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Cimeira Reino Unido-África: Oportunidades pós-Brexit?

Lusa
18 de janeiro de 2020

Líderes africanos vão participar na Cimeira de Investimento Reino Unido-África na segunda-feira, em Londres, a convite do primeiro-ministro britânico. Filipe Nyusi é presença confirmada e João Lourenço envia delegação.

Großbritannien Houses of Parliament in London
Foto: picture-alliance/NurPhoto/D. Cliff

Os chefes de Estado de Moçambique, Filipe Nyusi; da África do Sul, Cyril Ramaphosa; do Egito, Abdel Fattah el-Sisi; do Maláui, Peter Mutharika; da Nigéria, Muhammadu Buhari; do Gana, Nana Akufo-Addo, e o primeiro-ministro das Ilhas Maurícias, Pravind Jugnauth, são algumas das presenças confirmadas.

A lista completa não foi divulgada pelo Governo britânico, sabendo-se, no entanto, que o Presidente da República de Angola, João Lourenço, cancelou a participação, enviando uma delegação chefiada pelo ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior. O Zimbabué não terá sido convidado. 

A cimeira pretende mostrar exemplos das mais de 2.000 empresas britânicas a operar em África, cujo investimento é estimado em 36 mil milhões de libras (42 mil milhões de euros) para promover mais oportunidades e parcerias.

Um "trampolim" para um relacionamento sério

O Governo britânico quer fazer do Reino Unido o maior investidor estrangeiro em África até 2022 entre os membros do G7, que inclui também Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos da América.

Boris Johnson, primeiro-ministro britânico Foto: Getty Images/AFP/B. Stansall

Porém, segundo a consultora Capital Economics, isto implicaria inverter a tendência de recuo do investimento direto no continente, que caiu 23% entre 2013 e 2017, colocando o Reino Unido abaixo dos EUA, além da China e da União Europeia a 27. 

A mesma consultora refere que o Governo britânico precisa de preservar os laços existentes, pois a maior parte do comércio do Reino Unido com a África é governada por acordos intermediados pela União Europeia que vão deixar de se aplicar no final deste ano devido ao 'Brexit'. 

A Cimeira "deve servir como trampolim, não apenas para maiores investimentos na África, mas para o início de um relacionamento sério com os principais governos africanos", escreveu o diretor de comunicação Matt Gillow, no 'site' do instituto British Foreign Policy Group.

Nos primeiros oito anos da década passada, vincou, dirigentes chineses fizeram 79 visitas a África, o Presidente francês, Emmanuel Macron, viajou pessoalmente até ao continente nove vezes desde que entrou em funções, em 2017, e o homólogo russo, Vladimir Putin, realizou a cimeira Rússia-África em 2019, atraindo mais de 59 líderes africanos.

"Tudo isto torna a Cimeira de Investimento Reino Unido-África da próxima semana ainda mais importante. É absolutamente essencial que o Reino Unido pós-Brexit desempenhe um papel importante de investimento em África", acrescenta Gillow. 

A operação de charme culminará uma recepção no Palácio de Buckingham, que o Príncipe William e a mulher, Catherine, vão oferecer em nome da Rainha Isabel II.

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