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Um morto e dois feridos em novo confronto em Cabo Delgado

Lusa
17 de dezembro de 2019

Uma pessoa morreu e duas outras ficaram feridas na sequência de confrontos entre populares e as Forças Armadas moçambicanas no distrito de Muidumbi, província de Cabo Delgado, no norte do país.

Ataques de grupos armados sucedem-se desde outubro de 2017 (foto de arquivo) Foto: Borges Nhamire

Os tumultos começaram por volta das 11:00 de domingo (15.12), quando populares da aldeia sede do posto administrativo de Chitunda, no distrito de Muidumbi, decidiram expulsar uma posição militar no local, alegando que nada fazem para conter os ataques armados que se têm registado naquela região, disseram hoje à Lusa testemunhas.

Com recurso a paus e outros objetos, os populares obrigaram os militares a abandonarem o local, destruindo suas tendas e, no confronto, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas, disseram à Lusa testemunhas.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que um grupo de pouco mais de 20 militares  abandona a sua posição na sede do posto administrativo de Chitunda, com a população a gritar "podem ir embora" em língua local.

Na madrugada de segunda-feira (17.12), horas depois de expulsarem a posição militar, um grupo desconhecido atacou a aldeia, tendo queimado várias casas e vandalizado várias infraestruturas , incluindo uma capela da Igreja Católica. O ataque na aldeia não fez vitimas mortais.

Ministério da Defesa desconhece ataque

A Lusa entrou em contacto com o Gabinete de Comunicação do Ministério da Defesa de Moçambique, que disse não estar informado sobre o incidente entre a população e o exército. 

Na região de Cabo Delgado, no norte do país,  têm-se sucedido ataques de grupos armados desde outubro de 2017, após anos de atritos entre muçulmanos de diferentes origens, com a violência a eclodir em mesquitas radicalizadas.

Pelo menos 300 pessoas já morreram em Cabo Delgado, segundo números oficiais e da população, e 60.000 residentes foram afetados, muitos obrigados a deslocar-se para outros locais em busca de segurança, segundo as Nações Unidas.

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