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Comandante da PRM: "Continuem a procurar" a Junta Militar

Lusa
14 de abril de 2021

O comandante da polícia moçambicana, Bernardino Rafael, orientou a corporação a localizar os dissidentes da RENAMO acusados de protagonizar ataques no centro de Moçambique "para que respondam à justiça" e integrem o DDR.

Foto de arquivo: Bernardino Rafael, ao centro, com agentes das FDS, em Palma.Foto: Roberto Paquete/DW

O comandante-geral da polícia moçambicana orientou esta quarta-feira (14.04) as Forças de Defesa e Segurança a continuarem com operações para localização dos membros do grupo dissidente do principal partido de oposição acusado de protagonizar ataques no centro de Moçambique.

"Continuem a procurar aquelas pessoas que ainda não se entregaram [ao processo de paz], os da suposta Junta Militar da RENAMO. Continuem a procurá-los para que eles respondam à justiça e, alguns, depois disso, passarão para a Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração [DDR]", disse Bernardino Rafael, durante um encontro com membros da corporação no âmbito da visita à província de Sofala, no Centro de Moçambique.

A Junta Militar da RENAMO, um grupo dissidente do principal partido de oposição chefiado por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha, contesta a liderança da Resistência Nacional Moçambicana e as condições para a desmobilização decorrentes do acordo de paz, sendo apontada pelas autoridades como a responsável pelos ataques armados no centro do país que já mataram, pelo menos, 30 pessoas desde 2019.

Garantir segurança nas estradas

Bernardino RafaelFoto: DW

O comandante-geral da polícia orientou as Forças de Defesa e Segurança a continuarem a garantir a segurança nas estradas da região, considerando a cooperação com as comunidades fundamental. "Continuem em prontidão, controlem a livre circulação no troço Muchungue, Inchope e Caia", frisou Bernardino Rafael, numa alusão aos troços mais afetados pelas incursões da autoproclamada Junta Militar da Renamo.

Nos últimos meses, vários membros influentes do grupo abandonaram as matas e juntaram-se ao processo de paz, mas o seu líder mantém as revindicações, acusando os desertores de traição.

Na quinta-feira, o líder da Junta Militar da RENAMO ameaçou inviabilizar a governação de seis províncias do Centro e Norte de Moçambique caso seja ignorada uma carta de reivindicações alegadamente enviada às autoridades.

O acordo de paz em Moçambique foi assinado em agosto de 2019 pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e pelo presidente da RENAMO, Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspetos, as condições do processo de DDR do braço armado do principal partido de oposição.

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