Pelo terceiro dia consecutivo, bombeiros e civis da Tanzânia tentam controlar um incêndio de grandes dimensões na montanha mais alta de África, o Monte Kilimanjaro. Não há registo de vítimas ou danos materiais.
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O fogo, inicialmente alimentado por ventos fortes, teve início no domingo (11.10) na área de Whona, perto de um centro de descanso para alpinistas que usam as rotas turísticas de Mandara e Horombo.
Não há, até ao momento, registo de vítimas ou danos materiais, segundo as autoridades locais. A origem do foco de incêndio é ainda desconhecida.
"Esta tragédia tornou-se num dos maiores desastres [da Tânzania] e a principal causa de perda de ecologia, vida selvagem e de espécies de árvores das quais os humanos e animais também dependem. É um sinal de alerta. Temos de tomar medidas urgentes e eficazes para controlar os incêndios", advertiu esta terça-feira (13.10) Frank Luvanda, secretário executivo da Agência Ambiental da Tanzânia (MANET).
Pascal Shelutete, do Serviço Nacional de Parques da Tanzânia (TANAPA), disse também esta terça-feira, à agência de notícias Reuters, que o fogo estava "quase dominado", mas ainda requeria cuidados.
"O incêndio continua e os bombeiros da TANAPA, outras instituições governamentais e locais continuam a unir esforços para tentar contê-lo", afirmou.
No Twitter, a TANAPA garante esta terça-feira (13.10) que para o local foram mobilizadas mais de 400 pessoas.
Dionis Nyato, um residente na localidade de Moshi, nas imediações do Kilimanjaro, contou à Reuters que o incêndio teve início numa zona baixa da montanha.
Incêndio não afetará turismo
Em comunicado, a autoridade dos parques da Tanzânia referiu que tomou "todas as medidas para garantir que o incêndio não afetará a vida dos turistas, nem os seus equipamentos e guias turísticos".
Segundo Alex Kisingo, responsável do College of African Wildlife Management, o "tempo está calmo e não há vento forte que possa espalhar o fogo para outras áreas". Esta instituição de ensino enviou 264 alunos e funcionários para auxiliar no combate às chamas. "O fogo é grande", acrescentou Alex Kisingo.
A unidade de ensino está também a providenciar comida e água aos bombeiros. "O fogo já poderia ter sido dominado, mas um incêndio montanhoso é muito complicado", admitiu Alex Kisingo, confirmando que não há feridos nem danos em propriedades privadas.
O Kilimanjaro é a montanha mais alta de África com 5.895 metros. Localizada na Tanzânia, atrai cerca de 50.000 alpinistas por ano.
O destino fatal dos glaciares no mundo
Não é só a Islândia que testemunha o desaparecimento de glaciares devido às alterações climáticas. Em vários continentes, glaciares icónicos estão a derreter por causa do aquecimento global.
Foto: picture-alliance/AP Photo/NASA
O gelo de África a desaparecer
Os glaciares do Monte Kilimanjaro estão em risco. Em 2012, cientistas da NASA estimaram que o que sobrou do gelo na montanha mais alta de África desapareceria em 2020. O Kilimanjaro é uma das principais atrações turísticas da Tanzânia e é um grande gerador de receitas num país onde a maioria da população vive abaixo da linha da pobreza.
Foto: Imago Images/robertharding/C. Kober
Islândia: A morte de um glaciar
A Islândia fez uma cerimónia fúnebre ao Okjökull, o primeiro glaciar a desaparecer no país devido às alterações climáticas. Conhecido como 'Ok', o Okjökull perdeu o estatuto de glaciar em 2014, por causa da redução da quantidade de gelo. Na cerimónia, as pessoas em luto ergueram cartazes alertando que os principais glaciares do país terão o mesmo destino nos próximos 200 anos.
Foto: Getty Images/AFP/J. Richard
Antártida: Enorme glaciar, grande risco
Acredita-se que o glaciar de Thwaites, que integra a camada de gelo da Antártida Ocidental, representa o maior risco para o aumento do nível dos oceanos no futuro. Se colapsar, poderá provocar uma elevação de 50 centímetros no nível do mar, segundo um estudo financiado pela NASA. A Antártida tem 50 vezes mais cobertura de gelo do que todos os glaciares de montanha do mundo juntos.
Foto: Imago Images/Zuma/NASA
Patagónia: Beleza a derreter
O glaciar Grey fica na Patagónia, no Chile, e é a maior extensão de gelo no hemisfério sul, fora da Antártida. Os pesquisadores monitorizam de perto o derretimento do gelo na região. Isso poderá ajudá-los a entender como outros glaciares, como os da Antártida e da Gronelândia, poderiam transformar-se em climas mais quentes.
Foto: picture alliance/dpa/blickwinkel/E. Hummel
Como proteger o gelo alpino?
O glaciar do Ródano, na Suíça, é a nascente do rio de mesmo nome. Durante vários anos, no verão, os cientistas cobriram o gelo com mantas brancas resistentes aos raios ultravioleta, para tentar atrasar o seu derretimento. Segundo os cientistas, o aumento das temperaturas pode derreter dois terços da cobertura dos glaciares alpinos até ao final do século.
Foto: Imago Images/S. Spiegl
Nova Zelândia: Acesso apenas de helicóptero
Na Nova Zelândia, o glaciar Franz Josef, na Ilha Sul, é um destino turístico popular. O glaciar costumava ter um padrão cíclico de avanço e recuo. Mas o glaciar está a diminuir rapidamente desde 2008. Os guias locais costumavam levar os turistas diretamente para o glaciar a pé. Agora, a única forma de acesso é de helicóptero.
Foto: DW/D. Killick
Alasca: Derretimento em tempo recorde
O estado norte-americano do Alasca tem milhares de glaciares. Um estudo mostra que alguns deles estão a derreter 100 vezes mais rápido do que os cientistas tinham previsto. Em agosto, dois alemães e um austríaco foram encontrados mortos depois de um passeio de caiaque no lago glaciar Valdez. As autoridades dizem que os turistas morreram provavelmente devido à queda de gelo glaciar.
Foto: imago/Westend61
Gronelândia: Aumento insuficiente
O glaciar Jakobshavn, o maior da Gronelândia, até está a aumentar. Mas, apesar de uma ponta do glaciar se ter tornado um pouco mais espessa desde 2016, o gelo está a derreter a uma velocidade maior do que o crescimento. Os cientistas acreditam que o aumento se deve a um influxo incomum de água fria do Atlântico, mas a expetativa é que águas mais quentes retornem em breve.