Os líderes da CEDEAO reuniram-se em Accra para um debate de urgência sobre a adopção de uma moeda única na sub-região. A Comunidade dos Estados da África Ocidental parece empenhada em implementar o Eco até 2020.
Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, presidiu à quinta reunião do Grupo de Trabalho PresidencialFoto: picture alliance/dpa/AP Photo/G. V. Wijngaert
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O processo de adopção da moeda única não pode voltar a ser adiado, tendo em conta as vantagens que representa para os países membros da CEDEAO, disse o Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, que esta quarta-feira (21.02) presidiu à quinta reunião do Grupo de Trabalho Presidencial, na capital do país, Accra.
"É um objectivo que temos de alcançar", salientou o chefe de Estado. "Temos desafios pela frente no que diz respeito aos critérios de convergência para que a moeda única entre em vigor. Mas continuamos determinados em ter uma moeda única, o que ajudaria a eliminar barreiras comerciais e monetárias, reduzir os custos das transações, impulsionar as atividades económicas e elevar os padrões de vida das nossas populações."
CEDEAO quer implementar moeda única até 2020
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Há vários anos que os líderes da CEDEAO são acusados de falta de empenho quanto à implementação de uma moeda única, tal como aconteceu na União Europeia (UE), com a adopção do euro. O Presidente do Gana quer que o cenário seja invertido.
Nana Akufo-Addo lembriu, porém, que o comércio não pode ter sucesso num ambiente de insegurança. "Os nossos esforços têm de visar também a manutenção da paz, segurança, democracia e boa governação na região, bem como o reforço da cooperação", disse.
Divergências ultrapassadas
Os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais da sub-região estiveram também reunidos para desenvolver a melhor estratégia para evitar problemas quando a moeda for adoptada.
Falando em nome do grupo, o ministro das Finanças do Gana, Ken Ofori Atta, afirmou que os Estados-membros ultrapassaram todas as divergências para garantir que o Eco se torna uma realidade. "O Gana fica numa boa posição, será um grande beneficiário [da moeda única], por isso, há todas as razões para o fazer. Vamos trabalhar muito para implementar a moeda, porque é bom para nós", prometeu.
As economias dos membros da CEDEAO têm passado por dificuldades nos últimos tempos, especialmente depois da epidemia do ébola ter devastado três dos seus países-chave. Na próxima cimeira offcial, os chefes de Estado da CEDEAO vão votar um relatório que pode ser o último passo do plano para a implementação da moeda única.
O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, Allassane Ouattara, da Costa do Marfim, Faure Gnassinbé, do Togo e Issoufou Mahamadou, do Níger, foram alguns dos líderes presentes no encontro em Accra.
Bitcoin: Tudo o que precisa de saber
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Época boa para nova moeda
Criada em 2009, a Bitcoin foi a primeira moeda digital descentralizada do mundo. Foi estimulada sobretudo pela incerteza depois da crise financeira mundial. O objetivo: que a Bitcoin fosse mais rara do que o ouro, com um máximo de 21 milhões de moedas. No início, valia apenas uma fração de cêntimo e em fevereiro de 2011 já valia o mesmo que o dólar norte-americano. A partir daí, o valor disparou.
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Criador anónimo
O nome Satoshi Nakamoto está diretamente associado à Bitcoin. Diz-se que é um pseudónimo de um informático que inventou a criptomoeda - talvez um cidadão japonês, de trinta anos. Outros acham que o mais provável é que um grupo de especialistas em computação tenha criado a tecnologia por trás da moeda digital. Segundo um dos rumores, o diretor da Tesla, Elon Musk, é o verdadeiro Satoshi. Musk nega.
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Não há notas?
Em vez de ser impressa, como os euros ou os dólares, cada Bitcoin é criada numa rede global de computadores e controlada pelo sistema, em vez de pelo banco. Não há taxas de transação. A menor fração à venda é um "Satoshi", um centésimo de milhão de Bitcoin. As compras podem ser feitas anonimamente, até em caixas automáticas digitais. As Bitcoins são normalmente guardadas num porta-moedas digital.
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Processos complexos
Para garantir que não há demasiadas Bitcoins em circulação, introduziu-se um processo, que condiciona o processamento de blocos de transações em Bitcoins à resolução de um problema matemático complexo. São processos tão complicados que é preciso usar computadores cada vez maiores. Aumenta, por isso, a preocupação com a eletricidade necessária para transacionar Bitcoins.
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Fortunas legítimas?
A natureza anónima do sistema Bitcoin poderá atrair o crime organizado, que está possivelmente a alimentar o sucesso da moeda digital, usando-a para lavar dinheiro ou comprar produtos ilegais. Notícias sugerem que o grupo radical "Estado Islâmico" usou a Bitcoin para receber fundos para comprar armas. A moeda é ainda alvo de cibercriminosos.
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Bitcoin à frente, outras no encalço
itcoin é a maior de todas as criptomoedas e o seu sucesso incitou a criação de muitas outras. Outros criadores de moedas digitais incluem a Ethereum, o Zcash, o Bitcoin Cash, a Ripple e a Litecoin. Até novembro de 2017, havia 1.324 no total. Outras centenas tentaram lançar as próprias moedas, mas falharam. O mercado é cada vez mais regulado.
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Ascenção fenomenal
2017 foi um ano espetacular para a Bitcoin. Em janeiro, uma moeda rondava os 1.000 dólares; doze meses depois, valia já 19.784 dólares. Apesar de reinar ainda algum ceticismo, a moeda começou a ser vista como um bom investimento por investidores institucionais.
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Soam os alarmes
De bancos centrais a investidores respeitados, quase todo o sistema financeiro alerta para uma possível bolha da Bitcoin, que poderá rebentar e arruinar muitos dos que detêm a moeda digital. O prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz (foto) diz que a Bitcoin "deveria ser proibida". Para Jamie Dimon, presidente da JPMorgan Chase, quem compra a moeda é "estúpido".
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Enquanto os mercados se preparavam para as férias de Natal, a Bitcoin perdeu um terço do seu valor em cinco dias. Quem compra Bitcoins pode estar habituado a alguma volatilidade, mas é preciso esperar pelo novo ano para ver se a queda para 12.544 dólares significa realmente más notícias. Será 2018 o ano em que Wall Street adotará a Bitcoin? Ou será que outra moeda ocupará o espaço da criptomoeda?