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CEDEAO está segura de que Mali vai a eleições na data prevista

António Rocha / AFP / Reuters18 de julho de 2013

A pouco mais de uma semana das presidenciais no Mali, os dirigentes da África Ocidental focaram-se no dossier maliano durante um encontro em Abuja, na Nigéria. A situação na Guiné-Bissau também foi discutida.

Dirigentes da CEDEAO dizem não ter dúvidas de que malianos vão às urnas a 28 de julhoFoto: Reuters

"Não há dúvidas, a primeira volta da eleição presidencial no Mali terá lugar a 28 de julho próximo", diz o comunicado final da cimeira dos dirigentes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Durante a 43ª cimeira ordinária da organização regional, discutiu-se em primeiro lugar a situação no Mali. Daqui a dez dias, os malianos são chamados às urnas para a primeira volta de uma eleição presidencial cujo objetivo, por um lado, será reconciliar a população no seu todo, incluindo, militares, políticos, membros da rebelião e os grupos étnicos, e, por outro, restabelecer a ordem constitucional interrompida pelo golpe de Estado ocorrido em março de 2012.

O presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente maliana, Mamadou Diamoutani, declarara em junho que seria extremamente difícil organizar esta eleição na data prevista porque os obstáculos a serem ultrapassados eram inúmeros. Na ocasião, citou o curto espaço de tempo que restava para a distribuição dos cartões de identidade a cerca de sete milhões de eleitores quando ainda existem milhares de refugiados e deslocados. Diamoutani lembrou também a situação em Kidal, uma cidade no nordeste do país que se encontrava sob controlo da rebelião tuaregue.

Material da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) à espera de ser distribuídoFoto: DW/K.Gänsler

Mas o Governo maliano de transição está pressionado pela comunidade internacional para manter 28 de julho como a data do escrutínio. Saeed Djinnit, representante das Nações Unidas junto da CEDEAO, sublinha a carga simbólica destas eleições.

"A história vai corrigir os enormes sacrifícios feitos pelo povo, que tentou atingir uma resolução definitiva para a crise no Mali. A história vai contar a dedicação e empenho do país e das suas pessoas para ultrapassar os problemas e para reconstruir a sua dignidade, integridade e a unidade nacional. A história vai também falar sobre a solidariedade da comunidade internacional altamente mobilizada contra o terrorismo e sobra a salvaguarda da segurança na África Ocidental", disse Djinnit.

Alguns militares nigerianos regressam a casa

CEDEAO está segura de que Mali vai a eleições na data prevista

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No Mali, os 6.300 soldados da força africana MISMA foram integrados na missão de paz da ONU, a MINUSMA, que foi estabelecida oficialmente a 1 de julho e deverá contar com um total de 12.600 homens até ao fim do ano.

Mas a força das Nações Unidas no Mali deverá sofrer uma baixa. À saída da cimeira, o Presidente da Costa Marfim e líder em exercício da CEDEAO, Alassane Ouattara, disse esta quinta-feira (18.07) que a Nigéria decidiu retirar uma parte dos seus mil soldados estacionados no Mali no seio da MINUSMA.

Segundo o dirigente, os militares nigerianos precisariam de regressar ao país onde estão a braços desde meados de maio com uma vasta ofensiva contra os islamistas do grupo Boko Haram, no nordeste da Nigéria, onde o estado de urgência foi decretado em três Estados.

Louvor ao Governo de transição da Guiné-Bissau

Outro tema em análise nesta cimeira da CEDEAO foi a Guiné-Bissau. No país, as eleições gerais que deverão colocar um termo na transição iniciada após o golpe de Estado de abril do ano transato estão programadas para 24 de novembro.

Desde o golpe de Estado, a maioria dos parceiros internacionais da Guiné-Bissau interrompeu a sua ajuda ao país. Somente a CEDEAO, que enviou um contingente composto por 750 homens para garantir a segurança dos dirigentes do Governo de transição e dos edifícios públicos, está presente.

Eleições na Guiné-Bissau estão marcadas para novembroFoto: picture-alliance/ dpa

Durante a sua intervenção na cimeira, o Presidente nigeriano Goodluck Jonathan fez questão de congratular os progressos alcançados pelo Governo de transição da Guiné-Bissau, um "esforço" que "seguiu as orientações da comunidade internacional para vencer a crise no país"

Jonathan disse que os desafios que a Guiné-Bissau atravessa são complexos e, que por isso, é necessário pressionar a União Africana e a União Europeia "para reconhecerem o empenho do Governo de transição".
 
De acordo com o Presidente nigeriano, as condições económicas e sociais da Guiné-Bissau permanecem ameaçadas, apesar dos esforços da CEDEAO e do Governo de transição. Sobre o escrutínio marcado para novembro no país, Jonathan disse: "Quero congratular o Governo de transição da Guiné-Bissau por concordar em fazer eleições em novembro de 2013 e terminar com esta situação provisória em dezembro deste ano."

As eleições legislativas no Togo, previstas para 25 de julho depois de vários adiamentos, foram outro tema abordado no encontro dos dirigentes da África Ocidental, tal como as eleições na República da Guiné, previstas para setembro.

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