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DesastresMoçambique

Freddy: 250 mil pessoas precisam de ajuda em Quelimane

13 de março de 2023

A cidade de Quelimane está isolada, com aeroporto e estradas encerradas, após a passagem do ciclone Freddy. Presidente do município, Manuel de Araújo, descreve à DW um cenário "crítico".

Destruição causada pelo ciclone Freddy
Foto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF /AFP

Mais de 250 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone Freddy só na cidade de Quelimane, de acordo com as autoridades municipais. Até agora, foram contabilizados pelo menos dez mortos e centenas de feridos.

Várias infraestruturas na cidade ficaram danificadas ou foram destruídas. Quelimane ficou praticamente isolada, com o aeroporto e várias estradas encerradas. Houve cortes na distruibuição de eletricidade e o serviço de telecomunicações é precário. Além disso, diversas enfermarias ficaram sem tecto e os doentes tiveram de ser transferidos para outros locais.

Em entrevista à DW África, o presidente do município de Quelimane, Manuel de Araújo, descreve um cenário "desolador".

DW África: Qual é a situação neste momento, depois da passagem do ciclone Freddy?

Manuel de Araújo (MA): A situação é bastante crítica, porque nós tivemos um ciclone com um impacto um pouco acima das previsões. O nível de devastação foi muito grande, nós temos vários edifícios públicos e privados sem tecto, desabaram várias paredes e também temos algumas infraestruturas [danificadas], como o ginásio da escola Filipe Jacinto Nyusi, o ginásio da escola secundária Patrice Lumumba ou o tecto da Igreja dos Santos Anjos de Coalane. 

Com a passagem do ciclone Freddy, pelo menos dez pessoas morreram e mais de 250 mil foram afetadasFoto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF /AFP

E muito mais grave: várias enfermarias do Hospital Provincial de Quelimane - por exemplo, a enfermaria que trata das fístulas obstétricas, a enfermaria da pediatria, mas também a das urgências - perderam completamente o tecto. E neste momento, a água entra não só pelas paredes, como também pelo próprio tecto. É uma situação desoladora, temos doentes molhados, em camas e lençóis molhados, que tiveram de ser transferidos para outras enfermarias.

DW África: Quantas pessoas foram afetadas?     

MA: Até este momento, podemos falar em 250 mil pessoas que precisam de apoio e que são direta ou indiretamente afetadas.

Temos cerca de 20 escolas que estão a receber pessoas necessitadas, porque as suas casas ou foram destruídas ou alagadas, ou então algumas das paredes caíram ou estão alagadas.

DW África: A cidade ou a província estão a receber apoio do Governo central? O que está a ser feito e o que é preciso fazer?

MA: Nós recebemos o ministro da Saúde, também recebemos a presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, porque, como sabe, a cidade de Quelimane foi o epicentro desta crise.

O que conseguimos fazer, até agora, em termos de ajuda do Governo central, foi a distribuição - não em todos centros, mas apenas em alguns - de arroz e farinha. Ainda não foi feita qualquer distribuição de cobertores e de outros víveres que são necessários e indispensáveis.

Nós pedimos ao Governo central para que possamos fazer a distribuição de [ajuda] para evitar a propagação de doenças diarreicas, como por exemplo a cólera. Também temos que começar a tomar medidas preventivas no que se refere à deflagração da malária.

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Portanto, estamos a fazer todos os esforços para melhorarmos a coordenação entre o nível municipal, o nível provincial e o nível nacional.

DW África: Quando começa a chegar esse apoio que necessitam?

MA: Esperamos que chegue a todo o momento. Mas queria aproveitar para agradecer ao setor privado, que tem estado connosco. O setor privado disponibilizou três camiões e estamos numa campanha para repor a transitabilidade no município de Quelimane, porque muitas estradas estão intransitáveis. Caíram coqueiros, caíram árvores que estão a impossibilitar a transitabilidade. Estamos a remover esses obstáculos, com a ajuda de jovens e mulheres e com este apoio em termos de meios de transporte.

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