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ConflitosAlemanha

Chanceler alemão defende Estratégia de Segurança Nacional

DW (Deutsche Welle) | com agências
22 de junho de 2023

Num discurso no Parlamento em Berlim, o chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu apoio à Ucrânia "durante o tempo que for necessário" e voltou a prometer que a Alemanha gastará 2% do PIB na área da defesa em 2024.

Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, esteve hoje no Parlamento em Berlim
Foto: Kay Nietfeld/dpa

Olaf Scholz disse esta quinta-feira (22.06) perante os deputados reunidos no Bundestag, o Parlamento alemão, que a Alemanha vai aumentar as despesas com a defesa, continuará a apoiar a Ucrânia e a pressionar a Turquia para que a Suécia adira à NATO, possivelmente a tempo da cimeira de líderes da aliança, no próximo mês, em Vilnius.

"A tarefa mais importante de cada Estado, de cada sociedade, consiste em garantir a segurança dos seus cidadãos. Sem segurança não pode haver liberdade nem prosperidade", disse o chanceler no início do seu discurso.

Medidas de "longo alcance"

Scholz disse ainda que a Alemanha respondeu à agressão da Rússia contra a Ucrânia de várias maneiras, "tomando decisões estratégicas de longo alcance".

O chanceler reiterou a posição da Alemanha de continuar a apoiar a Ucrânia "enquanto for necessário" na sua defesa contra a Rússia.

Até agora, revelou, a ajuda militar e económica alemã à Ucrânia totalizou 16,8 mil milhões de euros (cerca de 17 mil milhões de dólares). "E mostra claramente que estamos firmemente ao lado da Ucrânia", sublinhou Scholz.

A Alemanha também está a começar a assumir um "papel consideravelmente mais ativo" na proteção do seu próprio território e do território dos seus aliados da NATO, disse ainda o chanceler.

De forma coletiva, os governos europeus estão a "lançar as bases para uma Europa mais capaz de agir".

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi recebido em Berlim pelo chanceler Olaf Scholz, a 14 de maioFoto: Lisi Niesner/REUTERS

Estratégia de Segurança Nacional

"E faremos tudo o que for necessário para proteger a nossa segurança nacional contra qualquer ameaça", prometeu Olaf Scholz, referindo-se à publicação pelo governo, na semana passada, da Estratégia de Segurança Nacional, "a primeira do género" na Alemanha, como destacou o chanceler.

Olaf Scholz salientou que o documento de segurança nacional foi concebido antes da invasão da Ucrânia pela Rússia e de tudo o que se seguiu, mas tornou-se ainda mais necessário desde então.

"Estes acontecimentos alteraram profundamente o ambiente de segurança do nosso país no espaço de 16 meses", afirmou, defendendo que a proteção dos cidadãos "contra quaisquer potenciais ameaças" deve estar "no centro da arena política" da Alemanha.

2% do PIB para a defesa?

O chanceler agradeceu ao Parlamento a aprovação, na semana passada, de um projeto de orçamento que inclui a aquisição de novo equipamento militar para a Bundeswehr, o exército alemão. Segundo Scholz, Berlim está determinada a que a Europa "cumpra a sua responsabilidade de contribuir para a proteção no âmbito da NATO".

A Alemanha tem sido criticada há muito por Washington pelos seus gastos com a defesa, que há anos estão muito abaixo da meta da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas a invasão da Ucrânia intensificou os apelos para que a Alemanha gastasse mais.

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"Espero que os aliados concordem que 2% do PIB para a defesa tem de ser um mínimo", deixando de ser um objetivo não vinculativo, para "investir na nossa segurança partilhada", afirmou recentemente o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao lado do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Scholz voltou hoje a dizer no Bundestag que o Governo alemão planeia gastar 2% do PIB em 2024 "pela primeira vez em décadas" - pelo menos se as atuais projeções orçamentais e do PIB se mantiverem.

"Sublinho o que disse nesta casa a 27 de fevereiro de 2022: A nossa promessa de defesa mútua na NATO é válida, sem 'ses' nem 'mas'", declarou o chanceler.

Suécia deve estar na cimeira da NATO

Olaf Scholz também afirmou esta quinta-feira que a cimeira dos líderes da NATO, a realizar no próximo mês na capital lituana, Vilnius, irá enviar "um forte sinal de cooperação transatlântica".

Segundo o chanceler, os líderes da NATO estão a planear uma série de novas medidas defensivas - por exemplo, no que se refere à proteção das principais infraestruturas submarinas, discutidas desde os danos causados aos gasodutos Nord Stream.

"Estou firmemente convencido de que, tal como o novo membro Finlândia, também a Suécia se deve sentar à mesa da cimeira", defendeu Scholz. "E apelo ao Presidente turco reeleito [Recep Tayyip] Erdogan para que abra caminho para isso, como todos acordámos coletivamente em Madrid, no verão passado", lembrou o chefe do Governo, referindo-se à cimeira de líderes da NATO de 2022.

A Turquia adiou durante meses uma decisão sobre as ambições da Finlândia no âmbito da NATO e continua a fazê-lo no caso da Suécia. Erdogan deu a entender várias vezes, durante a sua campanha presidencial, que poderia estar pronto para avançar após a votação, mas desde então tem manifestado ceticismo.

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