China e Angola assinam seis acordos de cooperação em Luanda
9 de maio de 2014 Terminou esta sexta-feira (9.05) a visita do primeiro-ministro chinês a Angola. As autoridades de Luanda querem um incremento da cooperação, mais crédito e mais parcerias. Atualmente, Angola tem um volume de negócios na ordem dos 37 mil milhões de dólares com aquele país asiático.
Os dois países assinaram 6 acordos financeiros, mas os montantes não foram revelados, nem mesmo na conferência de imprensa concedida pelo presidente José Eduardo dos Santos e Li Keqiang, no final da visita.
O único dado financeiro avançado pelo primeiro-ministro do país asiático é que a China vai doar a Angola 180 milhões de yuans, cerca de 21 milhões de euros. O chefe do Governo chinês, que visita Angola no âmbito de um périplo que realiza por países africanos, discursava na abertura das negociações entre os dois países no Palácio Presidencial.
Financiamento e formação
O presidente angolano pediu à China mais parcerias com empresas chinesas, afirmando que "essas parcerias permitem a formação profissional e técnica dos quadros nacionais, para que adquiram competências e habilidades para contribuirem para o desenvolvimento do país". Na lista de pedidos estão também "mais créditos para a modernização das infra-estruturas".
Os financiamentos da China foram fundamentais para a edificação da nova Angola, quando mais nenhum país do mundo se disponibilizou para conceder créditos altos para financiar um país partido pela guerra até 2002. Hoje, todos os sectores da vida do país têm financiamento chinês, até na formação profissional, como refere o ministro do Trabalho, Pitra Neto. "Para que os angolanos possam ocupar cada vez mais postos de trabalho - e não só atividades auxiliares, mas também de ponta, de domínio complexo - é preciso que haja formação profissional", frisa o ministro. "Este projeto na área da formação profissional é um bom ponto de partida para a 'angolanização' da força de trabalho", conclui.
Movimentações bilaterais facilitadas
O acordo de supressão de vistos diplomáticos e de serviço entre os dois países é visto como um grande ganho. Segundo o ministro das Relações Exteriores, George Chicoti, "facilita-se a circulação entre os dois países". Ainda no entender de Chicoti, há também "alguns acordos financeiros que demonstram o nível de cooperação entre Angola e a China".
A docente universitária do Centro de Investigação cientifica da Universidade Católica, Regina Santos, assinala os benefícios para Angola da cooperação com a China, frisando que "este acordo bilateral foi, de algum modo, um catalisador para esta movimentação de outros países para conseguirem também um posicionamento em Angola". "Deu ao país um grande poder negocial", considera.
Angola é o maior fornecedor de petróleo à China, que, por sua vez injeta, biliões de dólares na modernização do país. Esta é a primeira visita que o primeiro-ministro da China realiza a África, um ano depois de o Presidente Xi Jinping ter visitado o continente africano, sendo Angola o terceiro périplo africano que já o levou à Etiópia
e Nigéria, que termina no Quénia.