestação realizada em 2019, e à detenção do cidadão Danilson Ferreira, autor do blog Doka Internacional.

Baldé morreu em outubro passado quando participava de protesto contra a forma como estavam a ser organizadas as eleições presidenciais.

O cidadão Danilson Ferreira foi detido sem acusação, acabando também por ser libertado. A comissão de inquérito parlamentar vai ser liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e será composta por um total de nove deputados.

O presidente do parlamento agradeceu aos deputados a "maturidade política", salientando que a sessão de hoje representa uma "prova inequívoca" de que quando querem os guineenses conseguem. "Agora é o momento de privilegiar a Guiné-Bissau e os interesses nacionais", salientou.

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