RDC: Risco de contaminação do ébola é “muito alto”, diz OMS
AP
29 de setembro de 2018
Recentemente, foram descobertos dois casos confirmados de ébola numa cidade perto da fronteira com o Uganda. Ataque em Beni leva à suspensão dos trabalhos de contenção do surto durante dois dias.
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O risco do surto de ébola, que atinge a República Democrática do Congo, poder alastrar-se aos países vizinhos é agora de "muito alto", alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS), depois de dois casos confirmados terem sido descoberto perto da fronteira com o Uganda.
A epidemia de febre hemorrágica, no leste do Congo, é já considerada mais grave do que o surto que atingiu o noroeste do país, pois para além de ser mais complicada de conter por causa da população ser densa e estar em movimento, está numa região de conflito, com grupos rebeldes ativos.
Contaminação
Um ataque do grupo armado rebelde Frente Democrática Aliada, que vitimou mortalmente uma pessoa na noite de segunda-feira (24.09), no Beni, onde estão localizados os centros de tratamentos especiais da doença, forçou à suspensão dos trabalhos durante dois dias.
Segundo o chefe de emergências da OMS, Peter Salama, a insegurança, juntamente com a resistência da população à vacinação e as tensões entre políticos até às eleições, em dezembro, pode criar a "tempestade perfeita" para o surto se espalhar.
O vírus chegou perto da fronteira com o Uganda quando uma mulher, que iria participar no funeral de vítimas do ébola, se recusou a ser vacinada em Beni, e depois desapareceu. Morreu a 20 de setembro num hospital em Tshomia, perto do Lago Alberto, que separa os dois países. O segundo caso confirmado em Tshomia foi o do parceiro desta mulher, disse a OMS.
"Embora tenham sido feitos progressos substanciais, a situação é precária ", deu conta a organização de saúde da ONU.
O surto de ébola no nordeste da RDC já causou 71 mortes, em 124 casos. Trata-se do segundo surto de ébola na RDC num ano, depois do declarado na província de Equador, e o mais letal da última década no país, onde a doença é endémica.
Mais de 1.500 pessoas já foram infectadas no país. Apesar disso, os habitantes tentam não desistir e desafiam juntos o vírus.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
A vida continua
Todos os dias, Sward Dembi (d) vende pimentões na grande feira da capital de Serra Leoa, Freetown. Claro que ela tem medo de se infectar com o ebola no meio da multidão do mercado apertado, afirma a jovem de 19 anos. Mas ela não tem escolha: a família dela depende dessa renda.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Arquitetura contra o ebola
Em todo o país faltam centros de isolamento para tratar os infectados. Mas também faltam equipes e instalações. O arquiteto Kamara deixou seus outros projetos de lado e ajuda na construção de um centro de isolamento para pacientes de ebola em Freetown, que deve começar a funcionar em poucas semanas.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Proteção policial
Ela não quer revelar seu nome, mas os outros a chamam de "Mama G". Para muitos, a policial é quase uma mãe, que dedica seu tempo para as preocupações das pessoas de seu bairro. Há três semanas, ela foi desligada de suas funções para poder acompanhar o funeral de vítimas do ebola. Um trabalho que a ocupa em tempo integral, admite a policial.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Deixar o país não é uma opção
O alemão Ole Hengelbrock, de 28 anos, foi para Freetown há mais de um ano para cuidar de um projeto da organização humanitária Cap Anamur sobre crianças de rua. Hoje, Serra Leoa já virou um segundo lar para ele. Por um tempo, ele até jogou na Primeira Liga de futebol do país. Hengelbrock descarta a possibilidade de voltar para a Alemanha por causa da crise do ebola.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Voluntário
É a primeira vez que Momudo Lambo, de 28 anos, veste uma roupa de proteção. Ele participa de um treinamento para voluntários dispostos a trabalharem nas estações de tratamento de ebola. Um trabalho perigoso, mas, "em tempos difíceis como agora, algo obrigatório".
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Informação
A única coisa capaz de ajudar contra o ebola é o conhecimento sobre o vírus, afirma Usman Rahim Bah. Com seu próprio dinheiro, ele preparou material informativo, que agora distribui de casa em casa.
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Sempre em serviço
Stella trabalha como enfermeira há quase 30 anos – e, nesse meio tempo, já viu muita coisa. A atual crise, porém, supera tudo. Quando o primeiro caso de ebola foi anunciado em sua clínica e vários colegas pediram as contas, ela decidiu ficar – e hoje se diz confiante que seu país vencerá a epidemia.
Foto: DW/Scholz/Kriesch
Perigo constante
Desmond Reez lidera uma equipe da Cruz Vermelha. Ele é responsável por seus colegas, que diariamente recolhem corpos de vítimas da doença altamente infecciosa para enterrá-los. "Eu sei que nós somos bem treinados e estamos protegidos", disse o sanitarista. Todos os dias, ele espera que a epidemia finalmente acabe.