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DesastresMoçambique

Ciclone Chido: Ajuda ainda não chegou às populações

DW (Deutsche Welle)
9 de janeiro de 2025

Vítimas do ciclone Chido em Mecufi e Pemba, na província de Cabo Delgado, reclamam demora na chegada de apoio. Situação agrava-se num momento em que chove constantemente na região. Governo provincial reconhece atrasos.

Passagem ciclone Chido em Cabo Delgado
Vítimas do ciclone Chido em Mecufi e Pemba, na província de Cabo Delgado, reclamam demora na chegada de apoioFoto: Delfim Anacleto/DW

Muitas das vítimas do ciclone Chido, que fustigou o norte de Moçambique no final de 2024, continuam a enfrentar dificuldades no distrito de Mecúfi, o mais afetado pelo mau tempo.

Abdul Selimane, residente na aldeia de Saçalane, sede distrital de Mecúfi, perdeu tudo durante a passagem do ciclone, estando agora a viver em condições precárias. À DW, diz estar "de mãos atadas".

"Não tenho emprego. Não consigo ir à praia porque o material foi arrastado pela água e não tenho nada para comer", conta.

Eusebio Rachid, também residente na mesma aldeia, relata falta de abrigo e alimentação deficitária.

"Não temos lugar para dormir. Não temos boas refeições porque a nossa mandioca molhou com o ciclone. Está tudo destruído”, lamenta.

Rachid sublinha ainda que "ainda não viu qualquer ajuda do Governo", desde o ocorrido.

Famílias que perderam as suas casas estão a reaproveitar chapas de zinco e outros materiais danificados Foto: Delfim Anacleto/DW

Ajuda ainda não chegou

Algumas famílias afetadas pelo devastador ciclone afirmam que se registaram para receber apoio humanitário, mas alegam que a ajuda ainda não chegou.

No bairro municipal de Mahate, em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, há igualmente famílias sem meios para se recomporem.

 "Eu tinha três casas, uma onde albergava crianças, outra era ocupa por locadores e uma maior onde vivia. Tudo foi destruído e não sei como voltar a construir”, desabafa a residente Ana Maria.

António Supeia, secretário de Estado de Cabo Delgado, reconhece a necessidade de acelerar a assistência às vítimas do cicloneFoto: Delfim Anacleto/DW

Chuva agrava situação

Grande parte das famílias que perderam as suas casas estão a reaproveitar chapas de zinco e outros materiais danificados para cobrir parte das paredes e, assim, obter algum espaço para se acomodarem. No entanto, quando chove, o pouco que restou fica submerso pela água da chuva.

António Supeia, secretário de Estado de Cabo Delgado, reconhece a necessidade de acelerar a assistência às vítimas do temporal e frisa que a prioridade está na entrega de abrigos.

“Ainda estamos com essa questão porque estamos no período chuvoso em que se precisa de alguma proteção [para as vítimas]. Encorajamos as equipas do terreno e os nossos parceiros a fornecerem material para abrigos".

António Supeia assume ainda que são "muito baixas" as percentagens de apoio nesta vertente em Metuge, Chiúre e também em Pemba.

"É preciso aumentarmos a nossa velocidade [de assistência às populações]”, admite o secretário de Estado de Cabo Delgado.

A Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) juntou-se à assistência às vítimas do ciclone, fornecendo material de construção aos Governos distritais de Metuge e Pemba.

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