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ConflitosIsrael

Israel intensifica ofensivas no Líbano e em Gaza

DW (Deutsche Welle) | com agências
7 de outubro de 2024

Ataques israelitas em Gaza e mísseis do Líbano deixam dezenas de mortos e feridos. A ofensiva intensifica-se na véspera do aniversário do ataque do Hamas a Israel.

Líbano, 6 de outubro de 2024
Fumo e chamas aumentam nos subúrbios a sul de Beirute, após ataques aéreos israelitas, no meio das hostilidades em curso entre o Hezbollah e as forças israelitas, visto de Sin El Fil, Líbano, 6 de outubro de 2024.Foto: Amr Abdallah Dalsh/REUTERS

Pelo menos 45 palestinianos morreram e 256 ficaram feridos nas últimas 24 horas na Faixa de Gaza, após ataques aéreos israelitas que atingiram uma escola e uma mesquita, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islâmico Hamas.

O bombardeamento na escola Ibn Rushd e na Mesquita dos Mártires de Al Aqsa, em Deir al-Balah, provocou 26 mortes e dezenas de feridos, com muitas vítimas sendo deslocados que estavam refugiados nesses locais. A organização Médicos Sem Fronteiras confirmou ter recebido 53 feridos e 22 mortos no Hospital Al Aqsa, com relatos de sobrecarga nos serviços hospitalares. "Não havia camas suficientes, tivemos que tratar as pessoas no chão", disse Eliza Sabatini, enfermeira da organização.

Israel intensifica ofensivas no Líbano

Nas últimas horas, o exército israelita emitiu novas ordens de evacuação para vários bairros no sul de Beirute, considerados redutos do Hezbollah. Dois ataques aéreos atingiram os subúrbios da capital libanesa, em Sainte-Thérèse e Bourj al-Barajneh, áreas fortemente controladas pelo Hezbollah.

A escalada dos confrontos entre Israel e o Hezbollah, assim como o contínuo conflito em Gaza, eleva o nível de alerta em toda a região, com temores de que a situação continue a deteriorar-se, resultando em mais perdas civis. O número total de mortos palestinianos desde 7 de outubro já ultrapassa 41.000, segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza, com mais de metade das vítimas sendo mulheres e crianças.

Desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, o Hezbollah e Israel têm trocado ataques quase diariamente na fronteira com o Líbano. Segundo as IDF, no último domingo, mais de 120 projéteis disparados pelo Hezbollah atingiram território israelita. Vídeos divulgados pelas IDF mostram os danos causados em Haifa, resultantes destes ataques.

Israel desencadeou ataques intensos contra o Hezbollah a 6 de outubro, quase um ano desde o ataque de Militantes Palestinianos do Hamas que desencadeou a guerra em Gaza. Foto: Anwar Amro/AFP/Getty Images

O Hezbollah tem intensificado os seus ataques como resposta às operações israelitas no sul do Líbano, onde mais de 2.000 pessoas morreram desde setembro. O movimento pró-iraniano dedicou um dos seus últimos ataques ao seu líder, Hassan Nasrallah, morto num ataque israelita no final de setembro.

Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas em Haifa, no norte de Israel, após o impacto de cinco mísseis lançados do Líbano. O Hezbollah reivindicou os ataques, alegando que atingiram uma base militar israelita perto de Haifa. Este ataque foi o terceiro do Hezbollah contra alvos na região, tendo também sido realizados dois ataques com 'drones' explosivos contra outra base israelita.

As Forças de Defesa de Israel estão a investigar por que motivo o sistema antiaéreo não conseguiu interceptar os mísseis lançados durante a noite, reconhecendo uma falha no sistema de defesa. O Hospital Rambam confirmou que cinco pessoas ficaram feridas por estilhaços dos projéteis, embora nenhum dos feridos esteja em perigo de vida. Um sexto indivíduo foi hospitalizado devido a um ataque de ansiedade.

Imagens partilhadas nas redes sociais mostram danos significativos numa rotunda de Haifa, causada pelo impacto direto de um dos mísseis. A Estrela Vermelha de David informou que mais uma pessoa ficou gravemente ferida num ataque de mísseis em Tiberíades, também no norte de Israel.

Incursão terrestre e expansão da zona humanitária

As forças armadas israelitas anunciaram uma incursão terrestre em Jabalia, com o objetivo de impedir o reagrupamento dos combatentes do Hamas, intensificando os confrontos na área. Ao mesmo tempo, expandiram a zona humanitária no sul da Faixa de Gaza, onde cerca de dois milhões de pessoas estão abrigadas em condições precárias. Esta zona, no entanto, tem sido alvo de bombardeamentos israelitas nos últimos meses.

A situação humanitária em Gaza continua a deteriorar-se, com as agências internacionais a denunciar as condições insalubres e a superlotação, enquanto os esforços de evacuação prosseguem. Estima-se que cerca de 200.000 palestinianos ainda estejam no norte de Gaza, após os repetidos avisos das Forças de Defesa de Israel (IDF) para que evacuem para o sul.

Violência escala na véspera do aniversário do ataque do Hamas a Israel

A Faixa de Gaza amanheceu com um dos ataques mais violentos dos últimos dias, na véspera do aniversário do ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 israelitas e no sequestro de 251 pessoas. Fontes médicas relataram que várias crianças chegaram ao hospital com ferimentos graves, algumas com as cabeças decapitadas. A agência de notícias oficial palestiniana, "Wafa", informou que os ataques aéreos israelitas contra casas em Jabalia, no norte de Gaza, deixaram várias famílias desfeitas.

Israel, por sua vez, afirmou que os bombardeamentos à escola e à mesquita foram "cirúrgicos" e que ambas as estruturas estavam a ser usadas como centros de comando do Hamas, embora não tenham sido fornecidas provas.

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