Estima-se a presença de 200 mil fiéis em Roma para assistir às cerimónias fúnebres, de acordo com o Ministério do Interior italiano, admitindo-se que, com o próximo conclave – ainda sem data marcada – e a eleição do novo Papa, esse número suba para 250 mil.

Com um protocolo rígido, são esperadas 130 delegações internacionais que já confirmaram a sua presença no evento, mas prevê-se que o número final possa ascender a 170. Convergem em Roma 50 chefes de Estado e dez monarcas, o que exige um delicado esforço diplomático para evitar situações de conflito.

As delegações internacionais ficam no lado direito da praça, enquanto os cardeais devem ocupar o lado esquerdo.

O protocolo do Vaticano, rigorosamente testado durante o funeral de Bento XVI e a despedida de João Paulo II, indica que as primeiras fileiras são reservadas aos chefes de Estado. Mas a prioridade reserva-se à delegação italiana, a maior com a presença do Presidente, Sergio Mattarella, e da primeira-ministra, Giorgia Meloni, bem como a delegação argentina, país natal de Francisco, chefiada por Javier Milei.

Nas primeiras fileiras estarão também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e representantes da União Europeia - com os presidentes do Conselho, da Comissão e do Parlamento, respetivamente António Costa, Ursula von der Leyen e Roberta Metsola.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a sua esposa Melania, estarão na mesma fileira que o francês Emmanuel Macron, mas muito afastado do ucraniano Volodymyr Zelensky, que pretendia conversar com o Presidente americano. Esta não será uma tarefa fácil, já que o republicano pretende retornar ao seu país imediatamente após a missa.

Entre os chefes de Estado mais próximos do altar, ainda na primeira fila, estarão os alemães e austríacos, Frank-Walter Steinmeier e Alexander van der Bellen, com os seus homólogos da Albânia, Bajram Begaj, e de Angola, João Lourenço.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, estará na mesma área, juntamente com a governadora-geral do Canadá, Mary Simon, os chefes de Estado de Cabo Verde e Chipre, José Maria Neves e Nikos Christodoulides, e o Presidente do Equador, Daniel Noboa.

Cortejo fúnebre

O cortejo fúnebre que transportará os restos mortais do falecido Papa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, até à Basílica de Santa Maria Maior, onde Francisco pediu ser sepultado num túmulo simples, percorre uma distância de seis quilómetros.

Foram mobilizados três mil voluntários pela Proteção Civil italiana, responsável pela gestão dos preparativos. Mais de 50 equipas médicas estão espalhadas ao longo do cortejo fúnebre entre a Basílica de São Pedro e a Basílica de Santa Maria Maior, juntando-se a isto 11 postos médicos avançados e 52 ambulâncias adicionais. 

Foram disponibilizados 260 mil lugares pelo grupo estatal 'Ferrovie dello Stato' para as pessoas que desejem viajar para Roma de comboio, sendo também importante referir que, pela manhã (às 10 horas locais), esperam-se temperaturas de 17 graus, embora o termómetro possa atingir os 24 graus ao longo do dia.

A Proteção Civil confirmou igualmente que foram reservados 500 lugares de estacionamento para autocarros e camionetas em Roma e arredores para o mesmo dia.

Alta segurança

Entre hoje e 26 de abril, espera-se que 120 mil pessoas cheguem a Roma, o que se traduzirá em cerca de 320 mil dormidas, de acordo com os números do Departamento de Turismo da capital italiana. A instituição adverte que as estimativas podem mesmo ser inferiores às que se verificarão efetivamente.

Estão mobilizados 11 mil soldados e membros das forças de segurança, sem contar com as equipas das delegações internacionais, encarregues de assegurar que o funeral decorra sem incidentes. A polícia, os 'carabinieri' e a polícia de trânsito são acompanhados por pelo menos 1.500 soldados.

Cinco bazucas anti-drone, capazes de intercetar as frequências de rádio com que estes aparelhos são operados, reforçarão a zona de exclusão aérea decretada sobre o céu romano.