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DesastresMoçambique

Ciclone Freddy faz Moçambique decretar alerta vermelho

tms | da | Lusa | AFP
21 de fevereiro de 2023

Moçambique decretou alerta vermelho face à aproximação do ciclone Freddy ao centro do país. Já foram adotadas várias medidas preventivas, incluindo a ativação de mais de 200 comités de gestão de calamidades.

Foto: NASA VIA REUTERS

O Governo de Moçambique decretou, nesta terça-feira (21.02), o alerta vermelho na sequência da época chuvosa 2022-2023 e face à aproximação do ciclone Freddy ao centro do país. O fenómeno já se faz sentir em Madagáscar e deve atingir a costa moçambicana até à próxima sexta-feira, segundo as previsões.

O alerta vermelho foi decretado durante a sexta sessão ordinária do Conselho de Ministros. A medida deverá simplificar a contratação de serviços "para aliviar os processos de resgate e salvação de pessoas e seus respetivos bens", avançou o porta-voz Filimão Suaze.

De acordo com o porta-voz, o Governo mandatou brigadas compostas por ministros e vice-ministros para as províncias de Tete, Inhambane, Sofala, Manica, Zambézia, Gaza e província de Maputo, tidas como locais propensos ao ciclone Freddy.

Medidas de prevenção

Os governos locais também adotaram uma série de medidas de prevenção devido ao ciclone Freddy.

Na província de Sofala, as autoridades providenciaram embarcações e kits básicos de alimentos para 13 distritos, com maior enfoque para os que estão localizados na costa, a fim de atender a população que venha a ser atingida pela tempestade.

Na Beira, a capital provincial de Sofala, que já foi atingida por outras tempestades desta categoria, foram ativados centros de acolhimento e definidas rotas de evacuação.

Segundo o correspondente da DW na Beira, Arcénio Sebastião, apesar de as condições climatéricas continuarem normais, a população está receosa, sobretudo depois da passagem do ciclone Idai há quase quatro anos. Por outro lado, avançou o correspondente, os cidadãos também estão atentos às informações sobre o ciclone nas redes sociais e na comunicação social.

Ondas fortes na ilha francesa de Reunião com a aproximação do ciclone FreddyFoto: RICHARD BOUHET/AFP

Gestão de calamidades

Na província da Zambézia, como medida preventiva, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Ricos de Catástrofes (INGD) vai abrir 260 comités de gestão de desastres.

Ao todo, "415 salas de aulas e 221 igrejas estão a ser preparadas para que, havendo necessidade, sirvam de centros de acomodação. Adicionam-se 69 bairros de reassentamento.

A Delegação Provincial preparou também bens alimentares e um total de 11 embarcações, refere-se num comunicado do INGD, acrescentando-se que as autoridades tentam ainda sensibilizar as comunidades a abandonarem as zonas de risco.

Tempestade a caminho

De acordo com as agências de meteorologia, o ciclone Freddy está ativo no oceano Índico, devendo atingir Madagáscar ainda esta terça-feira. Em seguida, seguirá mais fraco em direção a Moçambique, mas já na categoria de tempestade tropical.

Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros moçambicano, Filimão Suaze, o ciclone poderá atingir o Canal de Moçambique na quarta-feira (22.02) e a parte continental entre a quinta e a sexta-feira.

"As províncias de Inhambane e Sofala são apontadas como pontos de entrada" da tempestade no país, avançou o porta-voz.

Entretanto, na rede social Twitter, vídeos mostram como os efeitos do ciclone já se fazem sentir nas ilhas Maurícias e em Madagáscar.

Risco de inundações

Diante da previsão para os próximos dias, a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), a maior barragem de Moçambique, anunciou a suspensão das descargas para travar subidas de caudal do rio Zambeze.

"Com esta medida de gestão hidrológica, a barragem de Cahora Bassa irá contribuir para a redução significativa dos níveis hidrométricos no baixo Zambeze", referiu o presidente da HCB, Boavida Muhambe, em comunicado. 

O objetivo é "evitar o agravamento dos possíveis impactos negativos da passagem do ciclone tropical Freddy". 

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