Chivukuvuku teme que Tribunal Constitucional chumbe aliança
2 de agosto de 2021O líder do projeto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivikuvuku, revelou que a chamada Frente Patriótica Unida estuda se disputará as presidenciais em 2022 como "coligação" ou "agregação". Segundo o político, o objetivo deste e de outros estudos é que o Tribunal Constitucional de Angola (TC) não bloqueie a formação da aliança de oposição.
"Estamos com equipas técnicas a trabalhar sobre isto. Nós temos esta preocupação, sobretudo tendo em conta o contexto atual, marcado por incapacidade governativa e mudança de percepção das pessoas. Há um nível de maturação muito grande do eleitorado. Em função disso, nós temos que nos precaver", explicou em entrevista ao canal MwangoleTV no YouTube, lembrando os esforços para a legalização do projeto político PRA-JA.
Na próxima quinta-feira (05.08), haverá um novo encontro dos partidos formadores da aliança oposicionista - União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Bloco Democrático e PRA-JA – para a definição de um quadro normativo para a Frente Unida Patriótica.
Rumores de saída
Durante a entrevista para o mesmo canal, Chivukuvuku negou os rumores de que estará a abandonar a Frente Unida Patriótica porque lhe foi posta a condição de legalizar o PRA-JA.
O político disse que não fica surpreendido com "fake news", que, segundo ele, seria uma característica do regime do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) desde sempre. Abel Chivukuvuku classificou como um "fenómeno triste" o facto de as pessoas não examinarem as informações que circulam nas redes sociais.
"[Os rumores] não me surpreenderam porque nós sabemos a natureza do regime. A natureza do regime é a mentira, a intoxicação e a diabolização. O que achei interessante, com tristeza, é que as pessoas acreditam. Qualquer coisa que o MPLA atira por ali, as pessoas acreditam. E mesmo pessoas supostamente lúcidas", argumentou.
Lançamento previsto
Em entrevista concedida após um evento académico na última sexta-feira (31.08), o líder do PRA-JA salientou que os preparativos estão a ser ultimados, e em setembro, o mais tardar, já deverá estar tudo pronto para formalizar a "Frente Patriótica Unida".
Segundo Chivukuvuku, ainda há vagas para a Frente Patriótica. O político salientou que a plataforma está aberta a todos os que queiram afastar do poder o MPLA nas próximas eleições gerais. Menos importante é quem vai liderar a "frente", assevera Chivukuvuku.
Durante o o evento, o político reclamou que o atual ambiente político no país não permite uma competição partidária em condições de igualdade e um partido continua a ser mais favorecido do que os outros.