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Chade: Autoridades demolem sede do líder da oposição

Lusa
1 de março de 2024

A sede do Partido Socialista Sem Fronteiras (PSF), de Yaya Dillo Djérou, opositor da junta militar no poder no Chade, morto "à queima-roupa", foi hoje demolida, segundo o secretário-geral do partido

Tschad Yaya Dillo
Yaya Dillo Djérou, principal opositor do líder da junta militar no poder, foi morto pelo ExércitoFoto: Thomas Coex/AFP

O edifício que albergava a sede do PSF de Yaya Dillo Djérou, primo do general Mahamat Idriss Déby Itno, proclamado em 2021 Presidente do país para um período de transição por uma junta militar, está a ser demolido, de acordo com o testemunho de dois jornalistas da agência France Presse.

Uma escavadora de grandes dimensões estava esta tarde a demolir o edifício de três andares, segundo os dois jornalistas da AFP, que foram mantidos à distância por um forte cordão de segurança montado pelo exército, cujos veículos blindados podiam ser vistos ao longe em redor do edifício.

De acordo com o secretário-geral do PSF, Robert Gamb, Yaya Dillo foi "executado à queima-roupa" pelos militares na quarta-feira, quando o exército invadiu a sede do seu partido, afirmou o político à AFP.

O ministro da Comunicação, Abderaman Koulamallah, negou esta acusação à AFP.

"Foi uma execução"

"Foi uma execução, dispararam contra ele à queima-roupa para o matar porque se tinha tornado um incómodo", declarou Gamb.

Esta morte acontece a dois meses das eleições presidenciais no país, a que Dillo pretendia concorrer.

Segundo o Governo chadiano, Dillo estava a ser procurado pelas forças de segurança por ter sido o mentor de uma alegada "tentativa de assassinato" do presidente do Supremo Tribunal de Justiça há dez dias e de um ataque à sede dos Serviços de Informação chadianos na passada terça-feira.

Dillo, ainda segundo o Governo chadiano, foi morto no assalto – que alegadamente fez um total de sete mortos entre militares e elementos do PSF - "porque se recusou a render-se" e "disparou ele próprio contra os soldados".

Este facto é contestado pelo PSF e pela oposição, que acusam as forças governamentais de ter levado a cabo um "assassinato".

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