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Libía: Comunidade internacional saúda cessar-fogo anunciado

rl | com agências
22 de agosto de 2020

União Europeia, Liga Árabe, Arábia Saudita, Jordânia e Egito saudaram, esta sexta-feira (21.08), o cessar-fogo no país, que vai entrar em vigor na próxima semana, após 15 meses de intensos combates.

Libyen Kämpfer der von UN anerkannten Regierung
Foto: AFP/M. Turkia

O Governo da Líbia, apoiado pelas Nações Unidas, anunciou, esta sexta-feira (21.08), um cessar-fogo em todo o país. 

Em declarações, o líder do Governo de Acordo Nacional (GNA) de Tripoli, Fayez Sarraj, pediu ainda a desmilitarização da contestada cidade estratégica de Sirte, que é controlada por forças rivais, o fim do bloqueio ao petróleo imposto pelas forças rivais desde o início do ano e a realização de eleições parlamentares e presidenciais, em março do próximo ano.

Numa declaração separada, Aguila Saleh, representando do parlamento com sede no leste do país, apelou também a um cessar-fogo.

Reações

Saudando o anúncio do cessar-fogo, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou, esta sexta-feira (21.08), que "é crucial que todas as partes se atenham às suas declarações".

"Todos os líbios merecem uma solução política e um regresso à estabilidade e à paz”, escreveu na sua conta na rede social Twitter.

No mesmo sentido pronunciaram-se Liga Árabe, Arábia Saudita, Jordânia e Egito.Todos saudaram o cessar-fogo, que vai entrar em vigor na próxima semana, após 15 meses de intensos combates.  

Em comunicado, a Liga Árabe saudou o "compromisso com o cessar-fogo imediato e o fim de todas as operações militares no território líbio", confrontos que mataram mais de 1.800 pessoas, incluindo 400 civis.

Líbia mergulhou no caos após a queda e morte do ditador Muammar Kadhafi em 2011Foto: Getty Images/AFP/M. Turkia

As partes concordaram ainda em "trabalhar para alcançar acordos sobre a retoma integral das operações de produção e exportação de petróleo", virando "a página do conflito [...] para chegar a uma solução pacífica", notou.

A Liga Árabe mostrou-se ainda esperançada quanto à possibilidade de "um acordo de cessar fogo oficial, permanente e abrangente". 

Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita também celebrou a trégua, destacando a "necessidade de iniciar um diálogo político interno" que coloque o interesse nacional acima de tudo, evitando a interferência externa.

Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia e o Presidente do Egito, Abdelfatah al-Sisi, aplaudiram o pacto. 

A Líbia mergulhou no caos após a queda e morte do ditador Muammar Kadhafi em 2011, e a luta pelo poder é disputada atualmente entre o Governo de Acordo Nacional, de Fayez al-Sarraj, sediado em Tripoli e apoiado pela ONU, e o governo rival do Leste, que apoia o marechal Khalifa Haftar.

Sarraj conta com a ajuda da Turquia e Hafter com o apoio da Rússia e do Egito.

As forças do comandante militar Khalifa Hafter lançaram uma ofensiva em abril de 2019, para tentar capturar a capital, mas a campanha fracassou em junho, quando as milícias aliadas de Tripoli, com apoio turco, ganharam a vantagem, expulsando as suas forças dos arredores da cidade e de outras cidades do Oeste.

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