CNE: MPLA na frente com 52%, UNITA vence em Luanda
DW (Deutsche Welle) | Lusa
25 de agosto de 2022
O porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, divulgou há instantes os resultados provisórios após o apuramento de 86,41% dos votos: o MPLA segue com 52,08% e a UNITA com 42,98%. Em Luanda, a UNITA ultrapassou o partido no poder.
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A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana anunciou esta quinta-feira (25.08) que o MPLA poder mantém vantagem, com 52,08% das votações, seguido da UNITA, com 42,98%, quando estão escrutinados 86,41% dos votos das eleições gerais desta quarta-feira.
Com 77,12% dos votos apurados em Luanda, a União Nacional para a Libertação Total de Angola (UNITA) lidera com 62,93% dos votos e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) segue em segunda posição com 33,06%, anunciou o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo.
Em terceiro, surge o Partido de Renovação Social (PRS) com 1,18%, seguindo-se a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), com 1,07%, o Partido Humanista de Angola (PHA), com 1,02%, a coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), com 0,73%, e a Aliança Patriótica Nacional (APN), com 0,48%.
No que diz respeito aos círculos provinciais, segundo os resultados apurados até ao momento, Luanda e Zaire são as duas únicas das 18 províncias angolanas em que o principal partido da oposição segue com vantagem.
Já em Cabinda, a disputa segue renhida. As 10:24, com menos de 22% de resultados apurados, o MPLA seguia na frente com 45,58% dos votos, com escassa diferença da UNITA (45,28%).
Angola Eleições 2022: O Dia do Voto
24:59
MPLA diz que litigância é nos tribunais
O número dois das listas da UNITA, Abel Chivukuvuku, afirmou ontem que os dados provisórios recolhidos das eleições de quarta-feira apontam para uma vitória do partido.
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Numa reação à contestação da UNITA aos resultados provisórios, o MPLA defendeu hoje que se deve esperar "serenamente" os resultados definitivos das eleições de quarta-feira (24.08). "Devemos todos esperar os resultados definitivos da CNE e a litigância ou o litígio faz-se nos tribunais", disse à Lusa João Pinto, vice-presidente da bancada parlamentar do partido no poder.
"Num Estado de Direito democrático, as instituições que divulgam os resultados eleitorais são as instituições constitucionalmente competentes", que no caso de Angola é a CNE, "constituída por cidadãos idóneos", quase metade dos quais indicados pela oposição, e "dirigida por um magistrado que suspende a sua função", sublinhou o deputado do MPLA.
Segundo João Pinto, a UNITA "não tem a cultura de aceitar em primeira mão os resultados, ainda que provisórios, e felicitar quem venceu. Usa sempre uma narrativa de vitimização, com excesso de entusiasmo, sem ter em conta que os resultados eleitorais não dependem apenas da vontade de quem concorre".
"Não basta querer que haja alternância. É preciso transmitir confiança. Esse é o grande problema da nossa oposição, sobretudo da UNITA", afirmou o deputado, que acusa o principal partido da oposição em Angola de "procurar desacreditar ou criar dúvidas nas instituições."
Eleições em Angola: "Votou, sentou" ou "votou e bazou"?
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Contagem paralela dá vantagem à UNITA
A contagem paralela dos resultados feita pelo Movimento Cívico Mudei dá vantagem à UNITA, liderada por Adalberto Costa Júnior, com 55%, seguindo-se o MPLA com 41%, num total de 94.740 votos válidos de 11 províncias escrutinadas.
Segundo o Mudei, o Partido Humanista totaliza 898 votos válidos e a FNLA 827 votos, a CASA-CE soma 696 votos válidos, o PRS 600 votos, a APN) tem 394 votos válidos e o Partido Nacional para a Justiça em Angola (P-Njango) com 362 votos válidos.
Os resultados divulgados em tempo real disponibilizados no site da organização, fruto das atas síntese afixadas nas assembleias de voto, referem que do total de 95.900 votos contabilizados, 609 foram votos em branco e 551 nulos.
Angola: As eleições em imagens
Esta quarta-feira é dia de Angola decidir quem será o próximo Presidente e os deputados da Assembleia Nacional. A DW compilou as imagens desta manhã de eleições, no dia em que 14 milhões de angolanos vão às urnas.
Foto: Adolfo Guerra/DW
Longas filas no dia de decidir
As mesas de voto só abriram às 07h00, mas as filas para votar nas eleições mais disputadas de sempre em Angola começaram a formar-se bem cedo. Cabe aos eleitores decidir se "a força do povo" continua do lado do MPLA, mantendo no poder o partido que governa o país desde a independência, ou se dizem "sim" ao apelo de mudança da oposição liderada pela UNITA.
Foto: John Wessels/AFP
Oito partidos na corrida
Além dos rivais Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), concorrem Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Partido de Renovação Social (PRS), Aliança Patriótica Nacional (APN), Partido Nacionalista para a Justiça (P-NJANGO), Partido Humanista de Angola e a coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE).
Foto: António Cascais/DW
Madrugar para votar
Aos 79 anos, Adélia Namalange exerce hoje o seu direito de voto pela quinta vez. A idosa chegou às 5h00 à assembleia de voto número 9658, no município do Lobito, em Benguela, e esperou duas horas pela abertura das urnas, no dia que 14 milhões de angolanos decidem o futuro político do país.
