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Cerca de 1200 famílias serão retiradas do Parque Nacional do Limpopo, em Moçambique

19 de agosto de 2011

O governo de Moçambique aprovou um plano de reassentamento de 1200 famílias que vivem no interior do Parque Nacional do Limpopo. O esforço inédito deve reduzir conflitos entre seres humanos e fauna selvagem no parque.

Elefantes são espécies nativas protegidas no Parque Nacional do LimpopoFoto: AP

Segundo o plano, as famílias devem ser removidas das áreas do parque até 2014. O Parque Nacional do Limpopo forma, junto com o Kuger Park, da África do Sul e o Gonnarezhou, no Zimbábue, o conhecido Parque Trans-fronteiriço do Grande do Limpopo. O plano de reassentamento conta com o apoio do banco alemão de desenvolvimento KfW.

De acordo com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Henriques Banze, o processo de reassentamento será feito em etapas. "Cerca de 20 famílias já foram reassentadas. Em 2011 há a necessidade de reassentar outras 129 famílias atualmente baseadas em uma comunidade chamada Macalane, e que deverão ser transferidas para a comunidade de Banga", explica ele.

Cada família reassentada terá direito a uma porção de terra para habitação e uma pequena propriedade agrícola. Banze explica que 140 talhões (terrenos) já foram demarcados para assentar 129 famílias.

Geração de empregos

Junto com a distribuição das terras, o governo também prevê a criação de empregos localmente. "A maior parte da mão-de-obra utilizada para a construção dessas 129 casas será local", explica Banze. Para isso, o programa prevê a formação de trabalhadores, para que busquem rendimentos na construção e abandonem o desmatamento e a venda de carvão.

Treinamento de aresãos para o setor da construção pretende reduzir o desmatamentoFoto: picture-alliance/ dpa

"Os artesãos serão envolvidos em diferentes associações no sentido de continuarem o trabalho de construção das casas para onde as famílias serão reassentadas. Enquanto se formam os artesãos serão construídas umas primeiras 20 casas, que servirão de experiência piloto, e as restantes 109 casas serão portanto construídas já com esses artesãos que serão formados", diz o vice-ministro.

Para cumprir a meta de reassentamento de 1200 famílias, no entanto, o governo moçambicano ainda precisa buscar recursos junto aos parceiros alemães. "Calculamos que o reassentamento nos custe cerca de 12 milhões de dólares, e neste momento só temos quatro milhões. Então podemos reassentar algumas pessoas, mas não todas", explica Bartolomeu Soto, do Ministério do Turismo. Segundo ele, o governo moçambicano busca apoio junto à Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), para, por seu intermédio, receber ajuda do governo alemão com o restante do dinheiro necessário.

Autor: Ezequiel Mavota (Maputo)
Edição: Francis França / António Rocha

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