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DesastresMoçambique

Ciclone Chido em Moçambique: "A situação ainda é caótica"

ms | Lusa | EFE
18 de dezembro de 2024

O Governo moçambicano enviou equipas para Cabo Delgado e Nampula para dar assistência às populações afetadas pelo ciclone Chido, que causou pelo menos 45 mortos e mais de 500 feridos, segundo os últimos dados do INGD.

Destruição provocada pela passagem do ciclone Chido no distrito de Mecúfi
Ciclone Chido provocou destruição quase total no distrito de Mecúfi, província de Cabo DelgadoFoto: UNICEF MOZAMBIQUE/via REUTERS

Segundo o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, o Governo decidiu "enviar equipas multissetoriais às duas províncias para apurar a situação no terreno e prestar assistência necessária às vítimas".

Enquanto isso, detalhou o chefe de Estado, as equipas do Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (INGD) "permanecem ativas e desdobradas em várias frentes dos pontos críticos, numa missão liderada pela própria presidente da instituição".

O ciclone tropical Chido saiu do território moçambicano na terça-feira (17.12), "deslocando-se pelo interior do Zimbabué", pelo que já "não constitui perigo para Moçambique", anunciou o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).

"No entanto, prevê-se ainda a ocorrência de chuvas fracas a moderadas, acompanhadas de trovoadas para alguns distritos das províncias de Manica e Tete, que fazem fronteira com o Zimbabué", informou ainda o INAM.

Apoio urgente

O ciclone Chido, que atingiu a costa norte de Moçambique no domingo (15.12) através de Cabo Delgado e Nampula, agravou as necessidades de populações no norte do país deslocadas pelo terrorismo, com 190 mil pessoas a precisarem de "apoio urgente", alertou já o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Segundo a porta-voz do ACNUR, Eujin Byun, o ciclone "destruiu casas, desalojou milhares de pessoas e danificou gravemente" estradas e vias de comunicação, "dificultando os esforços de ajuda em áreas que já acolhem um grande número de deslocados" devido ao terrorismo.

Várias casas, escolas e hospitais foram destruídos pelo ciclone Chido, que atingiu Moçambique nos últimos diasFoto: DW

Por isso, a agência da ONU está "profundamente preocupada com o impacto nestas comunidades vulneráveis", estando "a trabalhar em estreita colaboração com o Governo de Moçambique e com os parceiros humanitários para prestar assistência imediata" às populações afetadas.

"Em algumas aldeias, muito poucas casas permanecem de pé. Anos de conflito, deslocações forçadas e dificuldades económicas deixaram as comunidades da região cada vez mais vulneráveis. Para muitas famílias deslocadas, o ciclone Chido causou novas dificuldades, destruindo o pouco que conseguiram reconstruir", alertou Byun.

Número de vítimas provisório

Segundo os números mais recentes, pelo menos 45 pessoas morreram e 503 ficaram feridas no norte de Moçambique, onde "a situação ainda é caótica", disse a presidente do INGD, Luísa Meque, no início da última reunião do comité de emergência do órgão, realizada esta terça-feira na cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, a mais afetada pelo ciclone.

De acordo com Luísa Meque, o número de vítimas é provisório, uma vez que os danos ainda estão a ser avaliados e pode haver pessoas sob os escombros.

Trinta e sete das 45 mortes ocorreram em Cabo Delgado, mais especificamente no distrito de Mecúfi, onde "todas as infraestruturas públicas e privadas ficaram sem telhado e a maioria das paredes foi danificada.", precisou a presidente do INGD. As restantes mortes foram registadas nas províncias de Nampula (cinco) e Niassa (três).

"Como vamos começar a reconstruir essas infraestruturas destruídas? Os números que teremos nos próximos dias provavelmente aumentarão, porque a área atingida é muito grande”, lamentou Meque.

O ciclone Chido também causou pelo menos 21 mortos e 45 feridos graves no arquipélago de Mayotte, no oceano Índico.

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