China garante continuar apoio à modernização de Angola
Lusa | tms
14 de janeiro de 2018
No encerramento da visita de um dia, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, demonstrou confiança no partido no poder e no Governo angolano e disse que a China não está preocupada com a dívida de Angola.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, que encerrou uma visita de 24 horas a Angola, disse este domingo (14.01), em Luanda, que o seu país vai continuar a apoiar o Estado angolano na diversificação da sua economia, industrialização e modernização em prol da paz e unidade do continente africano.
Wang Yi também ressaltou que não existe qualquer preocupação sobre a dívida de Angola para com a China, cujo valor não revelou.
"Tal como qualquer país em desenvolvimento, numa fase inicial da sua economia, é muito natural que pretenda mais financiamentos. A China também experimentou este processo, esses são problemas temporários".
O chefe da diplomacia chinesa demonstrou confiança nas autoridades angolanas, dizendo que não tem "nenhuma preocupação, porque tanto o partido no poder como o Governo em Angola estão a achar o caminho que corresponde à situação doméstica de Angola, que é a diversificação da economia e industrialização acelerada".
Wang Yi falava em conferência de imprensa no final de negociações entre os dois países, que serviram para a discussão sobre as obrigações de cada uma das partes sobre os vários acordos existentes, particularmente, a dívida de Angola para com a China.
"Dívida sustentável"
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, disse que relativamente à dívida de Angola para com a China "as duas partes estão satisfeitas com o caminho percorrido até aqui", tendo decidido "discutir do ponto de vista técnico novas formas, métodos inovadores, que tornam esta dívida sustentável".
Foram ainda discutidas formas para que "o seu curso não seja interrompido, para que os projetos já em curso e aqueles que venham a ser acordados possam ter a necessária almofada financeira".
"Nós decidimos que equipas técnicas de Angola e da China devem trabalhar no âmbito da preparação da segunda sessão da comissão orientadora de cooperação económica e comercial entre Angola e a China, que é o mecanismo utilizado entre os dois países para coordenar e supervisionar a cooperação económica bilateral", disse, salientando que a mesma terá lugar em Luanda, muito em breve.
De acordo com o governante angolano, no quadro dessas discussões tomar-se-ão decisões relacionadas com a assinatura de instrumentos jurídicos considerados indispensáveis para conformarem ainda mais o apoio institucional à cooperação bilateral entre os dois países.
No final das conversações entre as duas delegações, os dois ministros assinaram um acordo de facilitação de vistos em passaportes ordinários, cujos contornos não foram divulgados.
Dinheiro da China e um renascimento sobre trilhos em África
Para melhorar sua infraestrutura de transporte no exterior, a China está investindo maciçamente em África, dando uma nova vida a um velho meio de viajar.
Foto: Getty Images/AFP
O comboio rápido de Abuja a Kaduna
Desde julho, 175 quilómetros de trilhos interligam a capital da Nigéria, Abuja, ao estado de Kaduna, no norte do país. A construção custou cerca de 800 milhões de euros. O Banco de Exportação e Importação da China forneceu aproximadamente 450 milhões deste valor.
Foto: DW/U. Musa
O chefe de Estado nos trilhos
O Presidente Muhmmadu Buhari foi convidado especial na viagem inaugural do novo comboio. Um bilhete para a viagem de 2 horas e 40 minutos custará o equivalente a três euros para a classe económica e 4,25 euros para a primeira classe.
Foto: DW/U. Musa
Comboios em Addis Ababa
A primeira linha de comboio rápido na capital da Etiópia entrou em atividade em 2015. Foi construída pelo Grupo Ferroviário da China – também com financiamento da China EximBank. Até 2020, os chineses serão os responsáveis pela operação e manutenção destes comboios. Em seguida, a Etiópia Railways Corporation deve assumir.
Foto: picture-alliance/dpaMarthe van der Wolf
Interligando a África Oriental
Pelo menos 25 mil quenianos e 3 mil chineses devem participar na construção da rota de 472 quilómetros entre Mombasa e Nairobi. Cerca de 90 por cento dos custos de aproximadamente 3,6 mil milhões de euros serão financiados pela China. Mais tarde, cidades como Kampala e Juba devem ser ligadas.
Foto: Reuters/N. Khamis
Museu Ferroviário em Livingstone
O transporte ferroviário em África remonta a um longo caminho. Em 1856 a rota entre Alexandria e o Cairo foi aberta. Estima-se que estas máquinas de vapor trabalharam do início do século 20 até 1976 na Zâmbia. Agora os comboios são exibidos no Museu Ferroviário em Livingstone.
Foto: Getty Images/AFP/S. de Sakutin
Dilapidação no final do domínio colonial
Uma série de linhas ferroviárias foram construídas pelos colonialistas em África. Os comboios transportavam matérias-primas para a costa, onde seriam então enviadas para a Europa. Muitas dessas rotas estão em ruínas. As relíquias na foto pertencem à linha ferroviária original entre Swakopmund e Walvis Bay, construída em 1914, mas substituída em 1980.
Foto: picture-alliance/Ardea/K. Terblanche
Rede ferroviária em África
Numa declaração de 2015, o Banco Africano de Desenvolvimento enfatizou a importância da ferrovia para o continente. Permite o transporte barato de mercadorias e alivia o congestionamento urbano, de acordo com o banco. O relatório também critica o mau estado das redes ferroviárias. Elas se estendem principalmente ao norte e ao sul e muitas vezes não estão ligadas entre si.
Estações fechadas serão reabertas?
À medida que as economias crescem em muitos países africanos, uma nova ênfase é dada aos melhoramentos nos transportes. Se a China e outros patrocinadores continuarem a investir, estações de comboio desertas como esta em Adis Abeba poderão funcionar novamente.
Foto: Getty Images/AFP/M. Medina
Ferrovia na África do Sul
A rede ferroviária regional de Gautrain conecta Pretória e Joanesburgo com o maior aeroporto de África. Ela deve ser ampliada dos atuais 80 para 230 quilómetros nos próximos 20 anos. Com cerca de 21 mil quilómetros de via, a África do Sul tem, de longe, a maior rede ferroviária do continente. O Sudão tem 7,3 mil quilómetros, enquanto o Egito tem 5,1 mil.
Foto: imago/ZUMA Press
Comboios franceses em Tânger
Os comboios de alta velocidade do continente estão planejados no norte. O primeiro de 12 comboios TGV franceses foram entregues em junho passado. A viagem entre Tânger e Casablanca deve levar 2 horas 10 minutos a uma velocidade de até 320 quilómetros por hora, em vez de 4 horas e 45 minutos. A linha se estenderá mais tarde à Argélia e à Tunísia.