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Preço da gasolina e gasóleo sobe, gás doméstico desce

Leonel Matias (Maputo)
21 de março de 2018

Preço dos combustíveis em Moçambique foi reajustado, com subida da gasolina e do gasóleo e descida do gás doméstico. Governo diz que, apesar dos ajustes, o executivo continuará a "proteger os setores mais necessitados".

Mosambik - Tankstelle Petromoc
Foto: DW/L. Matias

Em Moçambique, os preços dos combustíveis e outros produtos petrolíferos estão mais caros a partir desta quarta feira (21.03.). Cidadãos ouvidos pela DW África consideram que a medida terá impacto direto no elevado custo de vida da população, que se sente já sufocada.

O preço da gasolina aumentou em cerca de 5% passando de 62 para 65 meticais o litro. Portanto, o litro de gasolina passa a custar cerca de 90 cêntimos do Euro. Por seu turno, o gasóleo aumentou cerca de 8%, passando de aproximadamente 56 meticais para 61 o litro. O novo preço do gasóleo passa a ser de 80 cêntimos do Euro. O ajustamento dos preços de combustíveis e outros produtos petrolíferos abrange ainda o petróleo de iluminação, que registou um agravamento de 6,38% e vai custar agora 70 cêntimos do Euro. Com o novo preço, o litro do petróleo de iluminação passou de cerca de cerca de 47 para 50 meticais. Enquanto isto, o gás doméstico desceu em 4,74% passando dos atuais 68,43 meticais para 65,18 meticais o quilograma. O gás doméstico custa agora cerca de 90 cêntimos do euro.

Combustíveis mais caros em Moçambique

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Consequência do aumento do preço do crude

Uma nota do Ministério dos Recursos Minerais e Energia indica que o presente ajustamento de preços e consequência da subida considerável do preço do barril de crude no mercado internacional. As alterações surgem no contexto de implementação da legislação que estabelece a necessidade de revisão dos preços de venda ao público numa base mensal, sempre que se verifique uma variação do preço-base superior a três por cento, ou caso haja alteração dos impostos.

Alexandre Bacião Presidente da ProconsumerFoto: DW/L. Matias

O Ministério dos Recursos Minerais e Energia refere que, apesar deste ajustamento em alta, o Governo continuará a proteger os sectores mais necessitados, nomeadamente o transporte semi-colectivo de passageiros, os agricultores, a geração de energia nos distritos (grupos geradores), e a pesca artesanal.

O último ajuste dos preços dos combustíveis e outros produtos petrolíferos tinha-se registado no final de Fevereiro.

População reage aos aumentos

A DW África saiu à rua e colheu opiniões sobre este agravamento de preços. Alexandre Bacião é o Presidente da Proconsumer, uma organização não governamental de defesa dos direitos dos consumidores comenta a mudança. "É sabido de que o gasóleo e a base de toda a atividade económica tanto na agricultura, nos transportes, na indústria, etc, etc, portanto, isso vai ter um impacto muito forte na vida de todos nós".

Motociclo vulgo TxopelaFoto: DW/L. Matias

Por seu turno, Narcisa Mequeje, uma funcionária da baixa da cidade de Maputo, mostrou-se agastada com os novos aumentos em particular a subida do preço do petróleo de iluminação. "Com o petróleo as pessoas cozinham, usam para iluminação da casa, usam para motobombas e geradores de energia. Isso com certeza tem um impacto negativo."Já Jafete José, taxista de um motociclo vulgo Txopela, observou que o atual agravamento do preço dos combustíveis acontece duas semanas depois do aumento da tarifa do transporte semi colectivo de passageiros. "Quer dizer, nada se fez. Os custos operacionais dos transportadores que são os que tem de velar pelo transporte da maior parte da população voltarão a subir na medida em que o preço do combustível subiu. Isto vai também encarecer os produtos, porque o preço do transporte tem uma influência direta no preço dos produtos", explica. 

Para Narcisa Mequete "o salário que é bom não aumenta. É importante que o Governo reveja esta situação porque as pessoas mantém-se caladas, mas sentem-se sufocadas".

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