1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Chuva tardia e escassa prejudica agricultura em Cabo Verde

24 de outubro de 2011

Produção de milho deverá ficar abaixo da média registrada em 2010. Ministra do Desenvolvimento Rural aposta em culturas alternativas à do milho.

Agricultores dizem que produção de milho deste ano está praticamente perdida em várias áreas
Agricultores dizem que produção de milho deste ano está praticamente perdida em várias áreasFoto: Renate Krieger / DW

Em Cabo Verde, o ano agrícola está prejudicado devido à queda de precipitações tardias e em quantidade insuficiente.

Nas zonas altas de algumas ilhas ainda se pode esperar parte da produção de milho, mas abaixo da média registrada em 2010, quando foram colhidas mais de 8 mil toneladas.

Em comparação com o ano passado, "este ano agrícola é menos bom, mas razoável", garante a Ministra do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet. Segundo ela, a produção não se resume unicamente a milho. Nas zonas altas e semeadas das ilhas de Santiago, Fogo e Brava há uma perspectiva razoável nas culturas de feijões, tubérculos, abóboras e pastagem.

Otimismo apesar da má situação

A maioria dos agricultores admite que a produção do milho - base da dieta alimentar em Cabo Verde - está praticamente perdida nas zonas baixas, áridas e semi-áridas. Já nos pontos mais altos, apesar de ainda não se poder avaliar o seu impacto, pode haver alguma produção de milho, mas em quantidade muito inferior à do ano passado.

E, apesar do cenário negativo, eles estão esperançosos: "Podemos dizer que com as últimas chuvas, o ano agrícola está garantido. Estou a contar com feijões e ervilhas", diz a agricultora ouvida pela reportagem.

"Tenho fé que as últimas chuvas vão ajudar, sobretudo, para o pasto dos animais", acredita outro.

Diante da situação, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostra-se disponível em apoiar Cabo Verde. De acordo com o representante da FAO no país, Franz de Ven, a organização vai intensificar ações de recuperação no setor, se for necessário, junto com o governo.

A produção do milho tornou-se um fator cultural e de segurança em Cabo Verde. No entanto, a titular da pasta de agricultura, Eva Ortet, defende a agricultura irrigada e a pecuária, para gerar empregos e retirar a população da pobreza.

Ela aposta ainda na diversificação de culturas. Além do milho e feijão, tubérculos e legumes podem ser novas opções. Nas zonas úmidas e semi-úmidas, é possível investir em fruteiras.

Autores: Nélio dos Santos (Cidade da Praia) / Tatiani de Souza
Edição: Renate Krieger

Ministério do Desenvolvimento Rural aposta em diversificação de culturas. Áreas mais altas, como Ilha do Fogo (foto), conseguiram produzir mais em 2010Foto: DW/Renate Krieger
Saltar a secção Mais sobre este tema