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Comércio justo de cacau satisfaz produtores são-tomenses

Ramusel Graça (São Tomé)21 de janeiro de 2015

Comércio justo de cacau em São Tomé e Príncipe está, realmente, a beneficiar os produtores. Os próprios confirmam e exemplificam. A GEPA, da Alemanha, é um dos maiores compradores do cacau e realiza grandes lucros.

Trabalhadores empacotam cacau numa roça em São ToméFoto: DW/Ramusel Graça

2014, foi um ano de sucesso para os agricultores e exportadores de cacau biológico de qualidade, da zona sul de São Tomé.

A confirmação é de Adalberto Luís, responsável da fileira CECAQ11: "Foi um bom ano para CECAQ, pois tivemos um aumneto de produção na ordem dos 25%, portanto, saímos de 189 para 230 toneladas."

Com a venda de 25 contentores de cacau biológico seco para GEPA, uma das maiores associações de comércio justo da Alemanha, a Cooperativa Agricultores e Exportadores de Cacau Biológico, CECAQ11, que congrega quase 1000 agricultores, encaixou no ano passado 750 mil euros.

A cooperação com a GEPA vai para além da simples compra do cacau biológico de São Tomé e Príncipe. A associação também investe na redução da pobreza nas roças.

Produtores confirmam ganhos para comunidade

Deolinda Correia está satisfeita com os benefícios do chamado comércio justoFoto: DW/Ramusel Graça

Deolinda Correia, agricultora e tesoureira da cooperativa, é quem dá a garantia: "Pagam-nos o nosso cacau e dão também um prémio a cada tonelada que entregamos. Esse prémio é de 150 dólares."

O membro da cooperativa explica ainda que "esses 150 dólares não são para serem entregues aos agricultores ou a qualquer pessoa, mas sim para as obras sociais nas comunidades. E algumas comunidades conseguiram com esse dinheiro instalar água canalizada."

Com o dinheiro do cacau, Deolinda Correia conseguiu realizar um dos seus maiores sonhos: educar os seus filhos. Recorde-se que nas empresas agrícolas são-tomenses poucos jovens conseguem concluir a nona classe.

"Com o CEQA11 conseguimos saber que devemos trabalhar a nossa parcela e assim obtermos mais produção e mais dinheiro. E com mais recursos financeiros podemos concretizar mais ou menos tudo o que pensamos fazer", conta Deolinda Correia.

A produtora dá um exemplo pessoal: "A minha vida mudou bastante. Tinha dificuldade em pôr os meus filhos a estudar, vivia lá na comunidade do Quimpo. Nas dependências as pessoas estudam até, no máximo, nona classe, é difícil passar da nona, porque é preciso muito sacrificio, muita trabalho, chuva, tudo... Então, consegui fazer uma casa aqui em Santana e os meus filhos continuam a estudar, graças a Deus, como eu queria."

Deolinda Correia tem motivos para sorrir. Nos armazéns da cooperativa, ela e os seus colegas ensacam o cacau que fará parte dos três proximos contentores que deverão seguir, em março, para a GEPA da Alemanha.

Cacau gera muito mais lucros para a GEPA

Embora o país seja produtor de cacau, muitos são-tomenses não têm fácil acesso ao chocolateFoto: DW/Ramusel Graça

A cooperativa CECAQ11 tem planos: No decorrer deste ano de 2015 quer aumentar a produtividade e passar o volume de produção de 250 para 300 toneladas por ano.

A GEPA é uma das maiores associações de comércio justo da Alemanha. A associação alemã foi fundada há 40 anos por organizações ligadas a várias igrejas cristãs.

A ideia era criar uma rede de apoio de uma maneira justa para com os produtores nos países em vias de desenvolvimento. A GEPA fatura anualmente cerca de 15 milhões de euros na venda de chocolates.

Uma parte desse cacau é comprada na ilha de São Tomé à cooperativa de agricultores e exportadores de cacau biológico de qualidade, CECAQ11.



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