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Desastres

Ciclone Idai: Moçambique regista 446 mortos

Lusa | Reuters | EFE | tms
24 de março de 2019

Número de vítimas fatais do ciclone Idai no centro de Moçambique subiu para 446, anunciaram neste domingo (24.03) as autoridades moçambicanas. Junto com Zimbabué e Malawi, total de mortos já ultrapassa 700.

Foto: Getty Images/AFP/A. Barbier

A informação foi avançada pelo ministro da Terra e do Ambiente, Celso Correia, que falava no centro de operações de socorro instalado no aeroporto da cidade da Beira.

O novo número representa um acréscimo de 30 mortos em relação ao balanço divulgado no sábado. Segundo o ministro, os números refletem a recolha de informação a partir de várias áreas antes isoladas.

Ainda de acordo com Celso Correia, o número de pessoas afetadas subiu para 531 mil. Este total "não significa que estejam em risco de vida. São pessoas que perderam as casas" ou que estão "em zonas isoladas e que precisam de assistência", explicou.

O número de salvamentos faz com que os centros de acolhimento continuem a encher e registem já 109.000 entradas, das quais 6.500 dizem respeito a pessoas vulneráveis - por exemplo, idosos e grávidas que recebem assistência particular.

Sistema de ensino comprometido

Celso Correia referiu também que há 90.756 alunos que, por várias razões, não vão à escola e que o sistema de educação está comprometido devido ao rasto de destruição. "Já temos mais unidades organizadas" e a "conquistar mais território", realçou o ministro.

No distrito de Buzi, casas foram tomadas pela lamaFoto: Getty Images/AFP/Y. Chiba

Com a descida das águas, muitas pessoas alcançadas por equipas de socorro preferem receber alimentos e outros tipos de assistência (médica, por exemplo) nos sítios onde estão e assim recomeçar as suas vidas, nas suas terras.

"Muitas pessoas preferem ficar onde já têm condições" e até pedem sementes para voltar a cultivar as suas 'machambas' (hortas) para garantir alimentação, disse Celso Correia.

Em outros locais são entregues tendas para substituir casas danificadas, mas onde se verifica que há risco, é feita a retirada compulsiva da população, acrescentou.

Estrada Nacional 6 estava isolada após o cicloneFoto: DW/A. Sebastião

A vila de Buzi, no distrito mais alagado com as cheias, já há médicos, alimentos e tendas, destacou o ministro moçambicano, pelo que "é normal que as famílias comecem a regressar" para as suas áreas, deixando centros de acolhimento temporário sobrelotados e onde a comida escasseia.

Ainda assim, esta presença de apoios em Buzi verifica-se nas zonas mais altas, pois grande parte do distrito continua submerso.

Estrada Nacional 6 reaberta

O ministro Celso Correia também referiu que "a grande vitória de ontem foi colocar a EN6 [Estrada Nacional número seis] a funcionar".

A estrada tinha sido cortada no sábado, dia 16, quando as cheias provocaram correntes que arrastaram pontes, terrenos que sustentam a via e asfalto em diferentes troços - além de viaturas com várias pessoas, algumas das quais entre as vítimas mortais provocadas pelo ciclone.

A Estrada Nacional 6 é a espinha dorsal da região centro de Moçambique: atravessa as província de Sofala e Manica, ligando a Beira ao Zimbabué.

Além de Moçambique, Zimbabué e Malawi também registam mortos por causa da passagem do ciclone Idai. No segundo mais afetado pelo fenómeno, o Zimbabué, morreram pelo menos 259 pessoas. Enquanto no Malawi, foram 56. No total, o ciclone Idai já fez mais de 700 vítimas fatais nessa região de África.

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