Chefe da diplomacia alemã acredita na vitória de Macron
tm | AP | Lusa | EFE
24 de abril de 2017
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Sigmar Gabriel, está "seguro" que Emmanuel Macron vai ser eleito chefe de Estado na segunda volta das eleições francesas. A 7 de maio, o centrista enfrenta Marine Le Pen.
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"Emmanuel Macron vai ser o próximo Presidente francês", disse o vice-chanceler de Angela Merkel, numa mensagem em vídeo na rede social Twitter. Sigmar Gabriel ressaltou também a importância que o candidato tem para a União Europeia (UE) e declarou que Macron é "o único candidato verdadeiramente pró-europeu".
"Esta eleição representa uma grande oportunidade para a Europa. O francês Emmanuel Macron seria um Presidente para defender um novo começo na Europa. E também aproximará ainda mais a França da Alemanha", disse o social-democrata.
O apoio a Macron também foi manifestado por outros líderes europeus. No Twitter, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, felicitou o candidato pelo resultado na primeira volta e desejou-lhe boa sorte para a segunda volta.
De acordo com as primeiras projeções eleitorais, Emmanuel Macron e Marine Le Pen serão os dois candidatos a disputar a segunda volta das eleições francesas, a 7 de maio. Macron terá conseguido pelo menos 24% dos votos, enquanto Le Pen conquistou 22% dos eleitores.
Em terceiro lugar, ambos com 19,5% dos votos, surgem Jean-Luc Mélenchon (esquerda) e o conservador François Fillon. Benoit Hamon foi o derrotado da noite: aparece em quinto lugar, com apenas 6 a 7% dos votos.
"Não há várias Franças"
Em Paris, após a confirmação da segunda volta das presidenciais, Emmanuel Macron ressaltou novamente um dos temas que mais abordou durante a campanha. Pediu unidade nacional e esperança na Europa, ao invés do medo. Uma referência à campanha anti-União Europeia de Le Pen. "Não há várias Franças, há apenas uma: a nossa, a França dos patriotas, numa Europa protetora que teremos de reconstruir. A tarefa será enorme. Estou pronto para isso", declarou o candidato.
Já a candidata Marine Le Pen defendeu mais uma vez a saída da França do bloco europeu, e considerou a segunda volta como uma oportunidade para o povo francês.
"Os franceses têm uma escolha simples: ou continuamos no caminho da total desregulamentação, sem fronteiras e sem proteção e como consequência o desemprego, a injusta competição internacional, a imigração em massa e a livre circulação de terroristas. Ou escolhemos a França, as fronteiras para proteger os nossos empregos, o nosso poder de compra, a nossa segurança e identidade nacional", afirmou.
Após o anúncio da segunda volta das presidenciais, o candidato conservador François Fillon disse que é preciso combater o avanço da extrema-direita no país e declarou o seu apoio a Emmanuel Macron: "O extremismo só pode trazer infelicidade e divisão. Não há outra escolha senão votar contra a extrema-direita".
Cerca de 47 milhões de eleitores foram chamados às urnas no domingo (23.04) para eleger o sucessor de François Hollande perante 11 candidatos: Marine Le Pen, Emmanuel Macron, Jean-Luc Melénchon, François Fillon, Benoît Hamon, Nathalie Arthaud, Philippe Poutou, François Asselineau, Nicolas Dupont-Aignan, Jacques Cheminade e Jean Lassalle.
História dos ataques terroristas na Europa
Desde o ano de 2003, ataques conduzidos por terroristas assombram a Europa. Nesta galeria, apresentamos uma cronologia.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Zinken
Dezembro de 2016: Berlim - Alemanha
A 19 de dezembro, um camião avança contra um dos maiores mercados natalinos em Berlim. Houve doze mortos e 55 feridos. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico. O autor, o tunisino Anis Amri, foi abatido pela polícia italiana durante a sua fuga. O ataque ocorreu na Breitscheidplatz, praça conhecida pela igreja Kaiser-Wilhelm-Gedächniskirche, símbolo da destruição da Segunda Guerra Mundial.
Foto: REUTERS/P. Kopczynski
Julho de 2016: Würzburg - Alemanha
No dia 18 de julho de 2016, um jovem de 17 anos atacou passageiros num combioi regional em Würzburg, no estado da Baviera no sul da Alemanha. Com um machado e uma faca, ele deixou cinco feridos. O agressor de nacionalidade afegã tinha entrado na Alemanha em junho de 2015, como um requerente de asilo, e foi morto pela polícia durante a fuga. O "Estado Islâmico" reivindicou o ataque.
Foto: picture-alliance/dpa/K.-J. Hildenbrand
Julho de 2016: Nice - França
Um camião avançou sobre uma multidão em Nice, no sul da França, no dia 14 de julho de 2016, durante as festividades do Dia da Bastilha. 84 pessoas morreram e outras 18 ficaram feridas em estado grave. O Presidente francês, François Hollande, classificou o ataque de atentado terrorista e declarou o estado de emergência no país por três meses.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Goldsmith
Julho de 2016: Istambul - Turquia
No dia 28 de junho de 2016, três homens-bomba atacaram o Aeroporto Atatürk de Istambul, o terceiro maior da Europa. Mais de 40 pessoas morreram e mais de 230 ficaram feridas. Chama a atenção o fato de o ataque ter ocorrido dois dias antes do segundo aniversário da proclamação do califado do "Estado Islâmico" (EI), o que sugere uma nova fase da estratégia do grupo terrorista islâmico na Turquia.
