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SociedadeAlemanha

Merkel condena assassínio de jovem por pedir uso de máscara

Lusa
22 de setembro de 2021

Angela Merkel condenou o assassinato "horrível" do funcionário de uma bomba de gasolina por um cliente que se recusou a usar uma máscara facial, disse nesta quarta-feira (22.09) o porta-voz do Governo.

Deutschland | Nach Flutkatastrophe im Ahrtal | Bundeskanzlerin Angela Merkel
Chanceler alemã, Angela Merkel Foto: Thilo Schmuelgen/REUTERS

"O Governo condena fortemente este assassínio", disse a porta-voz do Governo numa conferência de imprensa, denunciando a "violência que deixa sem palavras" qualquer pessoa.

O crime, ocorrido no sábado (18.09) na cidade de Idar-Oberstein (oeste do país), foi divulgado apenas na terça-feira (21.09) e causou comoção na Alemanha. 

O assassinato do funcionário da bomba de gasolina, um estudante de 20 anos, terá ocorrido após este se ter recusado a atender um cliente que queria comprar uma grade de cervejas, mas não usava máscara anti-Covid-19.

Polícia alemão no local do crime.Foto: Christian Schulz/dpa/picture alliance

Crime

O suspeito do crime saiu muito enervado do local, mas voltou posteriormente e desta vez a usar uma máscara.

Entretanto, o cliente tirou a máscara quando se dirigiu ao funcionário e, depois de receber novamente a ordem para usar a máscara corretamente, tirou uma arma do bolso e disparou contra o estudante, que morreu instantaneamente, segundo a polícia.

O procurador Kai Fuhrmann disse, na segunda-feira (20.09), que o autor dos tiros, de 49 anos, apresentou-se na esquadra local no domingo (19.09.).

O grupo intitulado "Pensadores Livres (Querdenker)", um movimento radicalmente oposto às medidas de combate à Covid-19 na Alemanha, celebrou pela internet o ataque mortal.

"O facto por si só já é insuportável", mas além disso foi utilizado nas redes sociais como forma de "tentar dividir a nossa sociedade, para incitar o ódio e a difamação, apelando à violência", disse a porta-voz.

Um porta-voz do Ministério do Interior sublinhou, na mesma conferência de imprensa, que o assassinato parece ter sido um "caso isolado" e que o movimento dos opositores às medidas de combate à Covid-19 perdeu força com a flexibilização das restrições impostas na Alemanha.

O local do assassinato, na cidade alemã de Idar-ObersteinFoto: Birgit Reichert/dpa/picture alliance

"Não ao extremismo"

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, declarou esta quarta-feira (22.09), em conferência de imprensa, que é necessário "dizer 'não' de forma clara e decidida a qualquer forma de extremismo ligado à pandemia".

"O ódio e o assédio dessas pessoas incorrigíveis dividem a nossa comunidade e matam pessoas. Eles não têm lugar na nossa sociedade", declarou, na terça-feira (22.09.), o ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas.

Os serviços de informação da Alemanha anunciaram em abril que estavam a colocar membros do 'Querdenker' sob vigilância, suspeitando que tivessem ligações com o extremismo de direita.

Este tipo de grupos reúnem integrantes da extrema-esquerda, seguidores de teorias da conspiração, grupos anti-vacina, bem como partidários da extrema-direita.

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