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DesastresMoçambique

Ciclone Freddy fez cinco mortos em Quelimane

Arcénio Sebastião (Beira) | Lusa
13 de março de 2023

O ciclone Freddy fez cinco mortos em Quelimane, avançou o edil Manuel de Araújo num balanço preliminar. As autoridades estão a contabilizar os estragos na região, que enfrenta cortes de energia e telecomunicações.

Foto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF /AFP

O ciclone Freddy provocou cinco mortes na cidade de Quelimane, centro de Moçambique, de acordo com informações preliminares avançadas este domingo (12.03) pelo presidente do município, Manuel de Araújo, que descreve um cenário de destruição.

"Temos pelo menos cinco mortes", segundo informações preliminares avançadas pelo autarca, que ainda procura reconfirmar os dados, apesar das dificuldades sentidas no terreno, dado que não há energia, nem telecomunicações.

Segundo relata Manuel de Araújo, duas pessoas morreram em desabamentos de casas precárias, outras duas foram apanhadas pela queda de uma árvore e a quinta vítima mortal terá sido surpreendida por uma embarcação atirada para fora do rio dos Bons Sinais.

Apagão total e destruição

Monstruosa é a característica encontrada para classificar o rasto de destruição deixadas pelo ciclone tropical "Freddy". O fenómeno natural deixou a cidade de Quelimane e distritos circunvizinhos num apagão total. A eletricidade de Moçambique fala em mais de um milhão de clientes sem acesso à energia elétrica.

Milhares de pessoas estão sem energia elétrica no centro de Moçambique devido ao ciclone Freddy.Foto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF/AFP

Além do número preliminar de mortos avançado pelo edil de Quelimane, as autoridades na tarde de domingo apontaram para dezenas de feridos e milhares de casas destruídas.

Na mesma senda, a cidade está desprovida de água potável, comunicações móveis e fixas, serviços bancários e vias de acesso condicionadas.

Para além de casas e infraestruturas destruídas, a queda de árvores está a bloquear importantes vias de acesso para e dentro da cidade de Quelimane, dificultando assim a circulação de pessoas e veículos.

Noite de terror

Populares relatam uma noite de terror vivido na passagem de sábado para domingo:

"Estamos a sofrer aqui na estrada, estamos a sofrer a partir de Marungane  para lá não tem casa vão lá ver meu irmão", disse uma cidadã. "À noite passamos muito mal mesmo, todas as casas já foram embora; a água até na cintura e desde à noite não sabemos o que é comer", relatou outra.

O setor empresarial também não escapou, o empresário Cláudio Fone opera no ramo mobiliário e disse que uma sala e dois armazéns do seu negócio desabaram.

Inundações, desabamentos de árvores, destruição de infraestruturas... Os impactos do ciclone Freddy são enormes.Foto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF /AFP

Ciclone vai permanecer por mais três dias

Segundo a meteorologia Acácio Tembe, o fenómeno Freddy abrandou a intensidade dos ventos, estando no oeste da Zambézia, mas o mesmo permanecerá na província por mais três dias. Em seguida, vai retornar ao mar usando o mesmo caminho. Uma vez já no mar, poderá voltar a ganhar intensidade.

Neste período, chuvas intermitentes continuarão na região centro do país. "Apesar de serem ventos moderados, o que mais nos preocupa neste momento é que estamos a prever grandes quantidades de precipitações, que podem acontecer nas próximas 72 horas", alertou Tembe.

Enquanto ainda não se conhece a real dimensão dos estragos, a secretária de Estado na província da Zambézia,  Cristina Mafumo, apelou ao apoio de todos os cantos do mundo.

"Neste momento, precisamos de muito apoio e estamos a pedir muito apoio mesmo a todos, não temos outra palavra neste momento. A situação aqui na Zambézia é triste porque é destruição total", apelou.

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