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China perdoa dívida a 17 países africanos

Lusa
23 de agosto de 2022

A China anunciou que vai perdoar os juros de empréstimos a 17 nações africanas e redirecionar 10 mil milhões de dólares das suas reservas no Fundo Monetário Internacional (FMI) para as nações deste continente.

Foto: picture-alliance/AP Photo/G. Baker

Em declarações citadas pela agência de informação financeira Bloomberg, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês deu esta garantia durante o Fórum de Cooperação China-África, ainda que não tenha dado detalhes sobre quais as nações que vão ver os juros perdoados nem qual a maturidade dos empréstimos incluídos neste alívio da dívida.

Desde 2000, Pequim tem anunciado múltiplas rondas de perdões de dívida, tendo cancelado pelo menos 3,4 mil milhões de dólares (34,2 mil milhões de euros) em dívida até 2019, de acordo com os dados compilados pela Universidade de Estudos Internacionais Johns Hopkins.

O aumento da inflação no seguimento da invasão da Ucrânia pela Rússia tem levado os bancos centrais, incluindo a Reserva Federal norte-americana, a subirem as taxas de juro, o que aumenta o custo dos pagamentos da dívida soberana.

Como os países em desenvolvimento têm uma dívida que ronda os 250 mil milhões de dólares, cerca de 251 mil milhões de euros, existe o risco de uma cascata de incumprimentos financeiros por parte dos países que já estavam em dificuldades antes mesmo da pandemia de covid-19, escreve a Bloomberg.

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Críticas às práticas chinesas

A China tem sido muito criticada pelos parceiros internacionais pelas práticas de empréstimo às nações mais pobres, que representa quase 40% da dívida bilateral e privada que os países precisam de pagar este ano, de acordo com dados do Banco Mundial.

"O que África quer é um ambiente de cooperação amigável, não a mentalidade de soma-zero da Guerra Fria", escreveu Wang, de acordo com o comunicado disponibilizado no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

A China recebeu o equivalente a 38,2 mil milhões de dólares (38,4 mil milhões de euros) do FMI ao abrigo da emissão de Direitos Especiais de Saque, dos quais 10 mil milhões de dólares (quase o mesmo em euros) poderão ser canalizados para os dois fundos criados pelo FMI para ajudar os países de baixo e médio rendimento.

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