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Ciclone faz dezenas de mortos em Moçambique

rl | Lusa | EBU
18 de março de 2019

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique registou até este domingo 68 mortes na província de Sofala, cinco em Manica e centenas de feridos. Milhares de pessoas precisam de ajuda humanitária.

Ciclone deixou rasto de destruição em ChimanimaniFoto: picture-alliance/Xinhua News Agency/S. Jusa

O número de mortes provocadas pela passagem do ciclone Idai pelo centro de Moçambique aumentou para 73, segundo os dados mais recentes das autoridades.

O ciclone Idai, que atingiu Moçambique na noite da passada quinta-feira (14.03), também deixou milhares de desalojados. A cidade da Beira foi a mais afetada. Em Sofala foram criados 28 centros de acomodação temporária, onde estão já 3800 pessoas.

Ciclone Idai deixa rasto de destruição

01:12

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Os ventos e chuvas fortes que se fizeram sentir deixaram a capital provincial de Sofala parcialmente destruída, sem luz e telecomunicações. Problemas que se mantêm cerca de quatro dias após a passagem do ciclone e que estão a dificultar as operações de socorro,

"A prioridade é resgatar as pessoas que estão por cima das árvores, por cima das casas. Em termos logísticos, vamos ter dificuldade em fazer movimentação da assistência", explicou à televisão estatal Rita Almeida, dirigente do INGC. 

Mapa da área do ciclone Idai

Ajuda humanitária

No terreno, as equipas de socorro das autoridades moçambicanas, apoiadas por diversos parceiros como as Nações Unidas e a Cruz Vermelha, têm tentado levar ajuda humanitária aos desalojados. Uma tarefa que tem estado a ser dificultada, principalmente, por causa da falta de acessos.

Muitas estradas ficaram inundadas e danificadas. O envio de meios aéreos é, por isso, apreciado. "Além dos helicópteros já enviados pelo Governo sul-africano, o Programa Mundial de Alimentação (PAM) da ONU enviará pelo menos um helicóptero de transporte para conduzir operações aéreas de emergência, principalmente nas zonas mais remotas que possam estar inacessíveis por causa das cheias. O helicóptero será enviado assim que as condições o permitirem e o espaço aéreo estiver aberto", disse Herve Verhoosel, porta-voz do PAM.

Voos cancelados em Maputo por causa do cicloneFoto: Getty Images/AFP/E. Josine

Presidente Nyusi no terreno

O Aeroporto Internacional da Beira voltou a abrir à navegação na manhã deste domingo (17.03). Dia em que também o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, sobrevoou de helicóptero as zonas mais afetadas pelo ciclone. "A situação é muito grave", admitiu o chefe de Estado.

"Continua muita gente em cima das casas. As casas cederam e os residentes estão em cima de capim, com bens", rodeados por água, referiu o Presidente, indicando que foram identificadas situações de que ainda não havia conhecimento.

Balanço de ciclone em Moçambique sobe para 73 mortos

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"Precisamos mesmo de reforçar o socorro daquelas pessoas. Vai levar tempo, mas temos que fazer esse trabalho a todo o custo", sublinhou Filipe Nyusi.

Em entrevista à AFP, este domingo, o ministro do Meio Ambiente de Moçambique, Celso Correia, afirmou que "este é o maior desastre natural ocorrido em Moçambique" e que a prioridade do governo continuará a ser "salvar vidas".

Ciclone também afetou Zimbabué e Malawi

A ONU estima que o ciclone Idai tenha afetado mais de 1,5 milhões de pessoas em Moçambique, Zimbabué e Malaui. Nos três países, somam-se já 200 vítimas mortais e é provável que o número possa subir nos próximos dias, uma vez que as condições meteorológicas só devem melhorar a partir de quinta-feira.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou as autoridades para a importância de se levar a cabo um levantamento dos estragos nos serviços de saúde, já que o agravamento das cheias nos próximos dias, devido à continuação de chuvas fortes, aumenta o risco do aparecimento de doenças transmissíveis pela água e pelo ar.

"Os danos em infraestruturas e serviços de saúde poderão prejudicar a assistência a casos simples como mulheres grávidas ou pacientes com diabetes. É por isso que, a par da assistência imediata às vítimas e da vigilância da propagação de doenças, é muito importante que se faça uma avaliação dos danos das instalações de saúde", salienta o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier.

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