Foto: Daniel Vasconcelos/DW
João Lourenço apela ao voto: "É Angola que ganha"
"Acabámos de exercer o nosso direito de voto, é rápido e é simples", disse João Lourenço, na assembleia de voto n.º 105, em Luanda, convidando os eleitores a fazerem o mesmo. No meio de uma enorme confusão de jornalistas que queriam registar o momento, o candidato do MPLA salientou que todos saem a ganhar: "É a democracia que ganha, é Angola que ganha."
Foto: AP Photo/picture alliance
Adalberto Costa Júnior critica processo
O líder da UNITA votou no bairro 28 de Agosto, em Luanda, onde foi fortemente aplaudido pelos eleitores presentes. "Fiquei satisfeito e votei no meio do meu povo e constatei que a votação está a ser feita sem cadernos eleitorais aos fiscais, apenas um caderno eleitoral na mesa", afirmou Adalberto Costa Júnior, que defendeu mais uma vez a afixação dos resultados nas assembleias de voto.
Foto: John Wessels/AFP
Manuel Fernandes "plenamente" confiante na vitória
Manuel Fernandes, o candidato da coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), votou esta manhã no Bairro Militar, em Talatona, Luanda. Depois de votar, manifestou "plena confiança" no resultado eleitoral do atual terceiro partido com mais assentos no parlamento angolano.
Foto: Borralho Ndomba/DW
"Grande expetativa" de Nimi Ya Simbi é ganhar eleições
Nimi Ya Simbi, candidato da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), votou em Viana, um dos mais populosos municípios de Luanda. Minutos depois, Nimi disse que a sua "grande expetativa é ganhar as eleições." O líder da FNLA acredita que o seu partido "vai vencer" as eleições, "porque quem vai para o combate não vai para perder", tendo enaltecido o cumprimento do seu dever cívico.
Foto: Nelson Francisco Sul/DW
Benedito Daniel exorta à afixação das atas
O candidato do Partido de Renovação Social (PRS) exerceu o seu direito de voto no Instituto Superior Politécnico do Bita, em Luanda. Após votar, Benedito Daniel manifestou um "sentimento de alegria e de dever cumprido", exortando à afixação das atas sínteses nas assembleias. Disse também esperar que a CNE possa corresponder às expetativas dos eleitores.
Foto: DW/M. Luamba
Bela Malaquias insite em "humanizar" Angola
A líder do Partido Humanista de Angola (PHA), Florbela Malaquias, manifestou um "sentimento de realização" após votar e reiterou a promessa de humanizar Angola, "que se encontra completamente desumanizada em todos os sentidos", sublinhou a única mulher a liderar um partido político em Angola, depois de votar no bairro do Maculusso, distrito urbano da Ingombota, em Luanda.
Quintino Moreira, líder da Aliança Patriótica Nacional (APN), sem assento no Parlamento angolano, manifestou-se "otimista" em relação à obtenção de uma "bancada parlamentar vasta", para que não haja maiorias absolutas na "casa das leis", afirmou esta manhã, depois de depositar o seu voto numa assembleia de voto, em Talatona, perto da capital angolana.
Foto: Borralho Ndomba/DW
Dinho Chingunji contra "Votou, Sentou"
O candidato do Partido Nacional para a Justiça em Angola (P-Njango) considerou hoje as eleições como "ocasião soberana" para escolha dos governantes e exortou os eleitores a esperarem os resultados em casa, contrariando o movimento "Votou, Sentou". Chingunji, que votou no município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, exortou "os cidadãos a regressarem para as suas casas e a esperar pelos resultados".
Foto: Borralho Ndomba/DW
CNE diz que está tudo a funcionar
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que as 13.238 assembleias de voto espalhadas pelos 164 municípios angolanos "estão abertas e em perfeito funcionamento" e "não há registo de qualquer incidente" que possa beliscar a votação. Também foram constituídas 45 mesas de voto no estrangeiro, para as quais foram recrutados 105.952 membros.
Foto: António Cascais/DW
UNITA denuncia irregularidades no Bengo
No Bengo, a UNITA chamou os jornalistas para denunciar supostas irregularidades na votação. De acordo com o partido do "galo negro", a CNE local está a proibir que os delegados de lista suplentes exerçam o direito de voto nas assembleias para as quais estão destacados, contrariando, desta forma, uma circular da própria Comissão Nacional de Eleições.
Foto: António Ambrósio/DW
Queixas de eleitores em Cabinda
A votação em Cabinda está a decorrer com alguma normalidade, mas com várias queixas por parte dos eleitores que dizem desconhecer as suas mesas de voto. Os cidadãos são obrigados a percorrer longas distâncias para votar, já que foram colocados em pontos longínquos da província e da capital. E há delegados de lista de partidos que não foram credenciados.
Foto: Simão Lelo/DW
Delegados monitorizam processo
Delegados de lista dos partidos políticos controlam o processo de votação no Bairro da Cuca, em Luanda, a capital. Durante a campanha eleitoral, o polémico movimento "Votou, Sentou", propalado por alguns partidos e membros da sociedade civil, também pediu aos eleitores para permanecerem nas imediações das assembleias de voto.
Foto: Manuel Luamba/DW
O voto da diáspora em Portugal
O ator Daniel Martinho, a viver há cerca de 40 anos em Portugal, foi ao Consulado Geral de Angola em Lisboa votar, feliz por ser a primeira vez que foi dada à comunidade radicada no exterior a possibilidade de exercer o direito de voto. "Era uma aspiração que nos incomodava", contou à DW. "É uma forma de contribuirmos para um país melhor, porque nós na diáspora também fazemos Angola", precisou.