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Criminalidade

Como superar o racismo contra negros na Alemanha?

Peter Hille | rl | mc
12 de junho de 2020

Há 20 anos, o assassinato do moçambicano Alberto Adriano no leste da Alemanha chocou o país. Uma associação em Berlim apoia vítimas de discriminação racial e mostra como episódios racistas podem ser punidos pela lei.

Memorial em homenagem a Alberto Adriano, em Dessau, leste da Alemanha Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas

Há vinte anos, a Alemanha ficou chocada com o assassinato de Alberto Adriano. O moçambicano de 39 anos foi brutalmente espancado por um grupo de neonazistas, perto do Stadtpark, na cidade de Dessau, leste do país, quando regressava à sau casa depois de uma noite com amigos. Casado e pai de três filhos, Alberto Adriano acabou por não resistir aos graves ferimentos na cabeça e faleceu no hospital no dia 14 de junho de 2000.

Duas décadas se passaram desde então e a verdade é que a discriminação racial continua a motivar ataques na Alemanha. Aliás, os números mais recentes divulgados pela Agência Federal Anti-Discriminação (ADS) alemã dão conta de um aumento significativo na discriminação racial no país.

Céline Barry é responsável do gabinete anti-discriminação da "Each One Teach One”, uma associação criada em Berlim e que pretende ser um espaço de partilha e solidariedade, onde vítimas de discriminação podem contar a sua história e pedir ajuda.

"O que queremos é que a associação seja um espaço onde as pessoas de pele negra se possam encontrar, partilhar os seus conhecimentos e falar das suas experiências", conta.

Legislação antiracista

Mas não só. A associação pretende ir mais além e mostrar que certos episódios que se repetem no quotidiano alemão podem ser punidos por lei. Um dos mais comuns, diz a ativista e socióloga Céline Barry, é ser negada aos jovens de pele negra a entrada numa discoteca.

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"Há muitas opções legais. A entrada na discoteca está abrangida pela Lei Geral da Igualdade. Ou seja, se me é negada a entrada, eu tenho o direito de processar", informa.

Como aconteceu em centenas de países, a morte de George Floyd, nos Estados Unidos da América, também não passou despercebida na Alemanha.

Foram várias as cidades onde foram realizados protestos de apoio ao Movimento "Black Lives Matter".

"É um momento desafiante. Mas é também um momento que nos dá esperança de que as coisas mudem na sociedade alemã, que começa a mostrar sensibilidade para esta questão", observa a ativista.

Lei inédita aprovada

Entretanto, e na sequência dos protestos em massa nos Estados Unidos e em todo o mundo contra o racismo e a violência policial, a capital Berlim aprovou, a semana passada, uma lei antidiscriminação, inédita na Alemanha.

A nova lei impede os funcionários públicos, incluindo a polícia e as escolas públicas, de discriminar qualquer habitante da capital alemã com base no sexo, origem étnica, religião, convicções políticas, deficiência, idade, identidade sexual ou estatuto social.

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