São Tomé pede mais apoios para promover economia azul
Lusa
28 de junho de 2022
O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, pediu esta terça-feira (28.06) em Lisboa mais apoio da comunidade internacional para promover a economia azul e "corrigir o défice" de emprego no país.
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"São Tomé e Príncipe gostaria muito de poder beneficiar de apoios financeiros adicionais, adaptados às reais condições e modalidades do nosso país, de modo a nos permitir consolidar as nossas capacidades para atingirmos plenamente os objetivos fixados no quadro da estratégia para beneficiar o crescimento azul, a iniciativa público-privada e corrigir o nosso défice em matéria de emprego e capacidade de empreendimento da nossa juventude, homens e mulheres", afirmou o chefe do Governo são-tomense, na sua intervenção na plenária no segundo dia da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, a decorrer em Lisboa.
Bom Jesus afirmou que o "modelo de crescimento em vigor" em São Tomé e Príncipe exerce "uma forte pressão sobre o ecossistema aquático e os oceanos, bem como sobre o direito das comunidades das zonas costeiras e ribeirinhas", o que "urge inverter".
"Impõe-se a todos, e particularmente à comunidade internacional, começar a ver São Tomé e Príncipe com olhos de ver, no sentido de tudo fazer para apoiar o país a estar material, financeira e institucionalmente à altura das suas potencialidades oceânicas e das metas fixadas neste sentido", adiantou o primeiro-ministro são-tomense.
Jorge Bom Jesus recordou que o país, composto por duas ilhas, "possui uma vasta zona económica exclusiva que é 160 vezes superior ao da superfície terrestre, dispondo de importantes potencialidades para o seu desenvolvimento económico e social, associados a uma economia dos oceanos".
O primeiro-ministro adiantou que o parlamento de São Tomé e Príncipe deverá aprovar "nas próximas semanas" uma nova legislação para a "estratégia nacional de transição para uma economia azul" em São Tomé e Príncipe.
"Asseguro-vos que logo após a aprovação pela Assembleia Nacional da lei, nada será como dantes. Tudo o que possamos fazer estará alinhado com os eixos e pilares em que assenta a estratégia nacional, exigindo quer no plano nacional institucional, quer no plano de relacionamento com os como nossos parceiros, o alinhamento dos seus programas indicativos com a nossa estratégia", acrescentou.
Bom Jesus deixou o "firme compromisso e engajamento" das autoridades do seu país para prosseguir "na senda da implementação de um processo de transição sustentado e resiliente" da economia nacional "em direção à economia azul".
Na sua intervenção, o governante deixou ainda um apelo sobre a criminalidade no Golfo da Guiné.
"Gostava que não se esquecessem do fenómeno da pirataria do Golfo da Guiné e a necessidade de juntarmos as mãos para o seu combate", afirmou Jorge Bom Jesus.
Dia dos Oceanos: O plástico ainda é um grande inimigo
Descartado de forma inadequada, o plástico acaba muitas vezes no oceano. A DW andou por Maputo e encontrou vários exemplos disso. Uma exposição fotográfica alerta também para este problema.
Foto: Romeu da Silva/DW
Dia dos Oceanos
No dia 8 de junho, o mundo é chamado a pensar estratégias para defender os oceanos e melhorar a vida no planeta. Em Maputo, sacos e garrafas de plástico ainda são muito usados e, infelizmente, acabam no mar. Os ambientalistas explicam que garrafas como a que está na fotografia podem funcionar como uma espécie de armadilha mortal para muitos peixes.
Foto: Romeu da Silva/DW
Ronda pela praia
Numa ronda pela orla da Costa do Sol, a DW deparou-se com sacos, garrafas e pneus, mas também com um grupo de profissionais do município acompanhados de crianças a limpar a praia. No país, a consciencialização para a proteção ambiental acontece em várias frentes...
Foto: Romeu da Silva/DW
Arte e consciencialização
... A consciencialização ambiental é o foco desta exposição fotográfica do artista Anésio Manhiça, em Maputo. Através das suas fotos, o fotógrafo retrata o uso do plástico na sociedade moçambicana e, de forma crítica, mostra como esse material pode ser um perigo para os oceanos.
Foto: Romeu da Silva/DW
Falésias de plástico
Nesta imagem presente na exposição, Anésio Manhiça mostra um dos últimos destinos dos sacos de plástico, numa das falésias no oceano Índico. Uma imagem que pode também ser vista numa exposição do artista na cidade de Maputo.
Foto: Anésio Manhiça
Residência do plástico
Nesta imagem da exposição fotográfica também se vê um saco plástico preso em algumas pedras que protegem os oceanos. Esta sacola parece estar neste local há algum tempo apenas pela perda da sua cor.
Foto: Anésio Manhiça
Educar os pequenos
As crianças são cada vez mais chamadas a preservar o meio ambiente. Esta é mais uma imagem de Anésio Manhiça que retrata esse incentivo que muitas organizações têm promovido em Moçambique. Cuidar dos oceanos é também envolver os pequenos em atividades educativas como esta.
Foto: Anésio Manhiça
Descarte propositado?
De volta à praia da Costa do Sol, encontrámos este pneu, que certamente foi deixado de propósito no local por um ser humano, violando as leis e colocando em risco a natureza. Infelizmente, a poluição dos oceanos vai muito além dos sacos e garrafas de plástico.
Foto: Romeu da Silva/DW
Lixo perto da praia
Ecossistemas como os mangais são importantes para a vida marinha, mas também não têm escapado à poluição. No bairro Triunfo, na avenida da Marginal, encontrámos esta pequena lixeira junto à floresta dos mangais, onde jazem sacos de plástico.
Foto: Romeu da Silva/DW
Descarte adequado do lixo
Com objetivo de evitar a poluição do ambiente, várias empresas juntaram-se para disponibilizar estes contentores na praia da Costa do Sol. Eles são usados para recolher garrafas de vidro ou de plástico e outros tipos de lixo que podem pôr em perigo a vida dos oceanos.
Foto: Romeu da Silva/DW
Travar a degradação do ambiente
Há uma tentativa das autoridades municipais e organizações de defesa do meio ambiente para travar o avanço da degradação do meio ambiente. Nesta imagem, o castanho que se vê na rampa é a mistura de lixo plástico e folha seca das casuarinas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Aviso para o bom uso das praias
Esta é uma mensagem do município de Maputo para tentar dissuadir os cidadãos de deitar lixo para o chão. No pico do verão, os utentes da praia deixam diversos detritos que põem a imagem de Maputo no rótulo das cidades mais sujas do país. Com este aviso e outras ações, muita coisa mudou. Mas é preciso mais.