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PolíticaNíger

CEDEAO volta a debater eventual intervenção no Níger

Lusa
15 de agosto de 2023

Chefes militares da organização deverão reunir-se ainda esta semana no Gana para preparar uma eventual intervenção militar destinada a restabelecer a ordem constitucional no Níger.

Foto: KOLA SULAIMON/AFP

Os chefes militares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reúnem-se pela segunda vez esta semana para preparar uma eventual intervenção militar destinada a restabelecer a ordem constitucional no Níger, segundo fontes próximas do bloco. 

"A reunião acontecerá, em princípio, entre os dias 17 e 19 de agosto", afirmou à EFE a fonte que falou em condição de anonimato, e será realizada na capital de Gana, Acra, depois que os chefes de Estado e governo do bloco ordenaram na quinta-feira passada a mobilização de sua "força de reserva", embora também tenham assegurado que continuarão apostando no diálogo para resolver a crise.

Bola Tinubu, Presidente da CEDEAOFoto: Gbemiga Olamikan/AP/dpa/picture alliance

Esta será a segunda reunião dos chefes do Estado-Maior de Defesa dos países da CEDEAO, depois da realizada no início de agosto em Abuja, capital da Nigéria e sede da organização, onde começaram a traçar um plano para um eventual uso da força no Níger.

Até agora, a junta militar golpista do Níger ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar seu aparato militar e fechar o espaço aéreo, alertou que o uso da força terá uma resposta "instantânea" e "enérgica".

Região dividida

Uma eventual ação militar dividiu a região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território do Níger. 

No outro extremo, o Mali e o Burkina Faso opõem-se ao recurso à força, enquanto a Guiné-Conacri, a Argélia, o Chade e Cabo Verde manifestaram igualmente a sua rejeição e preferência pelo diálogo.  

O golpe de Estado no Níger foi conduzido a 26 de julho pelo autodenominado Conseil National de Sauvegarde de la Patrie (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente Mohamed Bazoum e a suspensão da Constituição. 

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.  

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