Comunicado de Ouattara reflete segurança
8 de abril de 2011Na intervenção que fez na televisão marfinense esta quinta-feira, o tom que Alassane Ouattara adotou era de quem já detém o poder. No discurso, Ouattara prometeu que em breve os bancos voltarão a abrir e os salários serão pagos na Costa do Marfim. Ouattara lembrou o seu pedido à União Europeia de recuar nas sanções impostas ao país. Ouattara prometeu ordem e segurança e lembrou que “é necessário que sejam disponibilizados alimentos no mercado” bem como medicamentos nos hospitais e nos centros de saúde.
O presidente eleito da Costa do Marfim anunciou também que uma comissão de investigação irá esclarecer atos de violência e massacres. As investigações terão já começado nas últimas semanas.
Atitude indispensável, segundo observadores
Alguns especialistas consideram a atitude de Ouattara indispensável para que a paz regresse à Costa do Marfim. Mas a população continua cética. Há quem afirme mesmo que a população marfinense não decidiu ainda se, de facto, deseja ver Ouattara no poder do seu país.
Entretanto, os apoiantes do presidente cessante, Laurent Gbagbo, não estão dispostos a entregar-se. O conselheiro de Gbagbo, Alain Toussain, a Costa do Marfim está a viver “um golpe de estado”, uma vez que Ouattara não foi ainda empossado como presidente e, segundo Toussain, “não pode comportar-se como até agora”.
No país, o dia passou sem avanços junto da residência do chefe de Estado onde Gbagbo permanece há dias. Entretanto, as agências humanitárias da ONU pediram a abertura de corredores humanitários no país para ter acesso aos milhares de pessoas que fogem da violência.
Autor: Dirke Köpp/Bettina Riffel/Marta Barroso
Revisão: António Rocha