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Bali: Declaração final do G20 condena guerra na Ucrânia

Lusa
16 de novembro de 2022

Apesar de existirem "outras posições" entre os membros do G20, maioria dos países condenou guerra na Ucrânia. Líderes mundiais comprometeram-se ainda com medidas urgentes para "proteger da fome os mais vulneráveis".

G20-Gipfel in Indonesien
Foto: Steffen Hebestre/Bundesregierung/dpa/picture alliance

A maioria dos membros do G20 "condenou veementemente a guerra na Ucrânia" e salientou as devastadoras consequências humanas e económicas globais do conflito, dá conta a declaração conjunta da cimeira de Bali, divulgada esta quarta-feira (16.11).

Apesar deste não ser "o fórum mais apropriado para resolver questões de segurança", lê-se na declaração final do G20, a guerra na Ucrânia ofuscou a cimeira em Bali, principalmente após as explosões desta terça-feira na Polónia, que causaram dois mortos.

A declaração final do encontro salienta que existiram "outras posições" sobre a situação na Ucrânia e que os líderes entendem que o tempo atual "não deve ser uma era de guerra". O G20 considerou igualmente que a "utilização ou ameaça de utilização de armas nucleares é inaceitável", segundo a agência francesa AFP.

"A resolução pacífica dos conflitos e os esforços para enfrentar as crises, juntamente com a diplomacia e o diálogo, são vitais", lê-se na declaração.

No comunicado conjunto, os líderes mundiais dizem ser necessário "defender o direito internacional" e "salvaguardar a paz e a estabilidade", incluindo os princípios humanitários e a proteção de civis e infraestruturas em conflitos armados.

Putin está mais isolado, diz Scholz

Numa conferência de imprensa realizada à margem da cimeira do G20, o chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou que um dos resultados do G20 é o reforço do isolamento do Presidente russo, Vladimir Putin. 

"Tenho certeza de que um resultado desta cimeira é que o Presidente russo está, com sua política, quase sozinho no mundo", disse. 

"Um resultado desta cimeira é que o Presidente russo está, com sua política, quase sozinho no mundo", afirmou chanceler alemãoFoto: Dita Alangkara/dpa/picture alliance

A Rússia, que é um dos membros do G20, juntamente com Estados Unidos, China e União Europeia, tem sido acusada pela Ucrânia de atacar civis e infraestruturas vitais de energia.

O G20 referiu-se igualmente ao "imenso sofrimento humano" e aos problemas globais causados pela guerra em termos de abastecimento energético, segurança alimentar e riscos de instabilidade financeira.

O texto, segundo a EFE, foi aprovado após árduas negociações, principalmente devido à relutância da Rússia.

Inflação

Outro dos temas que consta na declaração final da cimeira de Bali é o forte aumento dos preços registado este ano.

"Os bancos centrais do G20 estão firmemente empenhados em alcançar a estabilidade dos preços", afirma a declaração conjunta do G20, na qual os líderes e os bancos centrais se comprometem a melhorar a coordenação e comunicação para fazer ajustamentos às políticas monetárias a fim de "estabilizar" a inflação global desenfreada.

Cimeira do G20 terminou esta quarta-feira (16.11)Foto: The Yomiuri Shimbun via AP Images/AP Photo/picture alliance

"Estamos empenhados em mitigar as repercussões negativas para apoiar um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo", afirma a declaração, observando que, para o conseguir, as entidades credoras procuram adotar "políticas bem calibradas, bem planeadas e bem comunicadas para apoiar uma recuperação sustentável, com a devida consideração pelas circunstâncias específicas de cada país".

A maioria dos principais bancos centrais empreendeu este ano numa retirada dos estímulos económicos na sequência da pandemia da covid-19, que se traduziu num aumento da inflação em conjunção com o impacto da guerra na Ucrânia e outras tensões geopolíticas.

Segurança alimentar

No que toca à segurança alimentar, os líderes comprometeram-se a "tomar medidas urgentes para salvar vidas, prevenir a fome e a desnutrição", com foco nos países mais vulneráveis, e apelaram a uma transformação para uma agricultura sustentável.

No mesmo documento, o grupo promete "tomar ações coordenadas para enfrentar os desafios da segurança alimentar, incluindo o aumento dos preços e o défice global de matérias-primas e fertilizantes", embora ainda não tenha apresentado medidas concretas.

De facto, uma das possibilidades contempladas, que era acertar em Bali a prorrogação do acordo adotado em julho para libertar cereais e fertilizantes russos e ucranianos, que expira em 19 de novembro, não se concretizou.

A declaração apenas enfatiza a "importância de sua implementação contínua por todas as partes relevantes".

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