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PolíticaEstados Unidos

China acusa EUA de ter reação "exagerada" ao abater balão

cm | com agências
6 de fevereiro de 2023

A China apresentou uma queixa formal e acusou os EUA de uso indiscriminado de força ao abater sobre o oceano Atlântico um balão chinês, que Pequim garante que tinha apenas fins de investigação civil.

Foto: RANDALL HILL/REUTERS

Num comunicado, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Xie Feng, disse que apresentou uma queixa formal junto da embaixada dos Estados Unidos na China, no domingo (05.02), sobre o "ataque militar dos EUA a um dirigível não tripulado civil chinês". Xie sublinhou que "a aeronave civil entrou no espaço aéreo dos EUA por acidente" e avisou que a decisão de abater o balão irá "prejudicar gravemente" as relações entre as duas potências.

O vice-ministro qualificou a reação de Washington como "exagerada" e acusou o país de "violar gravemente o espírito do direito internacional". "A China protegerá os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e defenderá os interesses e a dignidade do país", disse Xie.

EUA tentam recuperar destroços

Os Estados Unidos têm em curso uma operação para recuperar os destroços do alegado balão espião chinês que sobrevoava o território norte-americano desde a passada terça-feira (31.01).

Anthony Blinken, secretário de Estado norte-americanoFoto: Win McNamee/Getty Images

O balão foi abatido no sábado (04.02) por aviões caças da Força Aérea, sobre as águas do Atlântico, em frente à costa da Carolina do Sul. Navios da Marinha e da Guarda Costeira procuram pistas para esclarecer a natureza do dispositivo.

Chuck Schumer, líder da maioria do Senado dos Estados Unidos, espera que, com o equipamento, possa ser analisada a tecnologia utilizada pelo Partido Comunista Chinês. "Embora ainda não tenhamos recuperado o balão e as peças… Como caiu em águas relativamente rasas, há uma boa hipótese de (…) o recuperarmos intacto. E podemos aprender muito sobre as capacidades da China e o que estavam a tramar", referiu.

Segundo Schumer, os senadores irão receber nos próximos dias um estudo confidencial sobre o balão que também incluirá informações sobre como os EUA se posicionam contra a China militarmente.

"O briefing envolve a nossa posição em relação à China em tudo, desde capacidades de vigilância, investigação e desenvolvimento, a sistemas avançados de armas e outras plataformas críticas. E permitirá que qualquer um dos dois lados, China ou Estados Unidos, tenha vantagem nos conflitos de igual para igual - tanto económicos quanto geo-militares", acrescentou.

Balão foi detetado pelos EUA no final de janeiroFoto: Larry Mayer/Billings Gazette/AP/picture alliance

Depois de alguma hesitação, a China admitiu que o aparelho era chinês, mas garantiu tratar-se de um balão concebido apenas para recolher dados meteorológicos.

Crise diplomática

O caso provocou a mais recente crise diplomática entre os dois países, resultando no cancelamento da visita a Pequim do secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, que tinha como objetivo desanuviar as relações bilaterais.

O balão foi um passo "provocatório” da China, diz o analista Lyle Morris, membro do Asia Society Policy Institute.

"Penso que, neste momento, se a China enviou intencionalmente ou não o balão para o território dos EUA, é irrelevante. Acho que, do ponto de vista público e da opinião pública, é tremendamente prejudicial para a relação EUA-China, porque mostrou a extensão do programa de espionagem da China e o que estão dispostos a fazer para recolher informações dos Estados Unidos", comentou.

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