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Cimeira da UA concentrada em abandono do poder por Kadhafi

30 de junho de 2011

A saída do poder de Kadhafi, exigida pela rebelião líbia, esteve bem presente nesta quinta-feira, primeiro dia da cimeira da UA, com os dirigentes nitidamente divididos sobre a missão militar da NATO contra a Líbia.

Sipopo - luxuoso complexo construído na Guiné Equatorial para sediar os trabalhos da 17ª cimeira da União Africana. O complexo custou 600 milhões de euros
Sipopo - luxuoso complexo construído na Guiné Equatorial para sediar os trabalhos da 17ª cimeira da União Africana. O complexo custou 600 milhões de eurosFoto: dapd

A saída do poder de Muammar Kadhafi, exigida pela rebelião líbia, esteve bem presente nesta quinta-feira, primeiro dia da 17ª cimeira da União Africana (UA), cujos dirigentes estão nitidamente divididos sobre a missão militar levada a cabo pela NATO contra a Líbia. Também os conflitos no Sudão e na Somália fazem parte da agenda da cimeira.

Os chefes de Estado da UA estão reunidos esta quinta e sexta-feiras em Malabo, capital da Guiné Equatorial. O lema da cimeira é "Acelerar a autonomização dos jovens para um desenvolvimento sustentável".

Acordo quadro será apresentado por cinco chefes de Estado

O encontro de Malabo deverá ser concluído na sexta-feira com uma declaração comum sobre o dossiê líbio. Cinco chefes de Estado foram especialmente encarregues de definir os contornos de um acordo quadro sobre uma solução política.

Este painel, composto pelos presidentes sul-africano, congolês, maliano, ugandês e mauritaniano, deverá submeter as suas propostas aos outros dirigentes durante uma discussão à porta fechada.

As propostas deverão, salvo surpresa de última hora, ser adicionadas ao plano adotado a 10 de março último pela União Africana e que Jean Ping, o presidente da Comissão da UA, considera como sendo "incontornável".

“É sobre esta crise [líbia] que as vossas decisões são aguardadas”, confirmou Jean Ping, ao fazer alusão ao futuro do “guia líbio” Muammar Kadhafi.

O Conselho Nacional de Transição (CNT) na Líbia aguarda com otimismo os resultados que sairão da cimeira da UA em Malabo

O plano discutido atualmente pelos estadistas africanos prevê nomeadamente o fim imediato das operações da NATO contra a Líbia, uma transição consensual, reformas que tenham em conta as exigências democráticas dos insurgentes e um cessar fogo entre o regime líbio e a rebelião, defendido pelo presidente da Comissão da UA.

“O cessar fogo é uma necessidade tal como reconhece todo o mundo. Por isso continuamos a trabalhar nesta via. Mas o problema são as pré-condições”, destacou Jean Ping.

Opiniões divergem sobre o abandono do poder na Líbia

No que concerne à saída do poder do coronel Muammar Kadhafi, as opiniões divergem no seio da UA, mas pouco antes do início da cimeira, um enviado da rebelião líbia a Malabo afirmou que o Conselho Nacional de Transição (CNT) espera que a União altere o seu plano com vista à solução pacífica do conflito líbio.

Porém, Mamoudou Gazibo, professor no departamento de ciências políticas da Universidade de Montreal, disse em entrevista à DW que “não existe uma posição única em África”. Ele acrescentou que a União Africana “tem dificuldades em impor a sua posição porque a questão líbia é algo que está a ser gerido a partir do estrangeiro, nomeadamente pelos países ocidentais”.

Autor: Bob Barry / António Rocha

Edição: Renate Krieger

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