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PolíticaAlemanha

Alemanha: Scholz disponível para negociar com líder da CDU

Mark Hallam
9 de novembro de 2024

Um aliado do partido do Chanceler alemão avança que Olaf Scholz estaria aberto a conversações com Friedrich Merz sobre quando avançar para novas eleições – mas apenas depois de tratar de assuntos urgentes no Parlamento.

Merz e Scholz no Bundestag alemão, a 8 de fevereiro de 2023
Scholz e Merz estão num impasse, aproximando-se de um cenário de eleições antecipadasFoto: Florian Gaertner/photothek/picture alliance

O impasse entre o Chanceler alemão, Olaf Scholz, e o líder da oposição, Friedrich Merz, mantém-se este sábado (09.11), após o colapso da coligação de três partidos que governa a Alemanha.

O social-democrata Matthias Miersch disse à edição deste sábado do jornal Süddeutsche Zeitung que o chanceler, do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), estaria preparado para outra reunião com Merz, um dia depois de o líder da União Democrata Cristã (CDU) ter dito que adupla "se separou em dissidência".

"Scholz sugeriu que chegássemos a um entendimento concreto com a União sobre quais os projetos importantes que ainda podemos apresentar em conjunto no Bundestag - como os pagamentos do abono de família, o seguro obrigatório de cuidados de enfermagem e o [passe ferroviário mensal de tarifa fixa conhecido como] Deutschlandticket", disse Miersch.

"Uma vez assegurada esta cooperação construtiva, poderemos falar com prazer sobre o momento da questão da confiança e das eleições antecipadas", acrescentou Miersch.

CDU pede movimento de confiança

O secretário-geral do partido CDU, Carsten Linnemann, deu uma resposta bastante contundente ao Frankfurter Allgemeine Zeitung sobre se o seu partido estava disposto a apoiar qualquer uma das políticas do agora Governo minoritário de Scholz antes de um voto de confiança.

"Não. A [coligação] está quebrada. A confiança desapareceu", disse.

Alexander Dobrindt, do partido irmão da CSU da Baviera, repetiu a acusação de Merz de que Scholz estava a tentar obter vantagem num eventual campanha eleitoral.

"Aqui levanta-se imediatamente a suspeita de que ele [Scholz] está novamente a tentar jogar", disse Dobrindt ao Rheinischer Post quando questionado sobre a renovada oferta de trocas.

Qual a causa do impasse?

A divergência entre Scholz e Merz gira em torno da ordem do dia. Scholz quer legislar primeiro e depois definir datas. Merz diz que não apoiará qualquer legislação até que Scholz inicie uma nova votação apresentando uma moção de confiança no Parlamento. Pediu que o chanceler o faça na quarta-feira da próxima semana.

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Devido ao fracasso da sua coligação em estabelecer um orçamento suplementar antes de Scholz demitir o Ministro das Finanças, Christian Lindner, o que precipitou a dissolução da coligação, o financiamento para alguns planos para 2025 poderá estar em risco.

Merz acusa, entretanto, o chanceler de fazer jogos partidários antes da campanha. Na sexta-feira (08.11), disse suspeitar que Scholz estava a tentar forçar os políticos da CDU/CSU a apoiar, ou talvez, mais provavelmente, a opor-se à legislação – numa tentativa de ganhar pontos de campanha com base no histórico de votações do partido.

No entanto, alguns sociais-democratas, incluindo o ministro do Trabalho, Hubertus Heil, questionaram qual o partido que poderia estar a ser arrogante sobre a questão e sugeriram que Merz também deveria considerar as suas responsabilidades para com o eleitorado.

"Não são apenas os legisladores dos partidos do Governo que têm responsabilidade numa democracia, mas também os das fações da oposição", disse Heil.

A Merz não consegue resolver o problema com as suas próprias mãos?

Como líder da oposição, Merz provavelmente não está em condições de expulsar o gGoverno minoritário de Scholz através dos seus próprios deputados ou apoiantes.

Também não pode convocar um voto de desconfiança na coligação bipartidária de Scholz que desencadearia uma eleição ao abrigo das regras alemãs – esse poder cabe exclusivamente ao chanceler.

Só poderia pedir aos legisladores que votassem no que em alemão se chama um voto de confiança "construtivo”. Isso exigiria que os deputados também declarassem confiança em que Merz assumisse o cargo de chanceler para o resto do mandato, sem desencadear uma votação antecipada – uma moção que muito provavelmente também não contaria com o apoio da maioria.

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