Combate ao terrorismo: EUA entregam barco patrulha a Maputo
Lusa
8 de dezembro de 2022
Governo norte-americano entrega barco patrulha à Marinha de Moçambique para ajudar no combate ao terrorismo no país. Entretanto, pelo menos quatro insurgentes foram mortos por uma milícia em Cabo Delgado.
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O equipamento entregue pelos Estados Unidos a Moçambique deve reforçar o combate ao terrorismo e outros crimes transnacionais na região, no âmbito do apoio dado ao país, segundo anunciou a embaixada norte-americana em Maputo, esta quarta-feira (07.12).
"Esta doação faz parte de um conjunto mais vasto de programas de assistência à segurança concebidos para aumentar a resiliência da Marinha moçambicana na luta contra o terrorismo e o crime organizado transnacional em todo o país", lê-se em um comunicado.
O barco de patrulha costeira avaliado em 700 mil dólares (666 mil euros) tem 10 metros e está vocacionado para interceção e operações de embarque marítimo.
A doação inclui formação para oficiais da Marinha moçambicana oferecida pelo fabricante americano. "Oferecemos formação e oportunidades educacionais para soldados, marinheiros, e fuzileiros moçambicanos e americanos que escolhem servir o seu país", frisou o embaixador dos EUA em Moçambique, Peter H. Vrooman.
População em fuga no norte de Moçambique
01:59
Terroristas mortos por milícia
Entretanto, em Cabo Delgado, membros de uma milícia anunciaram esta quinta-feira (08.12) a morte de pelo menos quatro insurgentes, durante uma emboscada a um grupo que se abastecia de água no rio Messalo, na quarta-feira.
A emboscada aconteceu numa zona remota, nas matas de Nangumbe, sul do distrito de Mueda, longe dos projetos de gás e da capital provincial, Pemba.
"Conseguimos matar quatro terroristas e ferir outros dois. Após o nosso ataque, muitos fugiram para a zona de Meluco", na margem sul do Messalo, referiu a mesma fonte a partir da aldeia de Homba.
A força local diz que vai "continuar a efetuar patrulhas" de modo a "libertar" a área onde tem sido registada presença de grupos armados.
O regresso da vida pós destruição em Cabo Delgado
Apesar da tendência de retorno das populações às zonas de origem, várias aldeias ainda continuam desertas e o cenário de destruição é visível nessas comunidades.
Foto: DW
Sensação de paz em Macomia
O distrito de Macomia já registou o regresso de grande parte da sua população que se havia evadido para outras zonas com a escalada da violência protagonizada pelos insurgentes, localmente conhecidos por "al-shababes". Na vila, atividades comerciais ganham terreno. Mas a população pede ainda a permanência do exército para lhes proteger. O desejo dos residentes é que a paz tenha vindo para ficar.
Foto: DW
Serviços públicos em Mocímboa da Praia
Após a recuperação do território, em agosto de 2021, as autoridades estão empenhadas no restabelecimento dos serviços públicos de modo a impulsionar o retorno da população que se refugiou em comunidades de Cabo Delgado. O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos comprometeu-se em alocar escritórios moveis ao governo de Mocímboa da Praia para fazer face à escassez de infraestruturas.
Foto: DW
Local do massacre de Xitaxi
A 7 de abril de 2021, na aldeia de Xitaxi, no distrito de Muidumbe, os terroristas terão morto a sangue frio um grupo de 53 jovens num campo de futebol (ao fundo da imagem). Aparentemente, a causa da chacina foi a recusa desses jovens, que haviam sido raptados localmente e em aldeias já atacadas, em juntar-se ao movimento rebelde que devasta Cabo Delgado desde o ano de 2017.
Foto: DW
Forças Armadas na estrada
A estrada N380 liga o distrito de Ancuabe a Mocímboa da Praia. A via permaneceu intransitável com a escalada da violência terrorista em aldeias atravessadas pela rodovia. Com as ações terroristas enfraquecidas, a N380 voltou a ser transitável, embora de forma tímida. Veículos militares patrulham constantemente, para garantir que nenhuma situação de alteração da ordem venha a verificar-se.
Foto: DW
Destroços visíveis
Sucatas de veículos destruídos denunciam a quem por aqui passa, cenários de violência vividos na estrada principal que liga sul, centro e norte da província.
Foto: DW
Bens abandonados
Terroristas bloquearam durante um ano o acesso aos distritos no norte, com destaque para Mueda e Mocímboa da Praia, com o assalto ao posto de controlo policial no cruzamento de Awasse. Após o seu desalojamento pela força conjunta Moçambique-Ruanda, os terroristas abandonaram alguns dos seus bens, em caves que serviam de esconderijos.
Foto: DW
Ruínas
Casas abandonadas e em ruínas e zonas residenciais tomadas pelo capim são o retrato que se repete em diversas aldeias ao longo das estradas N380 e R698. Denunciam também a crueldade dos terroristas.