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Cimeira EUA-África termina com promessas de 100 mil milhões

25 de junho de 2025

A Cimeira de Negócios EUA-África encerrou em Luanda com promessas de mais de 100 mil milhões de dólares em investimentos americanos em várias aréas. O Corredor do Lobito surge como grande aposta dos EUA.

Rua em Luanda durante a visita do Presidente dos EUA, Joe Biden, em dezembro de 2024
Corredor do Lobito atrai milhares de milhões dos EUA para AngolaFoto: B. Ndomba/DW

Para Angola, os Estados Unidos prometeram um investimento de cinco mil milhões de dólares destinados ao desenvolvimento do Corredor do Lobito, um ambicioso projeto ferroviário que visa ligar a costa angolana à República Democrática do Congo.

Durante a cimeira, Troy Fitrell, responsável pelos assuntos africanos no Departamento de Estado norte-americano e chefe da delegação dos EUA, revelou que o projeto tem atraído novos investidores.

"Metade dos atuais investidores não fazia parte da proposta inicial. Foram atraídos posteriormente", afirmou.

O Corredor do Lobito é destacado como joia da coroa desta nova fase de cooperaçãoFoto: Borralho Ndomba/DW

Financiamento disponível

O EximBank, banco de exportações dos EUA, anunciou ter um orçamento de 135 mil milhões de dólares para apoiar projetos em África. Segundo Tamara Maxwell, representante da instituição, apenas 35 mil milhões foram utilizados até agora.

Maxwell explica que projetos sem credibilidade não são financiados. "Se tiverem propostas com retorno garantido, apresentem-nas. Estamos dispostos a financiá-las", apelou.

Desafios à cooperação

A cimeira em Luanda também foi palco de críticas às barreiras comerciais impostas pelos EUA.

Mahmoud Ali Youssouf, presidente da Comissão da União Africana, apontou as tarifas alfandegárias e as restrições à entrada de cidadãos africanos como entraves ao comércio. "Não pode haver comércio com restrições à mobilidade", sublinhou.

EUA prometem 100 mil milhões de dólares para investimentos em ÁfricaFoto: Borralho Ndomba/DW

Em resposta, Troy Fitrell esclareceu que não existem proibições à emissão de vistos, mas reconheceu limitações na sua duração.

"Algumas pessoas utilizam os vistos para entrar legalmente e permanecer no país, o que leva a restrições temporais", explicou. Quanto às tarifas, afirmou que ainda estão em negociação acordos comerciais abrangentes com os países afetados.

Expectativas e continuidade

Ali Mussa, Diretor Nacional Adjunto para o Comércio Externo de Moçambique, defendeu que essas negociações deveriam ter ocorrido durante a cimeira. "As tarifas estão a comprometer os próprios esforços que os EUA ajudaram a construir nos países africanos", alertou.

Num dos painéis mais concorridos do evento, dedicado ao"Futuro da Parceria EUA-África", a ministra angolana das Finanças, Vera Daves, destacou a importância de uma visão estratégica mais ampla.

Segundo Daves, evitar uma abordagem redutora permitirá alcançar lucros superiores aos obtidos com mera a exportação de matérias-primas. "Não ter uma visão redutora vai permitir que se tenha muito mais lucros do que se olharmos simplesmente para a exportação ou exploração de minerais críticos", referiu.

Embora a cimeira tenha oficialmente terminado esta quarta-feira (25.06), o porta-voz do evento, Jerónimo Pongolola, revelou que algumas delegações internacionais permanecerão em Angola para explorar oportunidades de investimento. "Temos visitas programadas a províncias como Benguela e Huíla", adiantou.

Corredor do Lobito: A bandeira na relação entre Angola e EUA

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