Foto: Reuters/M. Sezer
Março de 2016: Bruxelas - Bélgica
No dia 22 de março de 2016, dois terroristas explodiram malas com explosivos na área de embarque do Aeroporto Internacional de Zaventem, em Bruxelas. Minutos depois, outra bomba foi detonada por outro terrorista suicida na estação de metro de Maelbeek, no bairro onde ficam escritórios da Comissão Europeia. 32 pessoas morreram e mais de 300 foram feridas.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Waem
Março de 2016: Ancara - Turquia
A Turquia sofreu vários atentados desde junho de 2015. Istambul e Ancara são as cidades mais visadas. Em 13 de março de 2016, um carro-bomba matou 37 pessoas e deixou 125 feridos. A violência é uma resposta à ação turca na guerra civil síria.
Foto: Reuters/U. Bektas
Novembro de 2015: Paris - França
Uma série de ataques a tiros e bombas em diversos pontos da capital francesa deixou 130 mortos. O maior número de vítimas foi registrado na casa de espetáculos Bataclan, que foi invadida por um grupode atiradores que dispararam a esmo. O local estava lotado. O grupo terrorista islâmico sunita "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a autoria dos ataques.
Foto: Getty Images/AFP/K. Tribouillard
Junho de 2015: Saint-Quentin-Fallavier - França
Um ataque contra uma fábrica de gás na cidade de Saint-Quentin-Fallavier, próximo a Lyon, no leste da França, deixou um morto e vários feridos. Um corpo decapitado foi encontrado próximo à fábrica de gás, ao lado de uma bandeira islâmica.
Foto: picture-alliance/dpa
Janeiro de 2015: Paris - França
Um ataque ao semanário Charlie Hebdo, em Paris, matou 12 pessoas. O Presidente francês, François Hollande, condenou o atentado, classificando o ato como uma barbaridade extraordinária. Políticos e jornalistas na Europa dizem que o atentado à redação do "Charlie Hebdo" foi um ataque à liberdade de imprensa no continente.
Foto: picture-alliance/dpa/AP Photo/T. Camus
Maio de 2014: Bruxelas - Bélgica
Um homem armado abriu fogo na entrada do museu judaico, em Bruxelas, no dia 24 de maio de 2014, matando quatro pessoas. Após a sua identificação em França, ele foi extraditado para a Bélgica. Suspeita-se de que o homem, de nacionalidade francesa, teria combatido na Síria por mais de um ano ao lado de guerreiros islâmicos. Ele já esteve na prisão por roubo.
Foto: Reuters
Março de 2012: Toulouse - França
Entre 11 e 22 de março de 2012, a França foi tomada pelo medo. Um homem numa motocicleta baleou dois soldados. Oito dias depois, em 19 de março, ele matou três estudantes e um professor de uma escola judaica. No dia 22 de março, os policiais invadiram a residência do terrorista e mataram-no.
Foto: AP
Novembro de 2011: Paris - França
O semanário "Charlie Hebdo" já havia sido alvo de ataques há quase quatro anos. Um coquetel molotov foi arremessado para dentro da redação, mas ninguém ficou ferido. A pessoa que cometeu o atentado não foi identificada até hoje. O motivo do ataque, supostamente, foram as publicações críticas ao islã. O periódico está há bastante tempo sob proteção policial.
Foto: picture-alliance/abaca
Dezembro de 2010: Estocolmo - Suécia
No dia 11 de dezembro, duas bombas explodiram numa área comercial bastante movimentada da capital sueca. Duas pessoas ficaram feridas. O autor do atentado, um iraquiano de 28 anos, cometeu suicídio.
Foto: AFP/Getty Images/J. Nackstrand
Julho de 2005: Londres - Inglaterra
Quatro ataques suicidas aconteceram quase simultaneamente nas principais vias da capital inglesa na manhã do dia 7 de julho de 2005. Três bombas explodiram em linhas do metropolitano de Londres e uma num autocarro de dois andares. No total, 52 pessoas morreram, incluindo os quatro terroristas. Estes atentados foram os piores da história da Grã-Bretanha.
Foto: picture-alliance/dpa/P. MacDiarmid
Março de 2004: Madrid - Espanha
No dia 11 de março de 2004, 191 pessoas morreram no maior atentado da história da Espanha. Várias bombas explodiram em quatro comboios diferentes, um deles numa linha de metro. Os terroristas foram condenados no total a 43 mil anos de prisão. Mas como não há prisão perpétua na Espanha, os criminosos ficarão, no máximo, 40 anos na prisão.
Foto: AP
Novembro de 2003: Istambul - Turquia
Ao longo de cinco dias, radicais islâmicos praticaram diversos atentados em Istambul. 58 pessoas morreram e 600 ficaram feridas. Em 15 de novembro, dois carros-bomba explodiram ao pé duma sinagoga, na qual vários fiéis estavam reunidos para rezar. No dia 20 de novembro, os radicais atacaram um banco e o consulado britânicos. Os terroristas foram condenados em 2007.