A reunião do Conselho de Estado da Guiné-Bissau, que esteve prevista para a passada quinta-feira (02.03), está a decorrer desde a tarde desta segunda-feira (06.03).
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O Conselho de Estado é um órgão de consulta do Presidente da República da Guiné-Bissau, cujo parecer não é vinculativo, e em que têm assento os titulares dos órgãos de soberania, líderes de partidos com assento parlamentar e representantes das bancadas no Parlamento.
Têm ainda assento no órgão alguns conselheiros indicados pelo chefe do Estado.
Em cima da mesa está a análise à crise política no país, à luz da decisão da Comissão Permanente do Parlamento que chumbou, na última semana, o pedido do Governo para que o seu plano de ação fosse discutido na plenária da Assembleia Nacional Popular.
Líder do PRS acredita que Governo guineense vai até fim da legislatura
Alberto Nambeia, líder do Partido da Renovação Social (PRS), que sustenta o Governo da Guiné-Bissau, disse esta segunda-feira (06.03) acreditar que o executivo de Umaro Sissoco Embaló vai ficar em funções até ao fim da legislatura, em 2018.
"Estamos a ouvir por estes dias que o Governo vai cair", mas "este Governo vai até ao final da legislatura", considerou Alberto Nambeia, num comício popular com militantes do PRS na localidade de Ingoré, norte do país.
O dirigente falou no mesmo dia em que o Presidente da República convocou uma reunião do Conselho de Estado para analisar a situação política do país.
O líder dos "renovadores" guineenses criticou quem trabalha "com intenções" de bloquear, no Parlamento, a ação do Governo, para fazer com que o Presidente da República demita o executivo."Isso não vai acontecer, o Governo vai até ao fim da legislatura", disse Nambeia, mas sem detalhar como.
06.03.17. Conselho Estado GB - MP3-Mono
O líder do PRS desafiou os que contestam a equipa a "abrirem o Parlamento" para que se possa saber se os deputados estão a favor ou contra o executivo - Alberto Nambeia disse acreditar que a maioria apoia o Governo.
Divergências internas no PAIGC, partido mais votado em 2014, e entre este e o PRS têm bloqueado o parlamento: desde a demissão do Governo de Domingos Simões Pereira, em 2015, já foram nomeados outros quatro, mas nenhum conseguiu fazer aprovar o programa ou Orçamento do Estado.
Dez líderes africanos que morreram em exercício
A população costuma acompanhar com atenção o estado de saúde dos altos dirigentes – muitos especulam atualmente, por exemplo, sobre a saúde do Presidentes da Nigéria. Vários chefes de Estado já morreram em exercício.
Foto: picture-alliance/dpa
John Magufuli, Presidente da Tanzânia
Morreu a 17 de março de 2021, doente. O seu estado de saúde, pouco antes da falecer, esteve em volto a muito secretismo. Assumiu a liderança do país em 2015 e boa parte do seu povo enaltece os seus feitos, tais como a melhoria dos sistemas de saúde, educação e transporte. Mas também foi contestado por algumas políticas duras e por perseguir os seus críticos.
Foto: Sadi Said//REUTERS
1) Malam Bacai Sanhá, Presidente da Guiné-Bissau (2012)
Malam Bacai Sanhá morreu em 2012. Ele sofria de diabetes e morreu em Paris, aos 64 anos, menos de três anos depois de chegar ao poder. Sanhá tinha vários problemas de saúde.
Foto: dapd
2) João Bernardo "Nino" Vieira, Presidente da Guiné-Bissau (2009)
João Bernardo "Nino" Vieira foi assassinado em março de 2009. Tinha 69 anos de idade. Esteve no poder durante mais de duas décadas. Tornou-se primeiro-ministro em 1978 e, em 1980, tomou a Presidência. Ficou no cargo até 1999, ano em que foi para o exílio. Regressou a Bissau em 2005 e venceu nesse ano as presidenciais.
Foto: picture-alliance/dpa/L. I. Relvas
3) Mouammar Kadhafi, chefe de Estado da Líbia (2011)
Mouammar Kadhafi foi assassinado em 2011. Kadhafi, auto-intitulado líder da "Grande Revolução" da Líbia, foi morto por forças rebeldes em circunstâncias ainda por esclarecer. Estava no poder há 42 anos, desde um golpe de Estado contra a monarquia líbia em 1969, onde não houve derramamento de sangue. A sua liderança chegou ao fim com a chamada "Primavera Árabe".
Foto: Christophe Simon/AFP/Getty Images
4) Umaru Musa Yar'Adua, Presidente da Nigéria (2010)
Umaru Musa Yar'Adua morreu em 2010 aos 58 anos de idade. Morreu no seu país, vítima de uma inflamação do pericárdio – estava há apenas três anos no poder. Já durante a campanha eleitoral, Yar'Adua teve de se ausentar várias vezes devido a problemas de saúde. Depois de ser eleito, em 2007, a sua saúde deteriorou-se rapidamente.
Foto: P. U. Ekpei/AFP/Getty Images
5) Lansana Conté, Presidente da Guiné-Conacri (2008)
Após 24 anos no poder, Lansana Conté morreu de "doença prolongada" aos 74 anos de idade. O Presidente da Guiné-Conacri sofria de diabetes e de problemas cardíacos. Conté foi o segundo chefe de Estado do país, de abril de 1984 até à sua morte, em dezembro de 2008.
Foto: Getty Images/AFP/Seyllou
6) John Atta Mills, Presidente do Gana (2012)
John Atta Mills morreu de apoplexia em 2012. Tinha 68 anos. Atta Mills esteve apenas três anos no poder. Enquanto chefe de Estado, introduziu uma série de reformas sociais e económicas que lhe granjearam fama a nível local e internacional.
Foto: AP
7) Meles Zenawi, primeiro-ministro da Etiópia (2012)
Meles Zenawi morreu na Bélgica aos 57 anos de idade, vítima de uma infeção não especificada. Zenawi liderou a Etiópia durante 21 anos – como Presidente, de 1991 a 1995, e como primeiro-ministro, de 1995 a 2012. Foi elogiado por introduzir o multipartidarismo, mas criticado por reprimir violentamente os protestos do povo Oromo no norte da Etiópia.
Foto: AP
8) Omar Bongo, Presidente do Gabão (2009)
Omar Bongo morreu em Barcelona, Espanha, em junho de 2009, vítima de cancro nos intestinos. Bongo estava no poder há 42 anos e morreu aos 72 anos de idade. Foi um dos líderes que esteve mais tempo no poder e um dos mais corruptos. Bongo acumulou uma riqueza imensa enquanto a maior parte da população vivia na pobreza, apesar de o país ter grandes receitas de petróleo.
Foto: AP
9) Michael Sata, Presidente da Zâmbia (2014)
Michael Sata morreu no Reino Unido aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada. Após a sua eleição em 2011, circularam rumores sobre o estado de saúde do Presidente. As suas ausências em eventos oficiais alimentaram ainda mais as especulações, apesar dos seus porta-vozes garantirem que estava tudo bem.
Foto: picture-alliance/dpa
10) Bingu wa Mutharika, Presidente do Malawi (2012)
Bingu wa Mutharika morreu em 2012. Teve um ataque cardíaco e faleceu dois dias depois, aos 78 anos de idade. Esteve oito anos no poder e ganhou gama internacional devido às suas políticas agrícolas e de alimentação. A sua reputação ficou manchada por uma onda de protestos por ter gasto 14 milhões de dólares num jato presidencial.