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Desastres

Ciclone Kenneth: Número de mortos sobe para 38

29 de abril de 2019

Pelo menos, 38 pessoas morreram devido à passagem do ciclone Kenneth pelas províncias de Cabo Delgado e Nampula. ONU avisa que os próximos dias podem trazer inundações devastadoras e oferece ajuda.

Mosambik Zerstörung nach Zyklon Kenneth
Imagem aérea da destruição em MacomiaFoto: Reuters/OCHA/Saviano Abreu

Pelo menos 38 pessoas morreram cinco pessoas morreram e cerca de 170 mil ficaram desalojadas devido ao ciclone Kenneth, que fustigou o norte de Moçambique. Os dados foram anunciados pelo Governo de Moçambique na tarde da segunda-feira (29.04).

Segundo informações do correspondente da DW na província de Cabo Delgado, um deslizamento de terra soterrou habitações em Pemba e resultou na morte de três pessoas.

Destruição causada pelo ciclone

Segundo os dados oficiais, mais de 31 mil casas ficaram parcialmente destruídas e mais de 3.800 foram destruídas na sua totalidade. O ciclone também causou estragos em cinco unidades sanitárias e em 75 salas de aula.

Kenneth provoca alagamentos em Pemba

01:38

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Na província de Cabo Delgado, os distritos mais afetados foram Macomia e a ilha do Ibo, onde o mau tempo destruiu infraestruturas e habitações, deixando muitas famílias sem abrigo. Alguns bairros da capital provincial, Pemba, ficaram inundados devido à chuva forte que caiu na madrugada de domingo, três dias depois do ciclone Kenneth atingir a região. Algumas das vias de acesso que ligam os bairros da cidade ficaram submersas e esburacadas.

"Não estamos a ver onde dormir. Ficámos sem nada, por isso pedimos ajuda. Não temos comida", contou à DW uma mãe em Pemba, que tem a seu cargo uma família de cinco pessoas.

O alerta de mau tempo continua, segundo a delegada provincial do Instituto Nacional de Meteorologia em Cabo Delgado, Angela Jose Chimbana: "Esperamos a continuação de chuvas em regime moderado e que poderão também ocorrer em regime forte", afirmou. "Os ventos poderão soprar com rajadas, até 50 km/h. Em relação ao estado do mar, temos ondas que ainda atingem 2 a 2,5 metros de altura, e essas ondas poderão intensificar no dia 29."

Pessoas saem das suas casas no bairro de Natite, em PembaFoto: picture-alliance/AP Photo/T. Mukwazhi

Plano de ajuda

 O governo e os parceiros já desenharam no último sábado (27.04) o plano de ajuda humanitária, que prevê a montagem de tendas para albergar as famílias que perderam quase tudo e que agora estão nos centros de acolhimento, a precisar de assistência médica e alimentar, além de material escolar e sementes.

Como consequência do Kenneth, mais 31.000 hectares de culturas diversas foram dados como perdidos e será necessário apoio em sementes para relançar a época agrária.

Correspondente Delfim Anacleto (Pemba) faz o ponto da situação

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Durante as visitas efetuadas pelo primeiro-ministro moçambicano aos centros de acolhimento na cidade de Pemba, algumas famílias já pediam para regressar às suas casas. Em resposta, Carlos Agostinho do Rosário ordenou a edilidade local a encontrar uma solução urgente para o seu reassentamento, logo que o estado de tempo melhorar.

"Já demos instruções também para que, quando chegarem lá, a primeira coisa [a distribuir sejam as] sementes. Vamos continuar a dar comida, mas não queremos sempre comida que é dada por pessoas, queremos ter a nossa comida. Vamos distribuir sementes", disse o primeiro-ministro.

Destruição causada pelo ciclone Kenneth em Macomia, Cabo DelgadoFoto: Reuters/OCHA/Saviano Abreu

A Organização das Nações Unidas avisa que os próximos dias podem trazer inundações devastadoras e anunciou uma ajuda de emergência de 13 milhões de dólares para Moçambique e para as ilhas Comores, também atingidas pelo ciclone Kenneth. O dinheiro destina-se à distribuição de água potável e comida e à realização de reparações nas infraestruturas danificadas pelo mau tempo.

A principal estrada que liga a cidade Pemba ao resto do país está cortada devido à chuva forte da madrugada e manhã deste domingo (28.04). O trânsito está condicionado.

Artigo atualizado às 15h58 tempo universal com novo balanço do número de mortos e desenvolvimentos em Pemba. 

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