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Bissau: Coligação no Governo acusa oposição de forçar crise

Lusa
2 de outubro de 2023

A coligação PAI-Terra Ranka diz que está "atenta" ao que o MADEM-G15 "está a preparar", depois de o principal partido da oposição ter apelado à dissolução do Parlamento.

Guinea-Bissau Parlamentsgebäude
Foto: DW/F. Tchumá

O grupo parlamentar da coligação no Governo na Guiné-Bissau acusa o principal partido da oposição, o MADEM-G15, de fabricar uma crise para dissolver a assembleia eleita há quatro meses.

"Notam-se as engenharias, mas podem ter a certeza de que nós estamos atentos ao que esta gente está a preparar", afirmou este domingo (30.09) , primeiro secretário da bancada parlamentar da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI)- Terra Ranka.

A coligação liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) reage desta forma ao protesto do MADEM-G15 contra a organização das comemorações dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau, a 23 e 24 de setembro, nas matas do Boé.

O grupo parlamentar da coligação entende que esta posição tem o "fim de forçar uma crise institucional com o objetivo de dissolver a assembleia", eleita nas legislativas de 4 de junho, em que saiu vencedora a coligação do PAIGC com a União para a Mudança (UM), o Partido da Convergência Democrática (PCD), o Partido Social Democrata (PSD) e o Movimento Democrático Guineense (ODM).

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Aos cinco partidos da coligação juntaram-se mais tarde, através de um acordo de incidência parlamentar, o Partido da Renovação Social (PRS) e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG).

"É uma crise fabricada"

O principal partido da oposição, e que esteve anteriormente no Governo, pediu ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que dissolva a assembleia, sob a ameaça de mobilizar o povo.

Os eleitos da coligação no Governo entendem que o que o MADEM-G15 quer é "obter a formação de outro Governo fora do processo democrático, como já ocorreu na legislatura passada".

O MADEM justificou a posição alegando que o presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, não cumpriu o regimento do Parlamento na organização das comemorações.

"É uma crise fabricada", insistiu o primeiro secretário da bancada parlamentar do PAI - Terra Ranka, que acredita que "o bom senso vai acabar por imperar", pois "para resolver os problemas do país é necessário que haja paz".

Umaro Sissoco Embaló considerou as comemorações promovidas pela ANP, nas matas do Boé, no fim de semana, como uma manifestação de um partido, numa referência ao PAIGCFoto: Tony Karumba/AFP/Getty Images

PAIGC desvaloriza "polémicas estéreis"

Mário Musante da Silva salientou que o dia da independência da Guiné-Bissau, mais do que para "polémicas estéreis e crises institucionais artificiais, devia servir para celebrar um feito histórico inédito conseguido por Amílcar Cabral e pelos combatentes da liberdade".

Disse ainda que as comemorações, que decorreram a 23 e 24 de setembro no lugar simbólico do Boé, foram preparadas com o conhecimento e a participação de todos e que só na véspera do evento é que o MADEM-G15 decidiu não ir.

Notou ainda que a discussão dos parlamentares deve assentar nos temas e problemas de interesse do povo guineense. "E não condutas que não nos dignificam enquanto representantes legítimos do nosso povo", acrescentou.

As comemorações dos 50 anos da independência têm agitado a vida política guineense nos últimos dias, com um confronto entre o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e o presidente da Assembleia Nacional Popular e do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), Domingos Simões Pereira.

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