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Chivukuvuku quer legalização do PRA-JA ainda este ano

13 de abril de 2023

Abel Chivukuvuku, líder do PRA-JA Servir Angola, confia que o projeto político será legalizado até ao final de 2023. O passo seguinte: a "alternância política" em 2027, de mãos dadas com a UNITA e o Bloco Democrático.

Abel Chivukuvuku, líder do PRA-JA Servir Angola
Foto: DW/J. Carlos

Dois anos depois do Tribunal Constitucional recusar a legalização do PRA-JA Servir Angola, os membros do projeto político liderado por Abel Chivukuvuku não desistem.

Nas eleições do ano passado, o PRA-JA elegeu 14 deputados através da plataforma Frente Patriótica Unida, encabeçada pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, o maior partido da oposição). Com a crise que se vive na Justiça angolana, após vários escândalos de corrupção, e com a intenção do PRA-JA de processar o Estado angolano, Abel Chivukuvuku confia que o projeto será legalizado.

"A crise na Justiça destapou os problemas que vivíamos, que a Justiça está politizada. Suponho que terão mais cuidado. E, como vamos processar criminal e civilmente o próprio Estado - vamos exigir o pagamento de danos morais e materiais - também terão interesse em não voltar a fazer o que fizeram no passado", afirmou Chivukuvuku esta quinta-feira (13.04) em declarações aos jornalistas.

O lema para 2023 é "legalizar o PRA-JA, revitalizar e crescer". Chivukuvuku acredita que, até ao final deste ano, a organização será legalizada.

Condecoração de Chivukuvuku

O político foi condecorado pelo Presidente angolano João Lourenço, no âmbito das celebrações do Dia da Paz, no dia 4 de abril.

A presença de Chivukuvuku no evento foi criticada, sobretudo porque o Estado não reconhece a sua formação política. Mas o líder do PRA-JA desvaloriza as críticas e diz que uma coisa não tem a ver com a outra.

"O PRA-JA não tem nada a ver com a condecoração", salientou Chivukuvuku.

Os líderes da Frente Patriótica Unida: Abel Chivukuvuku (PRA-JA Servir Angola), Adalberto Costa Júnior (UNITA) e Justino Pinto de Andrade (Bloco Democrático)Foto: D. Vasconcelos/DW

"Se quisermos fazer justiça, eu mereço a condecoração. Pelo Estado. Participei em todas as reuniões do Dr. Savimbi com o Presidente da República para fazer a paz. Com o Dr. Carlos Feijó, organizámos as cimeiras de Lusaka, Libreville e Franceville, entre o Dr. Savimbi e o Presidente da República. Isso, em termos de merecimento, não é discutível. O que é discutível é a mentalidade de exclusão".

Trabalho com UNITA e Bloco Democrático vai continuar

Chivukuvuku garante que o PRA-JA vai continuar ligado à Frente Patriótica Unida, ao lado da UNITA e do Bloco Democrático, para garantir a alternância política em 2027.

O político apela aos apoiantes para continuarem firmes, porque há ainda muitos obstáculos pela frente. Nas eleições anteriores, "houve ciladas, houve de tudo. Não foi fácil. Mas a pátria exigia esse sacrifício", afirma.

"E o caminho vai continuar. Não vale a pena ter a ilusão de que vai ser fácil. Agora já viram que, juntos, somos muito fortes. E as ciladas vão ser piores."

A UNITA e o Bloco Democrático esperam ver o PRA-JA legalizado para reforçar o plano da alternância política.

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Segundo o vice-presidente do Bloco Democrático, Nelson Bonavena, a não legalização do PRA-JA seria uma prova de "exclusão política".

"Não é apenas uma questão do PRA-JA. É uma questão de todos nós. Não é uma mera perseguição pessoal, mas é uma ofensiva contra todos os que aspiram à liberdade", salientou Bonavena.

A vice-presidente da UNITA, Arlete Chimbinda pediu o reforço da unidade interna na Frente Patriótica: "É óbvio que o nosso adversário político pretende criar fissuras nesta organização. Pretende dividir os membros da FPU. Cabe a nós, todos sem exceção, trabalhar afincadamente para que os desígnios do nosso adversário não vinguem entre nós", apelou.

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