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Chefe da PRM recusa críticas de colega sobre Cabo Delgado

Lusa
6 de outubro de 2024

Nyusi exonera general que qualificou gestão do conflito em Cabo Delgado como "informal" e com "secretismo". Comandante da PRM recusa críticas e diz que não se declara guerra ao "fenómeno global" do "terrorismo".

Bernardino Rafael, comandante da Polícia da República de Moçambique, participou em conferência de imprensa em 2020.
Bernardino Rafael rebate críticas de colegaFoto: DW

O comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael, considera o terrorismo um "fenómeno global" ao qual "não se declara guerra", recusando as críticas do vice-chefe das Forças Armadas, Bertolino Jeremias Capitine, exonerado na última sexta-feira (04.10), pelo Presidente Filipe Nyusi.

Segundo a agência Lusa, há alguns dias, Capitine defendeu, numa palestra na Universidade Joaquim Chissano, que a gestão do conflito em Cabo Delgado, com ataques por grupos terroristas que se registam há sete anos, é baseada no "improviso".

"Os outros países, quando tiveram situação desta, ou não, ou equivalente, declararam guerra. Moçambique, em 2017, começou a chamar de malfeitores", criticou Capitine, que, segundo a Lusa, teria dito que a gestão do conflito é também "informal" e "com algum secretismo".

Nyusi exonerou o vice-chefe do Estado-Maior General as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Bertolino Jeremias Capitine, sem explicar as razões da decisão.

Segundo a Lusa, Bernardino Rafael disse que "o Conselho Nacional de Defesa e Segurança considerou aqueles que eram insurgentes, aqueles que eram malfeitores, que eram combatidos pela polícia, como terroristas. Logo há interferência global [das forças de segurança]".

"Ausência de estratégia"

Capitine questionou uma possível ausência de "estratégia de combate ao terrorismo", acrescentando que ao declarar guerra, "todas as forças subordinam ao Chefe do Estado-Maior General" das FADM, que "despacha diretamente com o comandante-em-chefe das Forças Armadas", o Presidente da República.

Bernardino Rafael participa em cerimónia em NacalaFoto: Sitói Lutxeque/DW

"Se não declaramos a guerra, com que base Moçambique convidou a SAMIM [missão militar dos países da África austral, que entretanto deixou o terreno em julho passado]", teria dito ainda o agora exonerado vice-chefe do Estado-Maior General das FADM.

Bernardino Rafael, por sua vez, disse que "o Conselho Nacional de Defesa e Segurança considerou aqueles que eram insurgentes, aqueles que eram malfeitores, que eram combatidos pela polícia, como terroristas. Logo há interferência global [das forças de segurança]", segundo a agência Lusa.

Capitine foi nomeado vice-chefe do Estado-Maior General das FADM, em janeiro de 2021, tendo sido promovido a tenente-general nesse ano, para ocupar o cargo.

Militares fazem segurança de machambas

Camponeses do distrito de Macomia, em Cabo Delgado, começaram a regressar aos seus campos de produção. informação foi divulgada pela agência Lusa. São agricultores das localidades de Namigure e Nambine, que abandonaram suas casas em junho devido aos intensos confrontos.

As famílias foram afetadas pelo confrontos envolvendo as forças armadas e os rebeldes nas matas de Mucojo e Quiterajo, a 40 e 70 quilómetros da sede de Macomia.

Militares fazem segurança de comunidade em MacomiaFoto: DW

Segundo as fontes ouvidas pela agência de notícias, as machambas [campos agrícolas] dos camponeses "continuam intactas" apesar do período de três meses de abandono. O exército moçambicano estaria, segundo a reportagem, a reforçar o patrulhamento nas zonas de produção para oferecer segurança ao trabalho dos pequenos agricultores da região.

Segundo fontes militares, há quase duas semanas, uma operação de militares moçambicanos e ruandeses nas matas do posto administrativo de Mucojo, resultou na morte dez terroristas e um número não informado de militares. O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que foram "destruídos importantes acampamentos" dos insurgentes, com a apreensão de armamento e material de propaganda.

No mesmo distrito de Macomia, houve em maio e em agosto duas ondas de ataques noticiados e confirmados pelas forças de segurança. Há sete anos, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista "Estado Islâmico". 

Como então? Luta antiterrorismo em Cabo Delgado corre bem?

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