Governo do Malawi obriga funcionários a vacinarem-se
5 de agosto de 2021A Comissão Eleitoral do Malawi tem sido alvo de fortes críticas por estar a impedir que os funcionários que não estão vacinados contra a Covid-19 se apresentem ao trabalho. A medida, explica o órgão eleitoral, procura proporcionar um ambiente de trabalho seguro, depois de 13 funcionários terem apresentado resultado positivo à doença durante uma testagem em massa.
Sangwani Mwafulirwa, porta-voz da Comissão eleitoral, justifica que esta decisão foi tomada a pensar nos interesses dos trabalhadores, uma vez que são muitos os benefícios que advêm da vacinação.
"Tivemos um grande número de casos de Covid-19 [em julho]. É por isso que entendemos que apenas os que estão vacinados podem vir ao escritório e que todos devem ser encorajados a vacinar-se.”
Nos últimos meses, o Malawi recebeu apenas 192 mil doses da vacina contra a Covid-19, que não demoraram a esgotar. Ou seja, mesmo que queira, nem toda a população conseguirá ter acesso à vacina.
Encorajar sim, obrigar não
Para além disso, o ativista de saúde George Jobe defende que a decisão da Comissão Eleitoral pode confundir as pessoas, já que a vacinação contra a Covid-19 não é obrigatória no Malawi. Por essa razão "não se pode esperar que uma entidade governamental tome este tipo de decisão”.
Contudo, a Comissão Eleitoral deve sim encorajar seus funcionários a vacinarem-se para "que não se vinculem a crenças religiosas".
A vacinação forçada está a tornar-se cada vez mais uma tradição em vários países, mas no Malawi a resistência é forte. Até agora, apenas 10% dos 18 milhões de malawianos foram vacinados.