Moçambique: Ciclone mais severo previsto para sexta-feira
Lusa
9 de março de 2022
O ciclone Gombe deverá atingir o norte de Moçambique na sexta-feira, apontam as mais recentes previsões meteorológicas, segundo as quais esta será a tempestade mais severa a atingir o país na presente época.
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O ciclone Gombe deverá entrar em terra entre Nacala e Angoche, na costa da província de Nampula, no final da manhã de sexta-feira (11.03), e provocar chuva muito forte que poderá superar os 100 milímetros em 24 horas, prevê o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) moçambicano.
O INAM prevê que os ventos tenham rajadas a oscilar entre 120 e 150 quilómetros por hora.
De acordo com o serviço meteorológico francês das Ilhas Maurícias, que monitoriza a atividade ciclónica no sudoeste do oceano Índico, o Gombe vai entrar em Moçambique no estado de ciclone tropical intenso, o primeiro a ter esta gravidade ao atingir Moçambique na presente época.
Depois de entrar em terra na sexta-feira vai perder força, mas arrastar chuva forte para o interior, no sábado, até Nampula, capital provincial.
72 mortes nesta época chuvosa
A partir de domingo vai mudar de direção e rumar de novo para a costa, reentrando no Canal de Moçambique na segunda-feira, onde voltará a ganhar força, aquecido pela superfície do mar (mais quente que a superfície continental) e rumar a sul sobre o oceano.
De acordo com o mais recente balanço do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), já morreram 72 pessoas na atual época chuvosa e ciclónica, que decorre desde 1 de outubro até final de abril.
A maioria das mortes foram provocadas por desabamentos e inundações, outras por raios e incêndios.
Até final da época continuam a decorrer ações de sensibilização da população para que se afaste de zonas de cheias e para que bens alimentares e outros artigos essenciais sejam colocados em zonas seguras.
Chuva intensa causa estragos em Maputo
Depois de um fim-de-semana de chuvas intensas, os velhos problemas de saneamento voltaram a afetar os bairros periféricos da capital de Moçambique, como Hulene, Ferroviário, Laulane, Maxaquene e Polana Caniço.
Foto: Romeu da Silva/DW
A força das águas
Depois de um fim de semana de chuvas intensas, os velhos problemas de saneamento voltaram a afetar os bairros periféricos da capital de Moçambique, como Hulene, Ferroviário, Laulane, Maxaquene e Polana Caniço. Habitantes tentam agora reparar os estragos em casas e ruas inundadas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Silo não resistiu
No bairro da Maxaquene, o município de Maputo está a construir um silo para armazenar as águas de uma rua que fica inundada sempre que chove. O empreendimento não aguentou a intensidade das chuvas do fim de semana e a própria estrutura ficou inundada.
Foto: Romeu da Silva/DW
Novo desabamento na lixeira de Hulene
Foi neste local, há três anos, que um monte de lixo deslizou e matou 16 pessoas, destruindo várias residências. Um novo desabamento na sequência das últimas chuvas em Maputo não causou danos. Com crónicos problemas de erosão, o bairro de Hulene não foi tão afetado pela intempérie. Desta vez, os residentes colocaram vários detritos, sobretudo plástico, para travar o avanço da areia.
Foto: Romeu da Silva/DW
Reparar os estragos
Em vários bairros, o cenário repete-se: residentes com ferramentas nas mãos tentam reparar os danos causados pelas chuvas intensas. A água invadiu muitas residências como esta, no bairro Ferroviário, e os moradores apressam-se a tapar as aberturas criadas pela queda da chuva.
Foto: Romeu da Silva/DW
Ruas alagadas
Dentro e fora de casa, a água estagnada após a chuva intensa é um enorme problema para os moradores.
Foto: Romeu da Silva/DW
Vias intransitáveis
Sempre que chove, as vias de acesso ficam neste estado. É praticamente impossível a circulação de viaturas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Andar a pé também é um problema
O município está a tentar várias técnicas de bombeamento para retirar as águas estagnadas das ruas. Enquanto isso, os peões vêem-se forçados a recorrer a botas de cano alto para andar nas tuas alagadas. Há mesmo quem alugue as suas botas para a travessia dos charcos.
Foto: Romeu da Silva/DW
Nem os muros travam a chuva
Nesta e em muitas residências no bairro da Maxaquene, as águas destruíram a vedação, que não foi capaz de impedir as inundações. Ao fundo da rua, trabalhadores municipais tentam bombear as águas para reduzir o impacto da enchente.
Foto: Romeu da Silva/DW
Muito trabalho pela frente
As imagens impressionam: bastaram alguns dias de chuvas fortes para muitas casas como esta, no bairro de Polana Caniço, sofrerem com os problemas de saneamento.
Foto: Romeu da Silva/DW
Conduzir pelas águas
Nas ruas e avenidas da periferia só mesmo quem tem uma viatura com suspensão alta é que pode arriscar entrar nestas "lagoas" para circular.
Foto: Romeu da Silva/DW
Obstáculos à rotina
Muitas famílias passaram noites em claro para enfrentar a tempestade. Mal a chuva passou, puseram mãos à obra para limpar casas e pertences. Nos dias seguintes, o dia-a-dia foi dificultado pelas águas estagnadas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Água, água e mais água
As ruas assemelham-se a cursos de água nos bairros periféricos. Os residentes fazem muita ginástica para encontrarem as principais vias que dão acesso ao centro da cidade.