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FutebolCosta do Marfim

Como garantir a sustentabilidade dos estádios após CAN2023?

Lolade Adewuyi
13 de fevereiro de 2024

A Costa do Marfim construiu quatro novos estádios para a Taça das Nações Africanas - CAN2023, a um custo muito elevado. Qual será o futuro destas infraestruturas, agora que o torneio de futebol terminou?

Cerimónia de abertura da CAN2023 teve lugar no novo estádio Alassane Ouattara, em Abidjan, a 13 de janeiro
Cerimónia de abertura da CAN2023 no novo estádio Alassane Ouattara, em AbidjanFoto: Fareed Kotb/AA/picture alliance

Terminou este domingo (11.02), em Abidjan, a Taça das Nações Africanas, ganha pela anfitriã Costa do Marfim, que derrotou a Nigéria.

Para acolher a maior festa do futebol africano, o país investiu mil milhões para a construção de quatro novos estádios, renovação de dois e na construção de estradas, hotéis e outras comodidades para o torneio.

Mas como garantir a sustentabilidade destas infraestururas, principalmente dos estádios? "A Costa do Marfim tornar-se-á um centro na sub-região. Todos os países da sub-região que não têm estádios aprovados serão bem-vindos", responde Idris Diallo, presidente da Federação de Futebol da Costa do Marfim.

Mas isso não basta. É preciso fazer mais, defende Adedamilola Adedotun, especialista em finanças desportivas e diretor de desporto da agência Temple Company, sediada em Lagos. "É preciso um plano para cada estádio", diz.

O especialista em infraestruturas desportivas Reda Laraichi, da Rainbow Sports Global, com sede em Paris, sugere mais alternativas para a sustentabilidade dos estádios.

"Os nossos estádios não podem apenas depender dos fundos públicos. Temos de pensar em outras vias, como organização de concertos e outros eventos", defende.

Estádio Alassane Ouattara foi palco da final da Taça das Nações Africanas de Futebol de 2023Foto: Braima Darame/DW

O desafio da manutenção

Möhsen Abdel Fateh, diretor-geral do African Sports & Creative Institute, acrescenta que é necessário também "acolher mais jogos patrocinados por empresas porque quanto mais pessoas alcançar, mais atrai empresas que buscam por oportunidades."

A manutenção dos estádios é outro desafio, pois exige muito investimento e não só, diz ainda Fateh. "A manutenção das infraestruturas é um trabalho a tempo inteiro. Estamos a falar de muita gestão", sublinha.

Mmuitos países africanos estão a construir estádios de que não precisam, já que nem mesmo o futebol nacional consegue maximizar a sua utilização.

O ASEC Mimosas, o maior clube da Costa do Marfim, tem disputado os seus jogos em casa no Estádio Felix Houphouet Boigny, em Abidjan, com 33 000 lugares, mas o estádio raramente tem metade da capacidade.

CAN2023: Final inédita em Abidjan

29:14

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O futuro é ser co-anfitrião

O próximo campeonato realiza-se em 2025 e será organizado por Marrocos, um país que já apresentou seis estádios para o torneio e que possui algumas das melhores instalações do continente.

Em 2027, a Taça das Nações Africanas será inédita, na medida em que será organizada pela primeira por três países: Quénia, Uganda e Tanzânia. Cada país vai ter três estádios.

Para um campeoanto com 24 equipas, a organização conjunta é uma forma de resolver a pressão que os países candidatos têm de construir novos estádios.

Os dois próximos Campeonatos do Mundo da FIFA - que terão lugar em 2026 nos EUA, Canadá e México e em 2030 em Espanha, Portugal e Marrocos - também serão organizados por vários países.