Até 17 de novembro, representantes de mais de 100 países discutem medidas para avançar com o Acordo de Paris, para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e evitar o agravamento de fenómenos extremos.
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Arrancou esta segunda-feira (06.11), em Bona, na Alemanha, a 23ª Conferência das Nações Unidas sobre clima. Um dos temas a discutir na COP23 é o uso de energias renováveis em países africanos e asiáticos, a fim de diminuir as emissões de gases poluentes nestes países. "É preciso investir imediatamente em energias renováveis na Índia e em África", defendeu este domingo (05.11) o ministro alemão da Cooperação e Desenvolvimento, Gerd Müller.
Apesar de a conferência ter lugar na Alemanha, a COP23 é encabeçada pelas Ilhas Fiji. O Estado insular do Pacífico Sul não se considera capaz de acomodar os mais de 20 mil participantes do evento.
Concretização do Acordo de Paris
Um dos temas centrais da COP23 é a concretização do Acordo do Clima de Paris, aprovado 2015. Os signatários deste acordo comprometem-se a, através de metas climáticas nacionais, cuidar para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC. Além disso, os diferentes planos nacionais para o clima devem poder ser comparáveis entre si. E, se possível, as metas para o futuro devem ser formuladas de forma mais ambiciosa.
Conferência do clima arranca em Bona
Quase todos os Estados-membros da ONU se comprometeram com o Acordo de Paris, apenas a Turquia, Rússia e o Irão ainda têm que ratificá-lo. Entretanto, há o problema principal: os Estados Unidos. O Presidente Donald Trump anulou o compromisso assumido por seu antecessor, Barack Obama, e pretende abandonar o pacto. Mas isto só poderá ser feito, de facto, em três anos e meio.
Em Bona, na Alemanha, na véspera da COP23, o Presidente das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama, afirmou que "é preciso vontade política de todas as partes para fazermos as mudanças necessárias chegarem a todas as pessoas do mundo".
Proteção do clima na Alemanha
Para a ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendricks, a COP23 poderá garantir os meios para a implementação do Acordo de Paris. Embora a Alemanha esteja empenhada no avanço do acordo climático e o desenvolvimento de energias renováveis em outros continentes, a meta de até 2020 ter reduzido em 40% as emissões de gases poluentes no próprio país ainda está longe de ser atingida – a Alemanha ainda queima carvão mineral.
Ainda assim, a ministra Barbara Hendricks sublinha os alemães são pioneiros na proteção do clima, principalmente por terem fomentado as energias renováveis em todo o mundo, nas últimas décadas.
Segundo Jan Kowalzig, ambientalista da ONG Oxfam, a Alemanha, enquanto modelo para a proteção do clima, fracassará nas suas próprias metas climáticas até 2020. "Isso deve-se, em particular, ao facto de que, na Alemanha, sobretudo a indústria do carvão, boicota uma mudanca energética há anos".
A COP23 poderá concretizar uma iniciativa alemã que visa possibilitar planos de seguro climático para cerca de 400 milhões de habitantes dos países do hemisfério sul. A medida, que já foi apresentada noutras conferências do clima, poderá beneficiar diretamente os países africanos.
Construindo uma cidade climática para o mundo
Bona, na Alemanha, prepara-se para a Conferência do Clima da ONU (COP23). Novas infraestruturas surgiram em toda a cidade. A DW observou esta transformação — inclusive da nossa janela.
Foto: DW/S.Diehn
Bona prepara-se
Em poucos meses, a antiga capital alemã foi sendo completamente remodelada: de uma nova estação ferroviária às várias tendas gigantes que foram montadas. Bona vai acolher a Conferência Mundial sobre o Clima da ONU (COP23), de 6 a 17 de novembro. Um dos maiores complexos foi erguido no parque da Deutsche Welle. Aqui, as primeiras gruas aparecem para a construção do espaço, no início de agosto.
Foto: DW/S.Diehn
"Bula!" para a Cop23
"Welcome! Willkommen! Bula!" Porquê estas três saudações? Bem-vindo, em inglês, porque esta é uma língua universal - tem de estar aqui! E a conferência decorre na Alemanha - o "Willkommen" encaixa bem. Mas o que é "bula"? Apesar de ter lugar em Bona, a COP23 é oficialmente hospedada pelas Ilhas Fiji - representadas aqui pela língua nativa. "Bula" significa "bem-vindo" ou "amizade" em fiji.
Foto: DW/I. B. Ruiz
Juntar todo o mundo
Esta enorme tenda receberá pessoas de todo o planeta. Está montada nas margens do rio Reno, em Bona. Em cerca de 40 pavilhões diferentes, as delegações dos 196 países participantes vão debater as suas contribuições para a proteção do clima - é literalmente todo o mundo sob um único teto.
Foto: DW/H. Weise
Pavilhão sustentável da Alemanha
O pavilhão alemão da COP23 será iluminado e decorado por um globo de LED com 3 metros de diâmetro, entre outros aparatos de baixo uso de energia. O espaço conta com um pequeno anfiteatro, bem como uma montra virtual do Ministério da Cooperação e Desenvolvimento Económico e do Ministério do Meio Ambiente.
Foto: DW/H. Weise
Índia no centro das atenções
Outro espaço particularmente grande é o pavilhão da delegação indiana, em grande destaque. Dezenas de trabalhadores investiram esforços diários para preparar o espaço antes do início da COP23. Das estruturas até à iluminação, tudo deve estar pronto para receber os participantes.
Foto: DW/H. Weise
Vamos fazer uma pausa... e trabalhar!
Participar na conferência não se limita ao networking e a ver as atrações. Muitas pessoas estarão a trabalhar, incluindo jornalistas. Além do centro de imprensa, há várias áreas de trabalho no interior das tendas para quem precisar de se sentar ou conectar um dispositivo eletrónico.
Foto: DW/H. Weise
Não se preocupe, vai haver café!
Outro ponto positivo: também haverá muito café - colhido de forma sustentável na Costa Rica. Esta é apenas uma das várias estações prontas para receber quem estiver com sede ou cansado, mas também participantes entusiasmados dispostos a compartilhar conversas decisivas em torno de uma chávena de café de comércio justo.
Foto: DW/H. Weise
Hora do almoço
Uma cantina estende-se por dois andares na maior tenda, onde cerca de 1.500 pessoas poderão comer ao mesmo tempo. A maioria das opções contará com ingredientes orgânicos, bem como produtos locais e da época. A comida vegetariana terá preferência. Prontos para provar? Um menu custará entre 10 e 12 euros.
Foto: DW/H. Weise
ONGs: participantes-chave
Os grupos ambientais, juntamente com muitas outras organizações não-governamentais (ONGs), desempenharão um papel fundamental durante a conferência, falando à sociedade civil e sensibilizando o público. Há um espaço reservado para estas ONGs - cerca de 500 poderão exibir o seu trabalho nesta área de exposição. No total, são 160 stands de cada vez, que se intercalam semanalmente.
Foto: DW/H. Weise
Bona está pronta!
Esta foto foi tirada apenas uma semana antes do início da conferência. Em comparação com a primeira foto, notou uma nítida mudança? A infraestrutura está praticamente pronta, é hora de começar a receber os convidados para trabalharmos juntos para proteger o nosso clima - e o nosso futuro. Bona está pronta, e você?